Novas descobertas sobre o funcionamento da hipnose
Pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, afirmam ter descoberto que a atividade cerebral é diferente quando o paciente está hipnotizado. Eles fizeram experimentos usando ressonâncias magnéticas do cérebro para analisar os resultados.
Os pesquisadores utilizaram a ressonância magnética para analisar os cérebros de 12 pessoas que foram testadas com movimentos das mãos antes e depois de uma hipnose que paralisou a mão esquerda. Cojan afirma que mesmo depois da hipnose os neurônios do córtex motor ainda estavam se preparando para a tarefa.
O estudo conclui que a hipnose induz a uma desconexão de comandos motores de processos voluntários normais, que dependem da influência dos circuitos cerebrais envolvidos no controle executivo e na auto-imagem, de acordo com Yann Cojan, do Centro de Neurociência da Universidade de Genebra.
Cojan afirma que o estudo confirmou que a “conexão funcional é um processo muito importante do cérebro” – e que a hipnose é capaz de modificar este processo. A parte surpreendente do estudo foi que o córtex parecia ignorar partes do cérebro com o qual ele normalmente se comunica durante os movimentos, afirma o pesquisador. A hipnose modificou áreas envolvidas na atenção, e também mudou conexões entre o córtex motor e outras regiões.
Além das 12 pessoas que participaram do estudo hipnotizadas, os pesquisadores também analisaram os cérebros de seis pessoas que não tinham sido hipnotizadas mas que receberam a instrução de “mentir” para o cérebro, fingindo uma paralisia na mão. “Os resultados sugerem que a hipnose pode aumentar processos de auto-monitoramento para permitir representações internas geradas pela sugestão e até guiar comportamentos, mas não age diretamente na inibição motora”, afirma Cojan.
Nas pessoas estudadas, as mensagens não eram enviadas pelos canais convencionais do cérebro, então quando eles recebiam a ordem de levantar a mão esquerda, não conseguiam. Cojan afirma que o estudo descobriu que a hipnose induz uma desconexão entre os processos normais envolvidos no movimento corporal. “A descoberta é um importante passo para estabelecer fundações neurobiológicas para o grande impacto da hipnose no cérebro e no comportamento”, diz o pesquisador. [WebMD]