Astrônomos observam 10 milhões de estrelas em busca de tecnologia alienígena
Encontrar uma civilização alienígena ainda não está nos planos deste estranho ano de 2020. Um estudo amplo observou 10 milhões de estrelas e foi incapaz de descobrir qualquer sinal de tecnologia alienígena através de tecnoassinaturas.
O novo estudo, publicado esta semana na revista científica Publications of the Astronomical Society of Australia, explica como o SETI realizou a busca por inteligência extraterreste usando o Murchison Widefield Array (MWA), um conjunto de mais de 4 mil antenas na Austrália. O MWA é um detector de ondas de rádio espaciais composto por 256 conjuntos com 16 antenas “aracnídeas” cada.
Até os equipamentos astronômicos parecem que querem matar você na Austrália
A astrofísica Chenoa Tremblay (CSIRO, Austrália) e o co-autor Stephen Tingay (Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia) utilizaram o MWA com atenção a “tecnossinaturas”. A área pesquisada foi um trecho do céu na região da constelação Vela. Segundo a astrofísica a área é relevante já que há grande quantidade de antigas supernovas que impulsionam novas gerações de estrelas.
O que é uma tecnoassinatura
Em poucas palavras tecnoassinaturas são sinais de rádio que poderiam indicar tecnologia extraterrestre. Mas como podemos encontrá-las?
A astrofísica diz que o faz através da busca por sinais repetitivos, análogos ao alarme de um carro (mas na forma de rádio) ou talvez ou algum sinal especificamente construído para isso.
Ao observar a região com 10,3 milhões de estrelas de Vela durante 17 horas não foram encontrados sinais desconhecidos. Na região existem seis exoplanetas já detectados, mas é provável que existam milhões deles, na realidade. É como encontrar uma gota de óleo no oceano mas estudando “um volume de água equivalente para uma grande piscina no quintal”.
Outro problema
“Procurar tecnoassinaturas é presumir que a civilização possui tecnologia semelhante à nossa”, afirma Tremblay. Mas vida inteligente não significa necessariamente a invenção de comunicação por rádio, segundo ela.
Parte do trabalho da equipe também é examinar locais em que são observadas moléculas essenciais para a vida e buscar por tecnoassinaturas nestes pontos.
No futuro a equipe pretende observar mais detalhadamente o centro da nossa galáxia. A busca é bem mais complicada do que buscar uma agulha em um palheiro, mas as descobertas de outras áreas da ciência indicam onde os cientistas deverão olhar a seguir. Mas é assim que a ciência avança: com um esforço colaborativo.
No começo deste mês cientistas divulgaram uma nova análise de informações aumentando as restrições nas radiotransmissões com origem na própria Via Láctea. Dessa maneira será mais fácil identificar para onde devemos apontar nossos “ouvidos” cósmicos. Os resultados da análise levaram a conclusão que menos de 0,04% dos sistemas de estrelas teriam condições de abrigar civilização extraterrestre que possamos detectar.
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