Quebre a barreira do som sem sair da cadeira [vídeo]

Por , em 16.10.2012

Felix Baumgartner é o nome de uma pessoa muito, mas muito louca, que no último domingo, 14, realizou o salto livre mais arriscado da história do paraquedismo, em uma altura inédita: 36.600 metros, a partir da borda da estratosfera.

Como você já imagina, pular da estratosfera e quebrar a barreira do som não é bolinho não. A façanha foi planejada desde 2010 e patrocinada pela marca Red Bull, motivo pelo qual a missão foi batizada de Red Bull Stratos.

O mais recente vídeo da Red Bull nos mostra com alguns detalhes a queda supersônica de Felix Baumgartner.

Totalmente equipado com câmeras (duas no joelho esquerdo, duas no direito, e uma no peito) que filmaram em direção à sua cabeça, o vídeo feito por Felix nos dá uma pequena sensação de como o salto épico deve ter sido para ele. Alerta: não assista o vídeo se estiver acabado de comer.

No vídeo, dá para perceber que por muito tempo o que Felix viu foi a Terra girando incontrolavelmente ao seu redor (claro que é ele que estava girando). No mínimo, angustiante. Ver o vídeo com certeza não faz jus ao que o paraquedista deve ter sentido. Outro momento auge da gravação é quando notamos o vento no traje de Felix, conforme ele deixa o quase vácuo da estratosfera e cai para a troposfera.

Sem desmerecer em nenhum grau a imensa coragem e habilidade de Felix, temos que elogiar também a incrível tecnologia desenhada para mandar um cara para o espaço e permitir que ele despenque com segurança de volta a Terra.

Segredo de indústria

Desde a cápsula que levou Felix para 36 km acima da Terra (vista no início do vídeo) até o traje espacial pressurizado projetado especificamente para um pulo daquela altura e o paraquedas reserva programado para abrir caso ele espiralasse fora de controle (o que seriamente achei que tinha acontecido quando o vi rodando como um liquidificador), o salto estreou tecnologia que poderia contribuir para o mundo da ciência em outras áreas.

A cápsula Stratos, por exemplo, pesa 1.315 kg e é feita de uma fibra de vidro e epóxi (o mesmo tipo de liga de aço de cromo-molibdênio usada em carros de corrida). Com uma espuma de isolamento, Felix foi protegido de temperaturas tão baixas quanto -56 graus Celsius e uma pressão de 8 Gs.

Engenheiros do projeto dizem que a roupa usada por Felix, que lembra um traje espacial, poderia servir como um modelo para futuras viagens espaciais. O traje totalmente pressurizado foi testado para resistir a temperaturas tão altas quanto 37° C e tão baixas quanto -67° C. Os aspectos mais inovadores do equipamento, no entanto, podem ter sido os projetados para a mobilidade e visão.

Um paraquedista precisa da habilidade de se mover mais rapidamente do que, digamos, um astronauta preso no exterior da estação espacial internacional. O traje foi modificado para permitir maior mobilidade e um sistema de espelhos para visibilidade. Um controlador foi programado para ajustar a pressão com base na altitude atual do traje conforme Felix caía.

O capacete, viseira, luvas, etc., do traje de Felix foram todos desenhados para evitar qualquer incidente com que ele pudesse se deparar. Além das câmeras, o traje continha aparato para registrar dados como altitude, velocidade e localização de Felix e enviá-los ao controle da missão para monitorar seu progresso e paradeiro. Um GPS também foi colocado na roupa.

As câmeras usadas para gravar a missão, tanto no traje, quanto na cápsula, foram projetadas por fotógrafos especialistas em fotos em gravidade zero. Os aparelhos de alta resolução foram modificados em uma série de maneiras para as necessidades específicas da Red Bull Stratos, como carcaças pressurizadas com nitrogênio para protegê-las das temperaturas extremas, e filtros especiais para protegê-las do brilho do sol naquela altitude.

Seu paraquedas, o primeiro paraquedas pessoal usado para uma queda em velocidade supersônica, pesava 27 quilos, ou três vezes mais do que um paraquedas normal.

Com condições climáticas ideais, Felix abriu o paraquedas menos de três quilômetros acima da Terra, e foi capaz de orientar-se para o local de pouso no deserto do Novo México (EUA), cerca de 37 quilômetros a leste de onde ele tinha partido. O GPS dentro de seu traje permitiu que o helicóptero que o buscaria ao fim da missão o encontrasse.[NewScientist, CNN]

1 comentário

  • a sa:

    ele saiu da cadeira
    e não acredito que ele tenha ultrapassado a velocidade do som

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