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Por que o cérebro de Einstein funcionava melhor do que o nosso

Muitos cientistas já suspeitavam que o cérebro de Albert Einstein era de alguma forma único. Agora, essa suspeita foi confirmada por um estudo da East China Normal University (China).

A genialidade de Einstein pode ter surgido, entre outras coisas, a partir da forma como os hemisférios de seu cérebro eram conectados.

O corpo caloso do físico – uma espessa “faixa” de fibras nervosas que separa o cérebro em hemisférios direito e esquerdo, permitindo a comunicação entre ambos, incluindo a transmissão de informações motora, sensorial e cognitiva – foi analisado em detalhes.

O principal autor do estudo, Weiwei Men, e seus colegas desenvolveram uma nova técnica para medir e comparar a espessura de subdivisões do corpo caloso ao longo de sua extensão – as partes do cérebro onde os nervos “atravessam” de um lado para o outro.

A espessura destas subdivisões indica o número de nervos que cruzam os hemisférios, mostrando, assim, quão bem “ligados” os dois lados do cérebro estão em regiões específicas, que facilitam funções diferentes dependendo do local onde o cruzamento ocorre.

Depois que Einstein morreu, seu cérebro foi removido e fotografado de vários ângulos. Também foi seccionado em 240 blocos e cortado para estudo. Por fim, 14 novas fotografias foram recentemente recuperadas, dando a neurocientistas ainda mais dados para trabalhar.

Estas informações foram usadas por Dean Falk, da Universidade Estadual da Flórida (EUA), para mostrar que Einstein tinha um córtex pré-frontal bastante singular. Falk mostrou também que as porções inferiores do somatossensorial primário e do córtex motor do físico eram significativamente expandidas no seu hemisfério esquerdo.

Usando esses dados, Men comparou o cérebro de Einstein com dois grupos de controle diferentes: 15 homens idosos, e 52 homens com 26 anos. Essa idade foi escolhida porque é a que Einstein possuía em 1905, o ano em que publicou quatro artigos que revolucionaram a física e as nossas concepções de espaço, tempo, massa e energia.

Os pesquisadores descobriram que o corpo caloso de Einstein era mais grosso na grande maioria das sub-regiões do seu cérebro em comparação com as seções correspondentes nos outros dois grupos, incluindo a porção rostral, o istmo e especialmente o esplênio.

É claro que Einstein tinha outros atributos neurológicos que contribuíram para sua inteligência, incluindo uma proporção excessivamente elevada de células gliais e um córtex pré-frontal de tamanho “extraordinário”. Em conjunto, essas características podem ter permitido suas habilidades visual-espaciais e matemáticas notáveis, e sua predileção por experiências de pensamento.

O estudo “The corpus callosum of Albert Einstein‘s brain: another clue to his high intelligence?” (em tradução literal, “O corpo caloso do cérebro de Albert Einstein: outra indicação para sua alta inteligência?”) foi publicado no periódico Brain. Clique aqui para lê-lo (em inglês). [io9]

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