Tubarões que brilham no escuro são descobertos na costa da Nova Zelândia

Por , em 5.03.2021
Crédito: MALLEFET, STEVENS AND DUCHATELET

Cientistas dizem ter descoberto três espécies desconhecidas de tubarões de águas profundas que vivem da Nova Zelândia e brilham no escuro.

As espécies foram coletadas no Chatham Rise — uma área do fundo oceânico a leste da Nova Zelândia — em janeiro do ano passado, de acordo com o estudo.

Um deles, o Dalatias licha, é hoje o maior vertebrado bioluminescente conhecido e pode atingir até 1,80m.

A bioluminescência também foi confirmada no Etmopterus lucifer e no Etmopterus granulosus.

As três espécies já eram conhecidas pelos biólogos marinhos, mas esta é a primeira vez que o fenômeno da bioluminescência — organismos que emitem luz — foi identificado neles.

Enquanto muitos animais marinhos, assim como alguns insetos (vagalumes, por exemplo) produzem sua própria luz, esta o fenômeno é observado em tubarões maiores.

Os pesquisadores sugerem que as barrigas brilhantes dos tubarões podem ajudá-los a se esconder de predadores ou outras ameaças abaixo deles.

Eles dizem que a bioluminescência é alcançada através de milhares de células produtoras de luz localizadas na pele dos tubarões.

As três espécies estudadas habitam um espaço chamado zona mesopélgica, muitas vezes chamada de zona crepuscular, que varia de 200m a 1.000m de profundidade (a profundidade máxima alcançada pela luz solar).

As espécies em questão enfrentam um ambiente sem opções de esconderijos, daí a necessidade de luminosidade como forma de camuflagem, acrescentam os pesquisadores.

No estudo, os cientistas da Université Catholique de Louvain, na Bélgica, e do Instituto Nacional de Pesquisa Hídrica e Atmosférica da Nova Zelândia explicam a importância da bioluminescência para criaturas marinhas:

“Muitas vezes tem sido visto como um evento espetacular, mas incomum no mar, mas considerando a vastidão do mar profundo e a ocorrência de organismos luminosos nesta zona, agora é cada vez mais óbvio que produzir luz em profundidade deve desempenhar um papel importante estruturando o maior ecossistema do nosso planeta”. [BBC]

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