Luminária usa fonte incomum de energia: a gravidade

Por , em 15.01.2013

Quando se pensa em luz onde não há energia elétrica, uma das imagens que vem à mente de quem já passou por isto é um lampião de querosene. Para muita gente na África e Índia, esta ainda é uma realidade – luz fraca, funcionando com um combustível bastante poluente.

Além disso, segundo o Banco Mundial, os usuários deste tipo de luz inalam o equivalente a dois maços de cigarro por dia, além de sofrer de infecções e cataratas. Sem falar no perigo real de queimaduras.

Uma possível solução seria a adoção de painéis solares; só que os painéis só produzem energia durante o dia, obrigando o uso de baterias para acumular esta energia durante a produção, para o consumo à noite. Além disso, painel solar e baterias são caros, colocando esta solução além do alcance de muita gente.

Pensando nisto, os projetistas britânicos Martin Riddiford e Jim Reeves inventaram uma lâmpada bastante engenhosa, que funciona da mesma forma que os antigos relógios de parede: um peso que movimenta o mecanismo pela ação da gravidade.

A GravityLight é a lâmpada criada pela dupla, e funciona com um peso que se movimenta um dínamo. Não tem baterias para serem descartadas ou substituídas; ele precisa apenas que alguém levante o peso de cerca de 9 kg a cada meia hora.

Além de acender uma lâmpada, a GravityLight tem terminais à mão, podendo ser utilizada, por exemplo, para recarregar um celular. A um custo provável inferior a US$ 10,00 (cerca de R$ 20,00), a GravityLight se pagaria em três meses de economia de querosene.

Os próximos planos da dupla envolvem a construção e distribuição na Índia e África de 1.000 destas lâmpadas, e uma pesquisa para ver se as mesmas atendem bem as necessidades dos usuários. Com os dados desta pesquisa, eles pretendem criar uma versão mais eficiente.

A nova versão da lâmpada seria distribuída por ONGs e parceiros. O objetivo é fazer com que o custo de produção seja inferior a US$ 5,00.

Para custear a produção da lâmpada, a dupla quer investir no “financiamento coletivo”, uma campanha de financiamento no Indiegogo que terminaria dia 15 de janeiro de 2013. O objetivo inicial de obter US$ 55.000 (cerca de R$ 110.000,00) para a manufatura das primeiras 1.000 unidades já foi suplantado, mas a campanha continuou. [PopSci]

12 comentários

  • Tibulace:

    A iniciativa é louvável.Qual a POTÊNCIA ELÉTRICA disponível, nessa luminária?Supondo que INEXISTEM atritos,o TRABALHO MECÂNICO que foi efetuado, foi o de ELEVAR 9 kg = 9 x 10 = 90 Newtons a digamos UM METRO E MEIO de altura.Para elevar esse peso a essa altura, fornecemos ao mesmo, 90 x 1,5 = 135 Joules.Essa QUANTIDADE DE TRABALHO, vai ser DEVOLVIDA pelo PESO, ao descer.Como a DESCIDA demora 30 segundos, a POTÊNCIA ELÉTRICA TEÓRICA disponível, vale:135/1800 ( meia hora, em segundos ) = 0,075 Watt, ou 75 MILIWATTS.Não dá para iluminar muita coisa, a menos que a DESCIDA seja mais rápida.A idéia, é do tipo que me atrai, parece que NÃO EXISTE bateria para se tornar imprestável depois de algumas recargas.Tenho minhas dúvidas, se não seria melhor,fazer uma versão ROBUSTA de uma lanterna/dínamo dessas chinesas, que existem AOS MONTES no Mercado Livre, apenas TROCANDO a bateria, por uma de tecnologia ANTIGA, acumulador de Edison,acumulador de níquel/ferro, que tinha uma vida útil SUPERIOR a 20 anos.

    • Jeferson Raapack:

      Bem, você está ignorando a mecânica. Existem várias maneiras de se aumentar a força e a velocidade de torque em torno do dínamo. Você apenas apresentou cálculos de queda livre limpa e direta.
      E é lógico que se você esta pensando em um farol ou refletor, você esta certo. Mas pelo que eu vi eles estavam pensando em “ler no escuro” ou “não tropeçar nos móveis” por causa da escuridão.
      Você pensou em queda livre.
      Eu pensei em “rosca sem fim” para melhorar o torque, polias para aumentar a velocidade, etc…

  • TopSecret Jack_Olv08:

    “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que a nossa vã filosofia possa imaginar” [Shakespeare].

    E pensar que existem tantas outras soluções já inventadas, mas que por “algum motivo” não são trazidas a público para que a humanidade possa desfrutá-las em paz. Isso é só a ponta do Iceberg. Uma pergunta capciosa que poderíamos fazer é: por que não demonstraram essa ideia antes?? É meio esquisito certas coisas, como acontecem e tudo mais… Será que essa “descoberta” é tão recente assim?

    Dizem que eles possuem tecnologia 20 anos à frente da nossa realidade atual. Um exemplo bem basicão é a TV OLED, que começa chegar no Brasil, agora, em 2013. No Japão já existe há quase 3 anos.

    A ideia da luminária de fato é muito boa, mas a intenção não me convence, sendo que você ainda precisa arcar com um peso de 9KG a cada meia hora, brincadeira isso!!

    Não quero condenar ninguém, obviamente, sabemos muitas vezes que esses cientistas inventores obedecem ordens superiores.

  • Guilherme Euripedes:

    Acho incrivel os projetos que estao indo pra frente com iniciativas coletivas como essas.

    Sugiro a todos que acompanhem sites de crowd funding como o “Catarse”.

  • Thiago Alexandre Dos Santos:

    Genial, quem quiser ver o video, o link é este

    http://www.indiegogo.com/projects/282006

  • Josmar:

    Excelente invenção!

  • Lucas Ponce:

    “A GravityLight é a lâmpada criada pela dupla, e funciona com um peso que se movimenta um dínamo. Não tem baterias para serem descartadas ou substituídas; ele precisa apenas que alguém levante o peso de cerca de 9 kg a cada meia hora.”

    Ou seja, não é movido à gravidade, mas à arroz e feijão.

    • Pedro Teixeira:

      Seguindo o seu raciocínio, quase tudo o que construímos é movido a arroz e feijão, porque o trabalho humano é sempre necessário para que as máquinas se mantenham funcionando. Aliás, poderíamos ir mais fundo e dizer que tudo é movido a energia solar, não concorda?

  • crys:

    Bom,essa me parece uma invençao muito simples,e a pergunta é,porquê ainda não foi inventado isso?Não sendo muito pessimista mais com certeza ideias simples assim com certeza é mais comum do quê parece,o quê falta é vontade e financiamento para ajudar os mais necessitados.

  • Laércio Santilli:

    Muito inteligente!

  • Pedro Teixeira:

    Um peso que movimenta um pêndulo pela força da gravidade, algo que existe há muito, muito tempo em relógios. Isso é o tipo de ideia que nos faz dizer “por que ninguém pensou nisso antes?” Genial!

  • Magui:

    Sensacional! *-*

    é tão bom ver que existem pessoas que colocam a mão na massa pra ajudar os outros!
    Fora que fazem novas descobertas.

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