Cidade do México: passagem para o “submundo” é encontrada escondida sob a Pirâmide da Lua

Por , em 6.07.2017

Pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) da Cidade do México identificaram um túnel secreto abaixo da superfície de Teotihuacan, uma metrópole verdadeiramente antiga.

Usando tomografias, a passagem secreta foi encontrada 10 metros abaixo da grandiosa Pirâmide da Lua, e se estende até a área conhecida como “quadrado central”, usada para sacrifícios humanos e outros rituais perdidos há muito tempo.

Esta pirâmide é a estrutura mais alta da capital mexicana, e está cercada por uma versão menor, na onde os pesquisadores acreditam que o público assistia em pé os sacrifícios ocorrerem.

O túnel

O túnel se assemelha a outros encontrados na região, muitas vezes cobertos com oferendas e projetados para imitar passagens para o submundo.

Há também a chance de que ele seja a coluna central de uma rede de túneis escondidos por baixo da superfície da antiga cidade mexicana.

A própria pirâmide, construída para honrar o criador, a Grande Deusa de Teotihuacan, está cheia de sacrifícios humanos e pessoas enterradas vivas, juntamente com fragmentos de materiais como obsidiana, pedra verde e vários esqueletos de animais.

Como o túnel ainda não foi escavado, os pesquisadores não têm certeza do que exatamente ele contém, mas é provável que abrigue objetos e cadáveres semelhantes.

Teotihuacan

A origem dos fundadores de Teotihuacan permanece uma história misteriosa, mas a teoria mais plausível é de que a cidade começou a ser construída em torno de 300 a 100 anos aC.

No momento em que o primeiro milênio dC chegou, era a maior cidade das Américas pré-colombianas, contendo cerca de 125 mil habitantes. Isso também a tornaria a sexta metrópole mais populosa do mundo naquela época.

Não está claro se era o centro de um império ou mais como uma cidade-estado. De qualquer forma, suas influências arquitetônicas e culturais podem ser vistas em toda a América Central – seus milhares de murais já foram comparados, em beleza, aos dos pintores da Florença renascentista, na Itália.

História

Na época em que a influência de Teotihuacan começou a se espalhar pela região, a cidade era aparentemente governada por um homem que, com base nas descrições feitas pelos maias, os arqueólogos apelidaram de “Coruja Lançadora de Lança” (um pouco redundante em português, eu sei).

Por algum tempo, provavelmente não houve ameaças ao seu governo, já que nenhuma guarnição ou fortificação militar de qualquer tipo foi encontrada ao redor do sítio arqueológico. Eventualmente, porém, como parece ser sempre o caso, a civilização entrou em colapso e a cidade caiu em ruínas.

Evidências revelam que foi queimada até o chão ao redor do ano 500 dC. Como a maior parte do dano foi feito em edifícios que alojavam a classe dominante, é possível que a destruição da capital tenha sido induzida pela plebe.

Os astecas chegaram em Teotihuacan no século 14 e reivindicaram uma ascendência compartilhada com seu povo, tomando o local para si. Foram eles que deram aos templos seus nomes comumente usados, incluindo a Pirâmide da Lua. Provavelmente, os astecas não conheciam os túneis escondidos debaixo dela.

Patrimônio Mundial

Após a transformação do México através da colonização, conquista e globalização, a área tornou-se um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Agora, os pesquisadores têm muito trabalho pela frente para descobrir seus muitos segredos enterrados por camadas e camadas de história. [IFLS]

2 comentários

  • Igor Ferreira:

    Desculpe, parei de ler depois do “na onde”.

    • Jean Carvalho:

      As informações contidas no texto compensam tranquilamente o erro gramatical, que alias seja talvez apenas um erro de digitação…

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