Tumba de esqueleto grego de 3.500 anos possui obra-prima detalhada gravada em uma minúscula pedra preciosa

Por , em 8.11.2017

Uma impressionante obra de arte gravada em uma pedra preciosa com pouco mais de três centímetros foi descoberta por pesquisadores da Universidade de Cincinnati (EUA), depois que eles lavaram milhares de anos de calcário e sujeira do artefato.

A obra-prima foi encontrada há dois anos, mas, na época, foi difícil perceber sua importância.

A arte fazia parte de uma coleção de 1.400 artefatos desenterrados no túmulo de 3.500 anos de um guerreiro da Idade do Bronze, enterrado no sudoeste da Grécia.

A pedra, denominada “Pylos Combat Agate”, provavelmente era usada como uma pequena joia.

Surpresa

A tumba em si foi uma descoberta notável, tendo em vista que abrigava o esqueleto bem conservado do chamado “Griffin Warrior”, sendo que “warrior” significa “guerreiro”, e “griffin” remete a uma criatura mitológica chamada “grifo”, um animal com cabeça, bico e asas de águia e corpo de leão. O guerreiro foi enterrado com uma placa descrevendo tal criatura.

Entre as riquezas encontradas com o esqueleto, havia uma coleção de anéis dourados e uma espada de bronze. A pedra preciosa também foi coletada, mas sua arte só foi revelada após uma limpeza rotineira dos artefatos.

Os pesquisadores levaram quase um ano para conseguir ver os intrincados detalhes esculpidos em sua superfície. Seus achados foram publicados na revista Hesperia.

Repensando toda a história da arte

A escultura só pode ser bem observada com uma lente fotomicroscópica. Alguns dos detalhes do desenho possuem apenas meio milímetro.

Reprodução mostra os detalhes da obra

Uma lupa pode ter sido usada para criar essa obra, mas, de acordo com Shari Stocker, uma das principais escavadoras da tumba, nenhum tipo de ferramenta de ampliação desse período já foi encontrado.

Na verdade, obras de arte feitas com tanto detalhe só aparecem cerca de 1.000 anos mais tarde.

Que lenda esta pedra conta?

O túmulo em que a pedra foi encontrada está localizado na península do Peloponeso, em Pylos, no local do palácio do rei Nestor, conforme escrito no poema épico de Homero, “Odisseia”.

A cena mostra um guerreiro vitorioso que, depois de vencer seu primeiro oponente, levanta sua espada para mergulhá-la no pescoço de outro inimigo. Até músculos individuais podem ser vistos nos corpos humanos esculpidos na pedra. A representação tem toda a grandiosidade de outros épicos gregos posteriores, como “A Ilíada” e “Odisseia”.

Exatamente qual história retrata, no entanto, é um mistério. Os pesquisadores não têm pistas suficientes para vincular a descrição pictórica às tradições orais que mais tarde inspirariam Homero, em 700 aC.

Stocker e seus colegas pesquisadores acreditam que a cena provavelmente descreve uma lenda que teria sido bem conhecida na época.

Quem foi este guerreiro?

Os historiadores precisam agora repensar o calibre da arte sendo feita durante esse período, uma vez que não foram encontradas outras esculturas comparativamente detalhadas da Idade do Bronze.

O “Griffin Warrior” foi enterrado por volta de 1450 aC, durante um momento politicamente tumultuado da Grécia antiga – os micênicos, moradores do continente grego, haviam conquistado os minoicos, nativos da ilha de Creta. A arte minoica influenciou grandemente o continente grego, e muitos dos artefatos minoicos encontrados durante este período podem ter sido importados ou roubados.

Quanta influência os minoicos exerceram sobre a Grécia continental tem sido objeto de debate, e a descoberta do túmulo do guerreiro foi importante, porque indicou um alto nível de intercâmbio cultural.

O número de artefatos minoicos em seu túmulo sugere que o indivíduo enterrado poderia ter sido um membro da elite minoica, ou um micênico cativado pela cultura minoica. [NatGeo]

1 comentário

  • Otoniel Tiburtino:

    Simplesmente Sensacional. Já tive um Citrino e havia naturalmente um mosquito, que não fora catalogado mo Brasil.

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