Telescópio gigante na China acabou de detectar sinais repetitivos distantes
Em julho de 2016 a China apresentou o maior radiotelescópio do mundo, com o comprimento de 30 campos de futebol (veja modelo do telescópio na imagem principal). Este telescópio fica ao lado de uma cadeia de montanhas na província Guizhou do sudoeste Chinês. Pois o Aperture Spherical Telescope, chamado de FAST, acabou de identificar sinais repetitivos do tipo rajada rápida de rádio (FRB).
As FRBs são um fenômeno astrofísico de alta energia com pulsos de poucos milissegundos. Esses sinais viajam de partes distantes do universo. O primeiro deles foi captado em 2007, mas outros foram detectados desde então.
Apesar de astrônomos terem feito progresso impressionante na detecção de FRBs, ainda não sabemos muito sobre a origem delas. É possível que essas rajadas se originem de buracos negros ou talvez de estrelas de nêutrons.
O que é empolgante sobre a detecção feita nestes últimos meses de agosto e setembro pelo radiotelescópio FAST é que esses sinais têm sido repetitivos. Essa rajada foi batizada de FRB 121102. Ela foi identificada pela primeira vez em 2012 pelo Observatório Arecibo em Porto Rico.
Pesquisadores apontam que este sinal viajou aproximadamente 3 bilhões de anos-luz através do universo para nos alcançar.
O FRB 121102 foi detectado recentemente pelo FAST no dia 30 de agosto e depois no dia 3 de setembro, quando mais de 20 pulsos foram registrados. Isso caracteriza este sinal como particularmente persistente.
“Eu acho que é incrível que a natureza produza algo assim. Também acho que tem alguma informação muito importante nessa estrutura que nós temos que descobrir como codificá-la. Tem sido muito divertido tentar descobrir exatamente o que isso é”, afirmou ao ScienceAlert o físico Ziggy Pleunis, da Universidade McGill (Canadá). Pleunis ajudou a detalhar oito novos FRBs em um artigo publicado em agosto.
Além das hipóteses da origem dos pulsos em buracos negros ou estrelas de nêutrons, outros astrônomos argumentam que podem haver razões diferentes para a existência desses pulsos, o que poderia explicar porque o FRB 121102 se repete o outros não fazem isso.
A boa notícia é que a equipe que trabalha no FAST já conseguiu eliminar interferência de satélites e de aeronaves sobre as medições realizadas.
Com a coleta de dados feitos com a ajuda do FAST, nossa base de dados sobre esses sinais intrigantes está crescendo, e esperamos que este mistério possa ser resolvido nos próximos anos. [ScienceAlert]