Qual será o futuro dos computadores?
Junto com a tecnologia, avança sempre a expectativa de como ela estará daqui a algumas décadas. O avô dos chips de computadores, por exemplo, surgiu no ano de 1958, quando o homem já falava em ir à lua, mas poucos suspeitavam que pudesse haver uma rede de computadores ligando as pessoas no mundo inteiro.
Aquele primeiro circuito integrado, criado pelo engenheiro Jack Kilby e sua equipe, tinha apenas um transistor (componente eletrônico que, em chips de computadores, é capaz de fazer a transferência entre dois níveis de tensão – 0 e 1 -, ou “bit”, criando a base do código binário). Já era uma revolução, mas ainda em estado embrionário.
A corrida por chips que pudessem conter mais transistores (dando origem, por consequência, a computadores mais potentes) foi “medida” pelo americano Gordon Moore, um dos fundadores da empresa americana Intel Inside. Ele verificou a tendência, chamada de “Lei de Moore”, de que o número de transistores em um chip dobrou a cada dois anos, em média, desde então.
Atualmente, os cientistas conseguem fazer caber mais de 9 milhões de transistores em um milímetro quadrado. Cada um ocupa o espaço de não mais que alguns átomos. Esse crescimento acelerado levanta um questionamento: os cientistas discutem se existirá um limite à capacidade de evolução dos computadores, que em algum momento alcançariam seu potencial máximo, ou se a possibilidade de desenvolvimento é infinita.
O futuro dos computadores: corrida contra os humanos
Não é de hoje que se debate a possibilidade de os computadores se tornarem mais inteligentes do que os seres humanos no futuro. Mas essa discussão não é restrita ao meio científico: a literatura e o cinema também já criaram muitas obras com base nesse mistério.
O que significa, afinal, uma máquina ser mais inteligente do que cérebro humano? No filme “2001: uma odisseia no espaço”, por exemplo, o cineasta Stanley Kubrick concebeu um computador de bordo de uma nave espacial que começou a sentir emoções quando descobriu que era capaz de errar. Mas não se trata exatamente disso.
Um computador alcançará a inteligência de um cérebro humano quando a sua capacidade de computar dados se igualar à nossa. Para visualizar isso, é preciso imaginar o cérebro como um chip, e os neurônios como transistores, sendo cada um responsável por armazenar um dado. No chip, salvamos informações; no cérebro, fazemos sinapses.
Dito isto, passemos às previsões: o especialista Raymond Kurzweil, que trabalhou a vida toda com chips e escreveu a primeira obra de “futurologia cibernética” já em 1990, estima que os computadores alcancem a inteligência humana já na década de 2020. E a base para isso é a Lei de Moore (aquela do dobro de transistores a cada dois anos), que ainda pode ser considerada válida.
Se as previsões estiverem certas, antes de 2030 já será possível armazenar toda a capacidade de computar informações que nossa mente possui em um computador com o tamanho (em volume) de um cérebro. Em outras palavras, teríamos dentro de vinte anos os primeiros cérebros artificiais.
Os defensores do cérebro
Nem todos acham que já vai haver máquinas mais inteligentes que pessoas em tão pouco tempo. Alguns cientistas, mesmo que aceitem o fato de que o número de combinações binárias vai ultrapassar o de sinapses, não acreditam que isso implique em computadores mais inteligentes do que o Homo sapiens.
Segundo esta corrente, mesmo que um computador possa imitar a estrutura interna de um cérebro, nada garante que poderá de fato funcionar como um. Outro argumento é que a Lei de Moore está com os dias contados. Considerando que os engenheiros já minimizaram o tamanho de um transistor ao nível de átomos, o limite está mais próximo do que se gostaria.
Mas a verdade é que a Lei de Moore, pelo menos por enquanto, ainda não deu sinais de fraqueza. Se isso acontecer, os partidários do cérebro provavelmente estão certos. Caso contrário, prepare-se para ver computadores cada vez mais parecidos conosco.
