Quanto tempo levou para a Terra se recuperar da maior extinção em massa?
250 milhões de anos atrás, a crise do fim do período Permiano atingiu a Terra. Foi o pior desastre do tipo: a maior extinção em massa do nosso planeta, que nos fez perder 90% das espécies (estimativas chegam a dizer que até 99% da vida na Terra se extinguiu).
Alguns acreditam que a causa dessa extinção foi o impacto de um meteorito ou uma atividade vulcânica. Outros pesquisadores dizem que a crise desencadeou uma série de choques físicos ambientais, como o aquecimento global, a chuva ácida, a acidificação do oceano e a anoxia (ausência de oxigênio) dos oceanos. A conclusão, de qualquer forma, é de que esse desastre alterou a composição do ar radicalmente no planeta.
A intensidade dessa crise, e crises sucessivas, fizeram com que levasse cerca de 10 milhões de anos para a vida na Terra se recuperar, de acordo com um novo estudo feito por Zhong-Qiang Chen, da Universidade de Geociências em Wuhan, China, e Michael Benton, da Universidade de Bristol, Reino Unido.
Nós, seres humanos, já causamos a extinção de espécies do planeta. Durante o nosso “mandato”, estimativas sugerem que dizimamos cerca de mil espécies de animais. Como existem (de que temos conhecimento) cerca de 8 milhões de espécies vivas hoje, isso significa que, mesmo de acordo com as estimativas mais pessimistas, acabamos com 0,01% de toda a vida animal.
Isso certamente não é motivo de orgulho, mas é muito pouco quando comparado com as grandes extinções da natureza. A comparação serve para você entender a gravidade da situação; nesse cenário, será que 10 milhões de anos foi muito tempo para tal recuperação?
A crise principal foi dramática o suficiente, mas cinco a seis milhões de anos após o desastre, o mundo continuou enfrentando condições péssimas para a existência da vida, como crises repetidas de carbono e de oxigênio, além de aquecimento global.
Essas condições não propícias impediram que os cerca de 10% das espécies sobreviventes se recuperassem rápido. Alguns até conseguiram se recuperar de forma relativamente rápida, mas a formação de sistemas complexos permanentes só foi possível após cerca de cinco milhões de anos.
Passada a gravidade dessas crises ambientais, novos grupos de animais surgiram no mar, como caranguejos, lagostas e répteis marinhos, que formaram a base dos futuros ecossistemas modernos.
Aquecimento global, chuva ácida, acidificação dos oceanos… Esses não são termos estranhos para nós, não é? Se tudo isso foi capaz de dizimar no mínimo 90% das espécies da Terra no passado, o que impede de isso acontecer de novo?
“As causas da morte das espécies – o aquecimento global, a chuva ácida, a acidificação dos oceanos – soam estranhamente familiares para nós hoje. Talvez possamos aprender alguma coisa com estes acontecimentos antigos”, disse o professor britânico Benton.
E é melhor aprendermos mesmo, a não ser que estejamos dispostos a esperar mais 10 milhões de anos por uma segunda chance.[ScienceDaily, Listverse]
10 comentários
É só parar-mos para pensar.
Todos os sinais da última extinção em massa que ocorreu há 250 milhões de anos estão aí, o processo de acidificação e desoxigenação dos oceanos, o aquecimento global, a chuva ácida a alteração visível do clima do planeta (nem sei em que estação estamos, pois não consigo mais distinguir verão de inverno, não vejo mais a primavera e o outono, não como antes), sendo que se o desequilíbrio grave do planeta quase o dizimou, fica bem claro que estamos entrando na sexta extinção em massa que parece acontecer periodicamente nesse planeta.
O que é engraçado são algumas curiosas coincidências:
Já fazem 250 milhões de anos da última extinção em massa e se elas obedecem a um ciclo, está justamente na hora de acontecer outra; as previsões bíblicas do apocalipse que dizem que chegaríamos a 2000 anos mas não passaríamos de doze; o calendário Maia que encerrou um ciclo em 2012; enfim, enquanto todos estavam apavorados do mundo simplesmente acabar instantaneamente nos anos 2000 e 2012 esqueceram que essas datas podem ter sido previsões dos nossos antepassados do começo do fim de uma era que como de costume é marcada por uma cataclismo.
