Esse é o documentário mais importante para você assistir no Netflix
Em “O dilema das redes” o documentarista Jeff Orlowski conversa com inúmeros executivos, engenheiros e CEOs do Vale do Silício que foram chave na criação do Facebook, Twitter, Instagram e outras das redes sociais mais usadas pelo mundo.
Eles falam sobre como as tecnologias que ajudaram a criar se transformaram na “economia da atenção”, causando desde problemas mentais em jovens até a desestabilização nações inteiras. Muitos deles temem que guerra civil seja causada por estas gigantescas inteligências artificiais.
“Se você quer controlar a população de um país nunca houve uma ferramenta tão eficaz quanto o Facebook.”
Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook
O vício que as mídias sociais causam não é acidental, elas são intencionalmente programadas e melhoram a cada dia. O intuito é você ficar o maior tempo possível neles aumentando o crescimento da rede e o faturamento. São máquinas de previsão que funcionam como caça níqueis que oferecem exatamente o que você quer ver levando a uma liberação de dopamina que o mantém voltando no app.
“Se você não está pagando, você é o produto”
Rolagem infinita, notificações push, recomendações personalizadas faz que você fique constantemente conectado. O objetivo não é apenas vender, mas modificar o seu comportamento gradual e lentamente ao transformá-lo no produto: uma vítima de propaganda seja comercial ou ideológica.
Os entrevistados são os próprios doutores Frankenstein que temem o poder de suas criaturas não apenas na saúde dos usuários, mas também nas bases da democracia mundial.
“Nunca antes na história 50 designers tomaram decisões que teriam um impacto em dois bilhões de pessoas”, afirmou Tristan Harris, um ex-especialista em ética de design do Google.
Anna Lembke, especialista em vício da Universidade de Stanford (EUA), explica como os gigantes da tecnologia manipulam nossas necessidades ancestrais em buscar relações com os demais humanos.
Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook, afirma enfaticamente que Rússia não hackeou o Facebook para influenciar as eleições de 2016 dos EUA; simplesmente fez uso do sistema.
O documentário conclui com algumas soluções para o problema: regulamentar estas que são as empresas mais ricas da história da humanidade.
Durante os créditos o consenso da maioria dos entrevistados é evidente sobre como reduzir o uso dos celulares: desativar todas as notificações.
Eu acabei de fazer isso.
“O dilema das redes” é eficaz em esclarecer a real ameaça que estas empresas representam para a civilização humana mas, curiosamente, será uma das recomendações dos mesmos algoritmos que critica.