NASA vai enviar drone para procurar vida na lua Titã

Por , em 12.07.2019

A NASA anunciou nesta semana que vai enviar uma nave para a superfície de Titã, a maior lua de Saturno. Este local é o principal candidato com potencial de abrigar vida microbiana no nosso Sistema Solar.

A missão foi chamada de Libélula pela agência, e envolverá uma nave que parece misto de helicóptero com drone para fazer pequenos voos exploratórios, pousando na superfície da lua. A duração planejada para esta missão é de dois anos, sendo que o lançamento deve acontecer em 2025 e o pouso apenas em 2034.

Para quem ficou desanimado com a perspectiva de acompanhar o pouso na lua Titã apenas daqui a 15 anos, lembre-se que essa nave terá uma viagem e tanto pela frente. Ela vai percorrer 1.351 milhões de km, e quando pousar na lua vai usar seus oito rotores para voar uma vez a cada dia de Titã, que equivale a cerca de 16 dias na Terra.

Misteriosa “ilha mágica” apareceu na lua Titã

Na lua, a nave vai conseguir voar com velocidade de 32 km/h e altitude de pouco mais de 3 km. A energia para seu funcionamento virá da decomposição de plutônio-238.

Além de seus curtos voos, esse drone vai passar a maior parte do tempo na superfície, explorando e coletando amostras para enviar informações para a Terra. Ele vai estudar a composição da atmosfera e das rochas, mapear a geografia do local e analisar se há condições químicas que permitem a vida.

A superfície de Titã é bastante variada, com rios, lagos e oceanos de etano e metano líquido. Há também água congelada e dunas de areia. A atmosfera é rica em nitrogênio e metano, ingredientes necessários para criar moléculas orgânicas complexas que podem conter aminoácidos, que por sua vez são a base da vida.

Além de tudo isso, as condições ambientais da lua parecem ser semelhantes à da Terra na era pré-biótica. Ou seja, estudar este ambiente vai trazer mais informações que podem nos ajudar a entender a formação do nosso planeta.

Descobertas recentes

O que sabemos sobre a lua Titã foi descoberto apenas recentemente, nos últimos 25 anos. Na década de 1970 a nave Voyager passou pela região, mas não conseguiu imagens da superfície dessa lua porque a atmosfera é duas vezes mais densa que a da Terra. Conseguimos olhar para Titã pela primeira vez apenas na década de 1990, com os sensores infravermelhos do telescópio Hubble.

Mas foi apenas em 2005, quando a sonda Huygens pousou na superfície da lua que os cientistas conseguiram saber mais sobre Titã. Na época, a sonda tirou fotos e as enviou para a Terra por apenas uma hora e meia, até a sua bateria terminar conforme planejado. Se tudo correr conforme planejado, a missão Libélula vai nos fornecer inúmeras informações, imagens e conhecimentos sobre Titã. Pena que vai demorar tanto. [Wired]

Deixe seu comentário!