Durante muito tempo, o governo americano negou a existência de uma base chamada Área 51 — um advogado da Força Aérea chegou a dizer a um juiz federal, em 1995, que “não há nome para a operação próxima a Groom Lake”.
Isto acabou recentemente. A CIA, agência de inteligência dos EUA, atendendo a uma solicitação amparada pelo FOIA, Freedom of Information Act (“Ato de Liberdade de Informação”) americano, tornou público um documento de cerca de 400 páginas sobre a Área 51.
Agora, a base – que ostenta placas afirmando que “O Uso de Força Letal é Autorizado” contra invasores – está oficialmente no mapa.
O documento também cita a finalidade da Área 51: ela era base do avião espião U-2. Alguns dos objetivos das missões dos U-2, como o sobrevoo da China nos anos 1962 a 1975 para auxiliar a Índia, também são citados nos relatórios. Como não haviam satélites espiões na década de 1950 e início da década de 1960, as missões de sobrevoo eram comuns, mas precisavam ser mantidas em segredo.
Em 1960, um destes aviões supersecretos foi derrubado, dando início a uma crise diplomática, que só foi eclipsada por outra crise iniciada também por um U-2 – a dos misseis atômicos em Cuba (duas fotos feitas por um U-2 mostraram o que parecia ser uma instalação de mísseis sendo construída em Cuba, o que serviu de gatilho para a crise).
O segredo da base infelizmente acabou servindo a uma finalidade menos nobre: trabalhadores que tiveram sua saúde prejudicada pelas substâncias testadas ali e produzidas pela incineração de tudo que era descartado (até trailers) não conseguiram que o governo americano pagasse os custos médicos ou a medicação que eram obrigados a tomar por conta do envenenamento.
Agora, a Área 51 não é mais segredo. Ela de fato chama-se Área 51 e fica a cerca de 150 km a noroeste de Las Vegas. [PopSci, Washington Post, National Security Archive]