Os cientistas criaram um mapa 3D de uma estrela explodindo, e o resultado é incrível
Cientistas de uma equipe internacional criaram um mapa 3D de uma explosão incrível: a supernova SN 1987A, tão brilhante que foi a primeira observável a olho nu em quase 400 anos.
O evento aconteceu um pouco mais de três décadas atrás. A estrela moribunda explodiu cerca de 168 mil anos-luz de distância, ardendo com a intensidade de 100 milhões de sóis.
Agora, pela primeira vez, os cientistas investigaram profundamente o coração desta erupção cósmica, detectando os começos moleculares de novos corpos que se formaram a partir dela.
Dois artigos foram publicados no The Astrophysical Journal Letters e no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Insight inacreditável
Sim, as supernovas sinalizam a morte de estrelas e podem pôr em perigo qualquer coisa no espaço que os rodeia. No entanto, como um maravilhoso ciclo vital, elas também produzem as reações químicas que geram a poeira cósmica, o material que pode continuar a formar a fundamentos de novas estrelas e planetas.
Usando o telescópio Atacama Large Millimeter/submillimetre Array (ALMA) no Chile, os pesquisadores conseguiram analisar e mapear em 3D a estrutura de novas moléculas tomando forma a partir dos restos da supernova.
Os cientistas descobriram a presença de novos elementos químicos que não haviam sido detectados anteriormente.
“Quando esta supernova explodiu, agora há mais de 30 anos, os astrônomos sabiam muito menos sobre a forma como esses eventos remodelam o espaço interestelar e como os restos brilhantes de uma estrela explodida finalmente esfriam e produzem novas moléculas”, disse o astrônomo Rémy Indebetouw, da Universidade da Virgínia, nos EUA. “Graças ao ALMA, podemos finalmente ver o pó de estrelas à medida que se forma, revelando importantes insights sobre a própria estrela original e a forma como as supernovas criam os blocos de construção básicos dos planetas”.
Descobertas
A equipe de pesquisa usou o ALMA para observar o núcleo da SN 1987A em comprimentos de onda milimétricos, entre luzes infravermelhas e ondas de rádio, olhando sem precedentes dentro do coração da estrela em explosão.
Com os resultados, eles conseguiram mapear a estrutura da supernova em 3D, revelando a localização e a abundância de moléculas recém-formadas dentro dela, incluindo monóxido de silício (SiO) e monóxido de carbono (CO).
Em um estudo separado, os pesquisadores também descreveram como o ALMA revelou a presença de outras formações moleculares previamente não detectadas dentro da supernova, incluindo cátion formílico (HCO +) e monóxido de enxofre (SO). O HCO + é especialmente interessante porque a sua formação requer uma mistura particularmente vigorosa durante a explosão.
De acordo com os pesquisadores, as revelações sobre essas novas moléculas significam que outras formações não detectadas também podem estar presentes no núcleo das supernovas. Com tempo, podemos melhorar muito a nossa compreensão de como nascem moléculas e poeira cósmica no interior desses eventos violentos. [ScienceAlert]
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Se está distante a 168 mil anos luz, como pode ter ocorrido a 30 décadas e ser detectado?