Ingrediente ativo da maconha reduziu efeitos de Alzheimer em ratos

Por , em 8.11.2018

Em um estudo da Universidade de Goettingen (Alemanha), a substância ativa da maconha pareceu reduzir as alterações cerebrais associadas à doença de Alzheimer em ratos.

O experimento

Os pesquisadores alteraram geneticamente camundongos para desenvolver sintomas como os da doença de Alzheimer.

Em seguida, esses animais receberam uma forma sintética de tetrahidrocanabinol (THC) por seis semanas, bem como ratos saudáveis. Todos fizeram testes de memória.

Os camundongos que receberam placebo em vez de THC perderam a capacidade de lembrar qual era o local raso em uma poça de água.

Os ratos tratados, por sua vez, perderam menos células cerebrais e seus cérebros continham 20% menos das placas associadas à doença de Alzheimer.

Ressalvas

Os resultados sugerem que “a cannabis pode ser benéfica para a doença de Alzheimer”, disse a pesquisadora Yvonne Bouter, do Centro Médico da Universidade de Goettingen.

Mesmo que isso seja verdade, no entanto, Bouter esclarece que não significa que pessoas saudáveis que fumam maconha devam comemorar.

“Fizemos esse mesmo experimento em camundongos saudáveis, e eles tiveram problemas para aprender”, explicou.

Por conta disso, os especialistas não recomendam que você ofereça um baseado ao vovô. “Você poderia ter algo que é prejudicial, se isso não se traduzir em humanos, ou se a pessoa não tiver o distúrbio”, alertou Michael Taffe, do Instituto de Pesquisa Scripps (EUA).

Além disso, outros estudos com roedores mostraram que a exposição ao THC no útero, na adolescência e até mesmo em cérebros adultos saudáveis tende a prejudicar a memória e o pensamento.

Dificuldades de pesquisa

A melhor maneira de responder a essas questões seria estudando o efeito dos compostos da maconha em pessoas com Alzheimer.

“Simplesmente não há foro para [tais estudos]”, disse Jamie Roitman, professora de psicologia da Universidade de Illinois (EUA) que realizou um estudo sobre o uso de cannabis em ratos adolescentes.

Obter aprovação para qualquer estudo envolvendo pessoas e compostos relacionados à maconha é “muito difícil”, segundo ela, apesar do fato de a droga ser legal em muitos estados americanos agora.

Quando se trata de entender os efeitos da maconha nos seres humanos, “a experiência está superando a ciência”, resume Roitman. [NPR]

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