Quedas frequentes e teste de retina podem ser indicadores de mal de Alzheimer

Por , em 20.07.2011

O mal de Alzheimer dá muito trabalho aos cientistas: além de ainda não ter cura, pesquisadores lutam para encontrar formas de detectar cedo a doença, antes do paciente começar a ter problemas de memória, e para desvendar quais drogas e tratamentos têm uma melhor chance de fazer a diferença para os doentes.

Agora, os pesquisadores podem ter marcado um ponto na corrida contra a complicada doença: eles descobriram que pessoas com risco de Alzheimer são duas vezes mais propensas a cair do que pessoas saudáveis, e que a doença também pode ser visível em exames de olho.

Normalmente, os pesquisadores utilizam varreduras do cérebro e testes de fluido espinhal para detectar mudanças relacionadas ao mal de Alzheimer, mas as técnicas são caras e impraticáveis para uso generalizado, além de nenhuma delas ser aprovada para uso rotineiro.

Sendo assim, as equipes estão à procura de outras alterações precoces que oferecem evidências do desenvolvimento da doença antes dos sintomas aparecerem.

Susan Stark, da Universidade Washington, EUA, observou se quedas frequentes podiam ser um sinal de alerta precoce da doença. Sua equipe estudou 125 pessoas que fizeram exames cerebrais e contribuíram com amostras de fluido espinhal. Cada participante do estudo manteve um diário de quantas vezes caíram ao longo de um período de oito meses.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas cujo exame cerebral detectou pré-sintomas do mal de Alzheimer eram duas vezes mais propensas a cair. Foi o primeiro estudo que ligou quedas a fases pré-clínica da doença, sugerindo que altas taxas de quedas podem ocorrer muito cedo no processo do Alzheimer.

Em um estudo separado, Shaun Frost, pesquisador de uma agência australiana de ciência, analisou se mudanças na retina na parte posterior do olho – que está intimamente relacionada ao cérebro – poderiam ser usadas para detectar o início do mal de Alzheimer.

A equipe de Frost descobriu que a largura de certos vasos sanguíneos era significativamente diferente em pessoas com sinais precoces da doença. As pessoas com vasos sanguíneos anormais em seus olhos também tinham mais placas de uma proteína relacionada ao Alzheimer, conhecida como beta-amilóide, descobertas em scanners cerebrais.

Segundo os pesquisadores, os resultados indicam uma relação entre alterações na retina e a taxa dessa proteína no cérebro. A boa notícia é de que o teste da retina é bem mais fácil e barato do que o scanner cerebral.

Frost acredita que é possível a utilização de testes de retina, juntamente com os testes de outros biomarcadores, para detectar o mal de Alzheimer precoce.

Os estudos ainda precisam ser confirmados por pesquisas mais amplas, mas já apontam algumas maneiras de diagnosticar cedo o mal de Alzheimer, preparando o campo e aumentando as chances dos pacientes para quando um bom tratamento for desenvolvido.[Reuters]

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