Pesquisadores liberam centenas mosquitos da dengue infectados com bactéria
Pesquisadores brasileiros libertaram para o ar vários mosquitos infectados com uma bactéria que os impede de transmitir a dengue a seres humanos.
Dessa forma, os cientistas esperam combater essa doença tropical naturalmente.
Estima-se que cerca de 390 milhões de pessoas tenham dengue a cada ano. A condição não possui cura, e fica pior se o paciente a contrai mais de uma vez.
No ano passado, uma epidemia da doença atingiu o Brasil e o número de casos de dengue subiu incríveis 290%, constituindo um sério problema de saúde.
Agora, a esperança de diminuir gradativamente as infecções aparece na forma de uma bactéria: a Wolbachia.
Cientistas do instituto de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com sede no Rio de Janeiro, soltaram para o meio ambiente na última quarta-feira (24) mosquitos da dengue infectados com a Wolbachia, que pode bloquear a doença altamente infecciosa de chegar nos insetos e ser passada para os seres humanos.
O ato faz parte de um projeto global iniciado pela Austrália chamado “Eliminate Dengue: Our Chalange” (em português, “Eliminar a Dengue: Nosso Desafio”). A mesma ação também está ocorrendo na Austrália, no Vietnã e na Indonésia.
A partir de agora, 10 mil mosquitos Aedes aegypti serão liberados toda semana durante três ou quatro meses no bairro de Tubiacanga, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.
Nos próximos anos, outros três bairros devem receber os mosquitos com a bactéria: Urca e Vila Valqueire, no Rio de Janeiro, e Jurujuba, em Niterói.
Espera-se que as bactérias serão passadas através de gerações de mosquitos e, eventualmente, acabem com a habilidade dos insetos de espalhar a dengue. [MedicalXpress, G1]
6 comentários
Acho que afirmar que a condição (síndrome febril da dengue) não possui cura é um equivoco. O que pode acontecer são sequelas em casos mais graves da doença.
Marcos, pelo que eu entendi não há como curar alguém que tem dengue, o que tem é tratar os sintomas e esperar que a doença complete seu ciclo natural e torcer para a pessoa sobreviver.
Legal a tecnologia empregada, mas falta saber, esses mosquitos são de tipo dominante ou se tornam vitimas da seleção natural por estarem fragilizados com essa bactéria? Se não forem dominantes não adiantará nada…
Até onde eu vi, a Wolbachia não enfraquece ou fragiliza o mosquito.
Em relação a capacidade do virus da dengue criar resistência contra essa bactéria existe?
Talvez tenha, mas a Wolbachia também é um ser vivo, e também está sujeita a mutações, então se surgir um vírus da dengue com resistência à wolbachia, pode surgir também uma wolbachia para a qual o novo vírus da dengue não tenha resistência.