E o homem? Simples!
Ele está fazendo o favor de acelerar o o processo que poderia levar milhares de anos para séculos (ou século!).
…”Degradando o ecosistema
O homem corrói a vida
Não a solução para o problema
Da sexta extinção em massa”…
Krisiun – Extinção em Massa
Dizem os sábios que a Terra,nos milhões de anos atrás,era um “bolha”,seu núcleo constituído de água,camada de base da superfície,encima da camada base de água havia uma camada de hidrogênio H4o e acima desta camada existia outra de H2o,suficientemente o calor foi transformando e evaporando ate chegar a camada H2o e a água oceânica,rios e Lagos.Existiam pássaros e aves para todas as camadas de oxigênio e o ar atmosféricos.Ate que emergiram os continentes,reduzir as espécies e até hoje temos o domínio.Digo isso porque sou extraterrestre.
“.. fica provado que a vida não é tão “especial” como os religiosos falam.”
E o que me diz da sua própria vida?
A vida é bonita, quando vista e sentida por nossos sensores de seres vivos. Mas assim como a biologia evolucionista afirma que a inteligência não é um fator vantajoso para a sobrevivência de um espécie (se formos olhar para a nossa então…) a vida em si é tão importante para o universo quanto uma pedra, uma cratera no solo, uma estrela anã perdida no espaço.
“… Alguns até conseguiram se recuperar de forma relativamente rápida, mas a formação de sistemas complexos permanentes só foi possível após cerca de cinco milhões de anos”.
Sempre me disseram que foi necessário alguns bilhões de anos para que a vida se desenvolvesse.. agora me dizem que depois de um extermínio de 99% de toda vida existente, apenas 5 milhões foram suficentes para recuperação…sic!!
nesse caso a vida já estava desenvolvida só precisava se espalhar e crescer
simples assim………?????
JHR, acho que você está confuso.
1. Levou talvez alguns milhões de anos para a vida surgir. Isto aconteceu há 3,8 bilhões de anos atrás.
2. Demorou alguns bilhões de anos até surgir a vida metazoária. Isto aconteceu há coisa de 600 milhões de anos atrás.
3. Quando ocorre extinção de 90% ou 99% da vida no planeta, restam 10% ou 1% dos seres vivos para, através de processos evolutivos naturais, repovoar o planeta de espécies em coisa de 10 milhões de anos. Estes 10% ou 1% não precisam fazer todas as etapas desde a origem da vida por que, olha só, ELES JÁ ESTÃO VIVOS, JÁ SÃO METAZOÁRIOS, E JÁ ESTÃO DIFERENCIADOS EM VÁRIOS FILOS. Então eles não “precisam” repassar a etapa da origem da vida, não “precisam” repassar a etapa do surgimento de metazoários, e não “precisam” se diferenciar em vários filos, por que já estão diferenciados.
Agora, se uma explosão de raios gama acontecer perto da Terra, e esterilizar o nosso planeta, aí, sim, precisa primeiro a vida se originar novamente, depois se diferenciar em vida metazoária, e depois em outros filos. Mas a Evolução não é um processo dirigido, então pode ser que se o planeta for esterilizado:
1. pode ser que a vida não surja novamente. Se as condições apropriadas não estiverem aí, nada de vida.
2. pode ser que a vida surja, mas nunca se torne metazoária. O planeta pode ser habitado até o fim do Sol por bactérias.
O que ninguém espera é que os mesmos animais que já existiram até hoje venham a surgir novamente por evolução. Isto muito provavelmente não vai acontecer.
Como diz o Cesar Grossmann, são muitas as variáveis. Vai depender do tipo de catástrofe. Vamos lembrar que existe vida complexa em lugares bem protegidos na terra (há Km debaixo da superfície, dentro de estruturas espaciais humanas, debaixo do gelo da Antártida). Mas se for um asteróide de grande impacto, a crosta vai levar até dois bilhões de anos pra esfriar. Como a estimativa de vida do sol é cinco bilhões, não haveria tempo para outra experiência falha como está de humanos…