Stephen Hawking disse, em uma palestra na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, esta semana, que a criação da inteligência artificial será “quer a melhor, ou a pior coisa a acontecer com a humanidade”.
A palestra comemorou a abertura do novo Centro Leverhulme do Futuro da Inteligência da universidade, onde algumas das melhores mentes da ciência vão tentar responder a perguntas sobre o futuro de robôs e da inteligência artificial – algo que Hawking crê que precisamos fazer muito mais.
“Passamos muito tempo estudando a história, uma que, vamos assumir, é na maior parte a história da estupidez”, afirmou o físico.
Mas, apesar de todo o tempo gasto analisando os nossos erros do passado, parece que os cometemos novamente com frequência. “Portanto, é uma mudança bem-vinda que as pessoas estejam estudando o futuro da inteligência em vez disso”, explicou.
Preocupações
Não é a primeira vez que Hawking tem expressado preocupação com a inteligência artificial. Ano passado, ele se juntou a vários nomes proeminentes, como Elon Musk, para escrever uma carta aberta pedindo aos governos para proibir armas autônomas que poderiam um dia ser capazes de voltar-se contra os seres humanos.
Ele também disse anteriormente que “o desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana”.
Na recente palestra, ele admitiu que ainda estava preocupado com “armas poderosas autônomas” e “novos caminhos para os poucos de oprimir os muitos” que vêm com a inteligência artificial, mas que podemos abordar estas questões de um novo ângulo, usando a tecnologia para fazer o bem.
“Nós não podemos prever o que podemos conseguir quando nossas próprias mentes forem amplificadas pela inteligência artificial. Talvez com as ferramentas desta nova revolução tecnológica, seremos capazes de desfazer alguns dos danos causados ao mundo natural pela industrialização, e com certeza tentaremos erradicar definitivamente a doença e a pobreza”, disse.
Centro Leverhulme do Futuro da Inteligência
O Centro Leverhulme do Futuro da Inteligência da Universidade de Cambridge, onde Hawking é professor, recebeu mais de £ 10 milhões (no câmbio atual, cerca de R$ 38 milhões) em doações para executar projetos de pesquisa que irão reforçar o potencial futuro da inteligência artificial, enquanto trata cuidadosamente de seus riscos.
A instituição foi inspirada em parte por outro centro da universidade: o Centro Para o Risco Existencial, que examina problemas potenciais que poderiam levar à extinção da humanidade.
Enquanto este centro concentra-se em uma gama grande de ameaças, como alterações climáticas e guerras, o novo Centro Leverhulme vai analisar especificamente os problemas que podem surgir a partir de máquinas que pensam e aprendem como os humanos.
“A inteligência das máquinas é um dos temas que definirão nosso século, e os desafios de garantir que fazemos bom uso de suas oportunidades são aqueles que todos nós enfrentamos juntos”, disse o diretor do Centro Leverhulme, Huw Price. “No momento, no entanto, mal começamos a considerar as suas ramificações, boas ou más”. [ScienceAlert]