Brasileira ganha prêmio internacional por sua pesquisa em energia escura
Marcelle Soares-Santos venceu o Alvin Tollestrup Award (Prêmio Alvin Tollestrup) de Melhor Pesquisa de Pós-doutorado deste ano por suas contribuições para a pesquisa de energia escura, que vão desde a construção de instrumentos e comissionamento a análise física de alto nível.
The Universities Research Association (associação de 86 universidades orientadas à pesquisa cientifica situadas principalmente nos EUA) premia todos os anos o trabalho excepcional realizado por um pesquisador de pós-doutorado no Fermilab (laboratório especializado em física de partículas de alta energia dos EUA) ou em colaboração com cientistas do Fermilab.
Soares-Santos chegou ao Fermilab como uma estudante de doutorado da Universidade de São Paulo (Brasil), em 2010. Durante a construção do Câmera de Energia Escura do Fermilab e sua instalação no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, seu papel foi o de testar instrumentos através de simulações.
“Eu acho que é gratificante construir coisas, e eu pretendo fazer mais disso”, disse Soares-Santos. “É realmente fascinante saber que há equipamentos lá fora trazendo ciência não só para mim, mas para toda a comunidade astrofísica”.
Atualmente, Soares-Santos usa a Câmera para procurar novos aglomerados de galáxias nas imagens. “Estou produzindo um catálogo dos mais altos redshifts [desvios para o vermelho] já vistos”, disse. “Também será um dos maiores catálogos de aglomerados de galáxias publicados”.
O trabalho da brasileira se estende para além do objetivo original do levantamento: Marcelle também estuda a luz associada a eventos de ondas gravitacionais. Até o momento, ninguém observou esses eventos, que são produzidos a partir de colisões de estrelas de nêutrons ou colisões entre uma estrela de nêutrons e um buraco negro.
Brenna Flaugher, chefe do Departamento de Astrofísica do Fermilab, recomendou Soares-Santos para o prêmio por causa dessas diversas contribuições para o laboratório. “Marcelle é uma excelente pós-doutoranda. Ela trabalha com os dados para gerar resultados científicos e desenvolver novas maneiras de entender a formação do nosso universo”.
Além do reconhecimento, Soares-Santos disse que o prêmio tem um significado especial para ela por causa do nome que carrega. “É um prêmio em homenagem a alguém que também tem muita experiência em instrumentação”, disse Soares-Santos. “Alvin tem 90 anos de idade. No ano passado dei uma palestra, e ele estava sentado na primeira fila, fazendo perguntas e me testando. Eu quero ser assim”. [FNAL]
9 comentários
Parabens
Minha colega de IF-IAG da USP. Sempre alunos da USP. Como também aluno da USP, espero chegar próximo de tal nível algum dia. Se por um lado, isso é mais uma boa notícia para a USP, o ruim é saber que poucas universidades no Brasil tem alunos com chances de tais descobertas. A maioria apenas prepara gente visando o “mercado de traballho” e nem de longe temos uma cultura de pesquisa básica no nosso país.
Me orgulho de ter estudado na Mesma sala que ela na ETFES, fizemos eletrotécnica juntos.
Parabéns Marcelle, os frutos do seu trabalho nos ajudam a entender um pouco mais do nosso maravilhoso Universo!!!!
Parabéns a Marcelle por mais esta vitória e a Natasha por mais este excelente artigo !
“pra que isso tudo ? Ela nem marcou um gol ” … by Brasil
Parabéns, Marcela! Você tem um mundo novo se abrindo, desfrute-o cada momento. Quando se conhece a Natureza e como ela funciona vive-se melhor!!! Bacana, muito bacana!!!
My Respect!.
Parabéns!
fiquei muito feliz por ela!