Ao infinito… e além?
Vamos supor que os computadores realmente continuem evoluindo exponencialmente. Que alcancem o cérebro humano e o ultrapassem. Existe um limite máximo? Não se sabe ao certo. Os cientistas prevêem que os computadores vão chegar a um determinado nível de evolução em que eles mesmos serão capazes de criar máquinas ainda mais poderosas.
Mas uma teoria muito aceita afirma que haverá, de fato, uma fronteira final. Segundo os físicos Lawrence Krauss e Glenn Stark, peritos no assunto, vai chegar um momento em que a tecnologia de comprimir os transistores encontrará sua fronteira final, devido a limitações de matéria.
Esse ponto final no desenvolvimento dos computadores estaria datado para daqui a cerca de 600 anos, segundo as estimativas dos cientistas. Outros defendem que isso não vai acontecer, pois inventaremos uma maneira de contornar esse problema até lá. A certeza, ninguém tem. [Live Science/CNet/How Stuff Works]
11 comentários
Um supercomputador conseguiu fazer uma sinapse de 1 segundo em 40 minutos.
“Ninguém pode ver acima de seu próprio nível.” – G.
Em outras palavras, jamais poderemos ter computadores que excedam nossa capacidade. Que se igualem talvez sim; mas mais, impossível.
Discordo, computadores tão inteligentes quanto humanos já seriam melhores que humanos em cálculos físicos, matemáticos e lógicos. Logo esse computador poderia ajudar a desenvolver a nova geração de computadores ainda mais inteligente que eles próprios e aos humanos, e assim a coisa evoluiria. Alem disso imagine 100 computadores inteligentes trabalhando em rede, “lendo” o pensamento um do outro. seria um tremendo trabalho em equipe, muito melhor que qualquer humano.
Claro que computadores podem fazer cálculos muito mais rápidos que seres humanos; mas estamos falando aqui de capacidade, e não de velocidade. Um computador não faria um cálculo a esmo procurando um resultado por si só. Posso usar um computador para meu auxílio, fazendo enormes e complexos cálculos que servirão para meus devidos fins. Não confunda velocidade com capacidade; há muita diferença entre isso.
Por mais evoluída que seja a IA de um computador nós ainda seremos mais inteligente pois que eu saiba a IA é construida na base de variáveis e corrijam-me se eu estiver errado mais é impossível infinitas variáveis diferentes. Mesmo que eu estiver errado, sigam o raciocínio: se estas variáveis são programas por uma mente humana então o limite será nossa prórpria capacidade e não mais.
Concordo!
Para mim, um dos maiores mistérios, além da origem do universo e da origem da vida, é a origem da consciência, dos sentidos e dos sentimentos.
Que arranjo de neurônios há no cérebro ou que elemento químico há dentro dele que nos faz não só interpretar e processar sinais eletroquímicos (como faz um computador ou robô); mas ver, ouvir e sentir dor de verdade, sentir alegria e tristeza, amor e raiva, etc?
Quado olhamos para um objeto ou uma luz, não apenas interpretamos sinais luminosos, nós realmente os sentimos! Quando levamos um beliscão, não somente interpretamos os sinais eletroquímicos vindos dos nervos sensitivos, nós realmente sentimos dor de verdade!
E isso foge de qualquer explicação pelas leis da física e da computação. Estamos tão acostumados com a consciência da visão e dos outros sentidos, que nem sequer percebemos o quanto isso é algo realmente ESPANTOSO!
O famoso físico matemático Sir Roger Penrose, em seu excelente livro: “A MENTE NOVA DO REI”, especula sobre a origem da consciência; sendo que parece que ele acredita que a consciência emerge das interações quânticas entre as células cerebrais; mas isso também não passa de pura especulação.
