Frankeburguer: primeiro hambúrger de laboratório é degustado e recebe veredito

Por , em 6.08.2013

O biólogo Mark Post trabalha há pelo menos cinco anos com algo que pode, no futuro, diminuir bastante o impacto humano sobre a Terra: carne de laboratório. Hoje, ele colocou à prova um exemplo de seu trabalho, e os resultados foram promissores – considerando que estamos falando de um hambúrguer feito a partir de células-tronco do ombro de uma vaca.

As células foram coletadas sem ferir o animal (um detalhe importante, levando em conta que muita gente deixa de consumir carne por causa do sofrimento de animais abatidos) e cultivadas em um soro especial. Então, as 20 mil células resultantes (“exercitadas” no processo, para não ficarem flácidas) foram processadas em forma de hambúrguer, com ovo e migalhas de pão para dar “liga” e açafrão e suco de beterraba para dar cor e sabor.

Em um evento transmitido pela televisão e pelo site Culturedbeef.net, o chef Richard McGeown cozinhou o hambúrguer em manteiga e óleo e o serviu a dois voluntários (Hanni Rützler e Josh Schonwald, ambos envolvidos com “comidas do futuro”). Eis o veredito: “Há um certo sabor intenso. É próximo da carne; só que não tão suculento. Senti falta de sal e pimenta. A estrutura é melhor do que eu esperava, não se desfaz”, Hanni. Já Josh disse: “A textura, a sensação produzida na boca, é similar à de carne. O que faz falta é gordura. É magro. Mas a mordida lembra um hambúrguer convencional”.

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O público ficou curioso e fez algumas perguntas. É possível “fazer” um bife? “Atualmente, nós estamos focando em produtos de carne processada, usando fibras mais curtas, porque há uma limitação na difusão de oxigênio e nutrientes no centro do tecido” – ou seja, até seria possível fazer um bife, mas seria mais complexo.

Outra pessoa perguntou se seria possível “fazer” carne de animais diferentes, como pinguins (!). “Eu não gosto do cheiro de pinguins, mas acho que podemos [fazer]. Você pode fazer isso com qualquer tipo de célula animal”.

Apesar do sucesso, contudo, deve levar de 10 a 20 anos até que esse tipo de processo possa ser reproduzido em larga escala.[PopSci, Gizmodo, Reuters, LiveScience]

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