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Físicos quânticos teletransportam partícula de luz por 25 km

Físicos da Universidade de Genebra, na Suíça, conseguiram teletransportar o estado quântico de um fóton para um cristal ao longo de 25 quilômetros de fibra óptica. O estudo foi publicado na revista “Nature Photonics”. O experimento quebra o recorde anterior de seis quilômetros, alcançado há dez anos pela mesma equipe.

O teletransporte quântico envolve mover pequenas porções de dados de um lugar para outro instantaneamente, através de um fenômeno conhecido como entrelaçamento quântico. Entrelaçamento é quando duas partículas conectadas agem como gêmeas, mesmo quando estão separadas, e significa que a informação pode imediatamente ser passada de uma para o outra sem que elas se toquem.

Os pesquisadores estão fascinados com o teletransporte quântico, pois ele poderia revolucionar a forma de carregar e transmitir dados. Porém, a maior dificuldade até agora era encontrar maneiras pelas quais a informação quântica armazenada em luz podia ser utilizada ​​em sistemas de comunicação existentes, que são baseados em matéria, e transferida por mais do que alguns quilômetros.

Neste novo experimento, os físicos usaram dois fótons emaranhados e enviaram um deles ao longo de 25 km de fibra óptica, enquanto o outro foi enviado para um cristal, que guardava suas informações. Um terceiro fóton foi enviado como uma bola de sinuca pela fibra óptica, batendo no primeiro fóton e obliterando ambos. Entretanto, os cientistas descobriram que as informações do terceiro fóton não foram realmente destruídas; na verdade, foram transferidas para o cristal contendo o segundo fóton emaranhado.

Ir da luz à matéria usando o teletransporte de um fóton a um cristal mostra que, na física quântica, não é a composição de uma partícula que é importante, mas sim o seu estado, uma vez que esta pode existir e persistir fora de tais diferenças extremas como aquelas que distinguem a luz da matéria.

Estas últimas experiências permitiram verificar que o estado quântico de um fóton pode ser mantido enquanto ele é transportado a um cristal sem que os dois entrem diretamente em contato.

Para entendermos melhor o que acontece, é preciso imaginar o cristal como um banco de memória para armazenar informações do fóton, sendo que o último é transferido por estas distâncias usando o efeito de teletransporte.

Há ainda um longo caminho a percorrer antes que nós comecemos a usar o teletransporte quântico em sistemas de comunicação, mas este foi um passo importante para a área. [Science Alert, Science20]

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