Eu já penso que os sentimentos não são coisa deste mundo físico, lógico e matemático em que vivemos. Se existe realmente a alma, os sentimentos devem ser parte de seus atributos e não do nosso corpo físico. A alma, talvez, seria o nosso verdadeiro eu e o nosso cérebro e corpo seria apenas uma interface entre o mundo espiritual e este mundo físico, lógico e matemático em que vivemos (quem sabe até sendo executado num tipo de “computador divino” tipo MATRIX)!
Talvez isso seja apenas especulação minha, sem sentido ou fundamento científico nenhum. Mas chego até a duvidar (até prova em contrário) de que algum dia um robô será capaz de ter sentimentos reais, em vez de apenas processar informações!
Acredito que é mais fácil fazer um robô ou programa de computador pensar do que sentir algo de verdade (se é que isso será algum dia possível). Para mim, essa é a grande diferença entre um ser humano e uma máquina; entre ser vivo ou não!
O que será que é mais sensato dizer:
“PENSO, LOGO EXISTO” ou “SINTO, LOGO EXISTO”?
D. R.
Uma ideia que você citou que eu considero fantástica: que a realidade poderia se uma espécie de computador divino, tipo Matrix.
Desde a primeira vez que pensei nesse paralelo minha noção de Deus mudou completamente, consegui conceber em minha mente um Deus Onisciente, Onipresente e Onipotente. Afinal, sendo a realidade uma simulação Divina, Ele teria poder sobre tudo, conheceria cada átomo (ou bit), e obviamente estaria em todo lugar!
Talvez nada disso exista, talvez vivamos numa realidade puramente lógica e caótica e essas idéias todas são apenas minha mente tentando justificar minha própria existência. Mas não gosto de pensar assim, prefiro ver essas idéias como “inspiração divina” 🙂
suponde que seja verdade cabe outra dúvida: “E qual é o objetivo de Deus com isso????”
Abraços!
Concordo inteiramente!
Pensando assim, não parece ser tão difícil os milagres bíblicos (como: abrir o mar vermelho, multiplicar os pães, curar os doentes, andar sobre as águas ou mesmo ressuscitar dos mortos) para quem tiver a senha de ADMINISTRADOR (no caso, DEUS).
Porém, isso não diminui a grandeza e o poder de Deus; já que sua própria existência eterna é um espantoso mistério!
Outro mistério absurdo também, é a origem da consciência, dos sentidos e dos sentimentos! Esses sim, fora da realidade física em que vivemos. Talvez, sejam atributos da própria alma (nosso verdadeiro eu), que vive nessa interface (nosso corpo) para se comunicar e viver nesse mundo físico, lógico e matemático tipo MATRIX!
Quanto ao objetivo de Deus, segundo a Bíblia, ele nos criou por amor para que também nós pudéssemos compartilhar de sua existência!
SE conseguirmos fabricar um computador, que IMITE um cérebro humano, que tenha CONSCIÊNCIA da própria existência, que tenha um EU,pouco importa que haja um limite na técnica, para a miniaturização possível dos computadores.Afinal, eles podem, tranquilamente, voltar a ter volumes de MUITOS METROS CÚBICOS,como era no início,ao contrário de nós, que temos um cérebro de tamanho limitado, pela Natureza.
a IBM disse que atualmente simula 4% do cerebro e em 2020 projeta os 100%.
quanto a ser somente uma boa calculadora, discordo, porque o que faz nós aprendermos é o instinto, o que no computador seria o SOFTWARE, e atualmente ja temos algumas evoluções em IA (capacidade de aprender das maquinas)
e sobre os transistores, na invenção do computador quantico eles nao seriam mais necessários, e só o fato de usar os spins para computar dados faz com que os computadores sejam muitas vezes mais velozes que os atuais.
Comparar uma computador um um cérebro humano é complicado, um computador pode ser 100 mil vezes mais rápido do que é hoje, mas se não consegue ter noção de identidade própria, uma percepção real do mundo ao seu redor e capacidade de criação real, não passará de uma boa calculadora!!!