Felino extinto há milhares de anos foi encontrado tão bem preservado que talvez seja clonado

Por , em 15.11.2017

Cientistas encontraram um filhote felino da Idade do Gelo extremamente bem preservado. Alguns cientistas acreditam que é um leão-das-cavernas, subespécie de leão já extinta, enquanto outros pensam que pode ser um lince.

O espécime pode ter até 50 mil anos de idade.

Terceiro encontrado

O filhote foi descoberto descansando sua cabeça entre suas patas na margem do rio Tirekhtykh, em Yukutia, na Sibéria, Rússia.

O pequeno animal, com 45 centímetros de comprimento, faleceu provavelmente com um e meio a dois meses de idade, se for um leão, ou com quatro a seis meses de idade, se for um lince. Ele possui todos os membros e nenhum vestígio de lesão externa. Não está claro ainda se é macho ou fêmea.

Dois outros filhotes de leão-das-cavernas foram encontrados na mesma região da Sibéria há dois anos. No entanto, acredita-se que o espécime mais recente esteja em uma condição muito melhor.

Inicialmente, os pesquisadores pensavam que o primeiro par encontrado tinha 12.000 anos, datando do tempo em que a espécie se extinguiu. Pesquisas posteriores descobriram que eles têm na verdade até 55.000 anos de idade.

O melhor dos três

Os cientistas ainda precisam realizar testes no último filhote encontrado, mas a estimativa é de que ele tenha entre 20.000 e 50.000 anos.

O Dr. Albert Protopopov, paleontólogo da Academia de Ciências da República de Sakha, e seus colegas farão mais análises no animal, na esperança de determinar sua idade precisa, seu sexo e como ele morreu.

O estudo certamente se tornará interessante se este se confirmar um leão-das-cavernas. O último conhecido (Panthera spelaea) viveu cerca de 14.000 anos atrás, no que é agora o Alasca. Estudos genéticos mostram que o P. spelaea e o leão africano moderno (Panthera leo) se tornaram espécies separadas há cerca de 1,9 milhões de anos. Por sua vez, cerca de 300.000 anos atrás, o leão-das-cavernas deu origem ao leão americano (Panthera artox), que vivia apenas na América do Norte e também já se extinguiu.

Se for um lince, também será interessante por ser a múmia mais completa já descoberta da espécie, conforme explicou Olga Potapova, curadora e gerente de coleções do sítio arqueológico Mammoth Site, em South Dakota, nos EUA, que está ajudando na logística para estudar o novo espécime.

Clonagem?

Desde que a primeira dupla de leões-das-cavernas foi descoberta, cientistas de todo o mundo manifestaram interesse em um projeto para clonar a espécie, interesse que foi agora renovado.

Não é totalmente inviável: em 2008, os pesquisadores clonaram um rato a partir de restos congelados de um morto há 16 anos.

Obviamente, existem algumas diferenças significativas entre as duas situações, mas a parte da ciência pode não ser a maior barreira para a clonagem: a questão ética de trazer espécies extintas de volta à vida é mais preocupante.

Por um lado, seria incrível ver e estudar um mamute vivo, por exemplo. Por outro, não sabemos quais serão os impactos de reintroduzir espécies extintas no mundo, ou seja, quais efeitos isso teria sobre ecossistemas modernos.

Além disso, alguns pesquisadores creem que devemos usar nossos recursos em espécies que estão em perigo agora, a fim de que elas também não se extingam, ao invés de nos concentramos nas que já se foram.

O que você acha? [Unilad, ScienceAlert, LiveScience]

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