Mesmo imagens capturadas pelos melhores telescópios da Terra deixavam a desejar em termos de resolução, por conta de distorções causadas pela atmosfera do planeta – e, assim, eram superados por telescópios espaciais. Graças a um novo sistema, porém, essa dificuldade foi vencida, e astrônomos conseguiram capturar imagens duas vezes mais nítidas do que as obtidas com o Telescópio Espacial Hubble (um dos mais poderosos já criados) – a da Nebulosa de Órion, acima, foi obtida pelo Hubble.
“Pela primeira vez, nós conseguimos obter imagens que englobam objetos com 0,02 segundos de arco – um ângulo muito pequeno –; é como englobar a largura de uma moeda de dez centavos de dólar a 160 km de distância, ou como englobar a largura de três ônibus escolares se deslocando juntos na superfície da lua”, compara a pesquisadora Laird Close, da Universidade do Arizona (EUA).
A luz vinda de objetos espaciais (como estrelas e nebulosas) sofre interferência ao passar pela atmosfera terrestre (um fenômeno que nos dá a impressão de que as estrelas “piscam” no céu) e, para compensar o problema, astrônomos normalmente usam uma técnica chamada “óptica adaptativa”. O que Close e sua equipe fizeram foi aumentar consideravelmente a eficiência dessa técnica.
Para isso, eles usaram um fino espelho de vidro curvado, colocado sobre o espelho principal de um dos telescópios de Magellan. Esse espelho auxiliar vibra em alta frequência, de acordo com cálculos precisos, para compensar as distorções sofridas pela luz ao atravessar a atmosfera da Terra. “Como resultado, nós podemos enxergar o céu visível (vale lembrar que outros telescópios usam filtros para capturar luz invisível ao olho humano) com muito mais clareza do que antes”.
Na imagem acima é possível ver o poder da técnica aprimorada: as estrelas Theta 1 Ori C1 e Theta 1 Ori C2, conhecidas há décadas, sempre apareciam como um borrão, e era quase impossível distinguir uma da outra; agora, é possível vê-las claramente.
Acima, há uma comparação entre uma imagem obtida pelo Hubble (ao fundo) e imagens obtidas com os telescópios de Magellan (quadros menores).
Essa técnica deve ajudar muito o estudo de estrelas, de formação de planetas e de outros fenômenos do espaço. [io9, Astrophysics]