Ficções científicas podem inspirar jovens a se tornarem cientistas

Por , em 21.03.2011

Os filmes hoje ficam cada vez mais ousados. As cenas impossíveis e os acontecimentos improváveis às vezes carregam um pouco de ciência – o suficiente para inspirar a próxima geração de físicos, astrônomos, biólogos, enfim, cientistas.

Segundo os especialistas, dentro de um filme, a ciência não tem sequer que ser totalmente exata. Os filmes podem ter uma enorme influência sobre os jovens com mentes abertas e maleáveis.

Contanto que uma semente de curiosidade seja plantada nos espectadores, isso pode estimulá-los a investigar questões científicas sozinhos e, talvez, considerar uma carreira em ciência.

Que os filmes podem deixar uma impressão muito forte nos indivíduos não é surpresa. Há vários estudos que mostram que as pessoas, especialmente as crianças, frequentemente modelam seu comportamento a partir do que vêem nas telas.

Um exemplo é o filme de 2004, sobre os desastres da mudança climática, “O Dia Depois de Amanhã”. Em face a outros documentários e reportagens sobre o mesmo tema, foi o filme que realmente mudou a mente das pessoas sobre aquecimento global.

Os cientistas recordam que a ciência mostra-se em muitos filmes de Hollywood. 22 dos 60 filmes de maior bilheteria de todos os tempos são de ficção científica ou filmes de super-heróis, incluindo o hit nº 1, “Avatar”.

Alguns filmes se esforçam bastante para soarem reais. Mas cometer erros é normal; eles vão desde o compreensível até o flagrante. Por exemplo, em “Avatar”, os humanos viajam para uma lua extrasolar fictícia, Pandora, onde há um mineral precioso que vale 33,64 milhões de reais por kg.

De acordo com os cientistas, isso não é valor suficiente para justificar a viagem. Pandora fica no sistema estrelar Alfa Centauro, mais de 4 anos-luz da Terra, ou cerca de 40 trilhões de quilômetros. Os custos de combustível para aeronaves acabariam com todos os lucros potenciais, e rápido.

Ou seja, a premissa básica do filme é maluca. Voar para Pandora pelo mineral é o equivalente a pedir um livro pela internet e pagar 100 mil reais pelo transporte.

Embora a precisão seja preferível, até filmes cheios de erros podem ter um impacto positivo. O que é importa é que ele conquiste as pessoas emocionalmente. Conquistar um garoto, por exemplo, pode levá-lo a ler sobre ciência e questões científicas, que por sua vez pode ser o primeiro passo na criação de um futuro cientista.

O erro em si pode até inspirar discussão e aprendizado. Mas alguns especialistas discordam, dizendo que precisão científica em filmes é muito importante. As crianças de hoje não estão lendo muito, e uma grande parte daquilo que sabem sobre o mundo vem da TV, filmes e jogos. Uma vez que esses meios oferecem um fundamento, é melhor que sejam baseados em informações sólidas. [MSN]

14 comentários

  • aguiarubra:

    P.: “…Mas alguns especialistas discordam, dizendo que precisão científica em filmes é muito importante…”

    Comentário: é por isso que ficção científica não é coisa de “especialistas”. Eles não tem imaginação criativa para inspirar seu público. Com o excesso de fatos científicos o que se consegue é afastar, para bem longe da Ciência, jovens ex-futuros talentos que se horrorizam com “coisas muito complicadas” a lhes traumatizarem a auto-estima muito cedo. Os tais “especialistas” podem continuar em suas torres de marfim de suas especialidades, pois nada tem a oferecer de útil para as crianças curiosas desse mundo.

    Especialistas não entendem porque Einstein dizia que: “…”A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo.”…”

    Talvez eles entendam melhor a seguinte observação de Einstein:
    “…O fato mais grave, me parece, é uma escola recorrer essencialmente ao medo, ao constrangimento e a uma autoridade artificial. Esse tratamento destrói nos estudantes o gosto pela vida, a sinceridade e a confiança em si mesmos. E gera pessoas servis…” (Lição extraída do tempo em que estudava na escola secundária Luitpold Gymnasium – Scientific American. Gênios da Ciência. Einstein – in “Wikiquote, a coletânea de citações livre” no verbete “Einstein” da wikipédia)

    P.: “…As crianças de hoje não estão lendo muito, e uma grande parte daquilo que sabem sobre o mundo vem da TV, filmes e jogos. Uma vez que esses meios oferecem um fundamento, é melhor que sejam baseados em informações sólidas…”

    Comentário: a falta de leitura é parte do processo de “imbecilização” que as elites, em todos os paises e em todos os tempos, costumam impingir em seu povo. Jamais a elite de um país colaborou, de bom grado, pela melhora da educação.

    Por isso mesmo é que inventores e cientistas “se fazem” longe da influência nefasta de meios “públicos” de (des)informação. Basta conhecer a biografia de inventores como Michael Faraday, Thomas Alva Edison e Henry Ford para se ter uma ideia do que seja isso.

    Na época deles podia-se ler Jules Verne e H. G. Wells, entre outros. Creio que alguns cineastas tentam romper as barreiras da mídia (que age contra o povo simples), criando filmes como “Avatar”, a série “Star Trek” e similares.

  • Mustafa Ali Kanso:

    Ótimo artigo Natasha! Eu mesmo me interessei pela carreira científica devido à influência dos filmes e da literatura de FC.

  • rafah:

    eu sempre kiz ser cientista

  • Luhyris:

    é com certeza o hypescience leva os jovens a se interessarem pela ciência, eu sou um deles kkkk
    ainda ouviram falar bem de mim!!!

    • Kalel:

      É bom você estudar um pouco de Língua Portuguesa também, o certo no seu caso seria ouvirão e não ouviram. : )

  • Thalia:

    EU SOU UM DESSES JOVENS DA PESQUISA (ME GAMEI TANTO EM FICÇAO QUE SEREI UMA CIENTISTA 😉

  • Alex:

    eu na verdade ja nasci apaixonado por ciencia…Principalmente Astronomia

  • Talentoso_Ripley:

    Fui uma “vítima” da ficção^^.

    Acabei lendo e vendo tanta coisa científica que vou me tornar um astrônomo.

    \o

  • Érico MP:

    Sou mais o penúltimo parágrafo. Para motivar o aprendizado (especialmente tratando-se de crianças), primeiro o afetivo, depois o racional.

  • Marcelo Ribeiro:

    O HypeScience é algo que leva os jovens a gostarem mesmo de ciência!

  • Alessandra:

    Falando assim até parece que os jovens que assistem filmes só tem essa fonte de informação. Isso não é procedente. Na verdade os jovens tem várias fontes de informações.Claro que se a informação tiver uma base sólida é muito melhor… e vamos lembrar que influenciar não é determinar.

  • Amon:

    isso aconteceu comigo, eu era desenhista, eu fazia desenhos, depois que assisti guerra nas estrelas, arff, foi como uma lavagem cerebral, virei técnico em hardware e redes de computadores, e pretendo ser engenheiro da computação agora.

  • Joni:

    Sim, fiquei inspirado.
    Vou construir uma “estrela da morte” e matar todos os jedis!!!
    Maldito Yoda, mal posso ver seus movimentos…

  • Murilo:

    Com a tecnologia deles, o obvio seria pensar que já descobriram um combustivel barato e eficiente…

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