Stonehenge: arqueólogos descobrem dezenas de monumentos sob o local

Por , em 12.09.2014

Usando um poderoso radar de penetração no solo (RPS), pesquisadores que trabalham em torno de Stonehenge detectaram um tesouro completamente inesperado. Debaixo da terra se escondem túmulos funerários, capelas, santuários, poços e – o mais notável de todos – um monumento megalítico maciço composto por mais de 50 pedras gigantes enterrados ao longo de um invólucro em forma de C de mais de 300 metros de comprimento.

Esta notícia surreal está redefinindo praticamente tudo o que pensávamos que sabíamos sobre Stonehenge. Apenas uma semana depois de descobrir que ele já foi um círculo completo, os arqueólogos das Universidades de Birmingham e Bradford, e do Instituto Ludwig Boltzmann, em Viena, romperam a imagem de Stonehenge como um lugar desolado e solitário.

Novas descobertas em Stonehenge

Depois de quatro anos de trabalho árduo usando um magnetômetro – o RPS – e um scanner a laser 3D, os arqueólogos mostraram que o local histórico já foi um complexo que se estendia por quilômetros. E ainda há o previamente desconhecido “super henge,” um monumento localizado a apenas três quilômetros de Stonehenge.

Scans sugerem que cada pedra enterrada tem cerca de três metros de comprimento e 1,5 metros de largura. As pedras estão posicionadas horizontalmente, e não verticalmente, mas é concebível que originalmente estivessem em pé. Os arqueólogos suspeitam que elas foram trazidas para o local pouco antes de 2.500 aC.

Stonehenge 2

O invólucro em forma de C – com mais de 330 metros de largura e mais de 400 metros de comprimento – ficava virado diretamente para o rio Avon. Sendo um complexo religioso, o local quase certamente teria tido uma ligação profundamente espiritual e ritual com o rio. Mas precisamente por isso é um completo mistério, embora seja possível que esse trecho específico da água fosse considerada uma divindade. Sim, fãs de “As Brumas de Avalon”, seus sonhos mais obscenos estão se tornando realidade.

Os outros santuários religiosos do mesmo estilo henge dos períodos Neolítico e da Idade do Bronze variam entre 10 e 30 metros de diâmetro.

As imagens computadorizadas ainda revelaram cerca de 20 grandes poços rituais, cada um com até cinco metros de diâmetro. Cerca de uma dezena de túmulos da Idade do Bronze foram descobertos, junto com quatro santuários ou túmulos da Idade do Ferro, e meia dúzia de recintos domésticos e de gado da Idade do Bronze e da Idade do Ferro.

Sob um dos montes, os pesquisadores identificaram uma construção de madeira de 33 metros de comprimento datada em cerca de 6.000 anos de idade. Acredita-se que ela era usada para enterros rituais e práticas do gênero. “[O prédio] tem três fileiras de postes sustentando o teto. Tem aproximadamente 300 metros quadrados e é ligeiramente trapezoidal, o que é interessante, pois, no mesmo período no continente, cerca de 100 a 200 anos antes, também encontramos esse tipo de edifício trapezoidal relacionado com megálitos (pedras gigantes)”, observou Wolfgang Neubauer, do Instituto Ludwig Boltzmann.

Os monumentos e estruturas não foram todas construídos ao mesmo tempo, então o complexo não foi concebido ou planejado como um todo.

Uma análise mais aprofundada revela exatamente como o lugar evoluiu através dos tempos. Vários desses detalhes são mostrados no documentário “Operation Stonehenge: What Lies Beneath”, da BBC, lançado nesta semana. [io9, Time, BBC]

6 comentários

  • Cesar Grossmann:

    Minha explicação fantástica: era uma escola de engenharia monumental da antiguidade.

  • Wanda Regina Laguna:

    Quando descobrirem os vestígios da nossa civilização no futuro vão dizer que os nossos metrôs e usinas eram complexos religiosos. Tudo que os arqueólogos não sabem para que serve é objeto de culto. O que dirão que são os nossos pendrives? Peças de colares? Rsrsrs

    • Cesar Grossmann:

      Hmmm… Não. Objetos de culto são objetos inúteis. Metrôs e usinas não são objetos inúteis e, a menos que os arqueólogos do futuro venham de um outro planeta em que transporte e geração de energia sejam coisas inúteis, eles não vão chamar estes de objetos inúteis. E existem objetos que a arqueologia moderna não sabe o que é e não chama de “objeto de culto”.

  • André Luiz Almeida:

    Putz o video foi retirado. O.o

  • Ricardo Lessa:

    Legal.
    Por favor, trocar “arqueologistas” por “arqueólogos”.
    Sds,

    • Marcelo Ribeiro:

      Feito. Gratos pelo aviso.

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