Observe com atenção esta imagem de uma nebulosa. Trata-se da uma bolha de gás hidrogênio e hélio, e poeira expelida por uma estrela nos estertores da morte.
Nem todas as estrelas, ao morrerem, explodem feito supernovas ou hipernovas. Estrelas com massa entre 0,8 e 8 massas solares sofrem um processo de expansão gradual, ao mesmo tempo que perdem suas camadas externas para o espaço.
O resultado é uma bela imagem como esta, que tem o nome de Fantasma de Júpiter, embora não tenha nada a ver com o planeta – apenas tem o mesmo tamanho aparente no céu. No centro de uma concha quase esférica de gás e poeira em expansão, está uma estrela anã branca a meros 3.000 anos luz de nós, visível na constelação da Hidra.
A imagem foi feita utilizando técnicas de computação gráfica para representar o que de outra forma seria invisível aos nossos olhos. A cor azul representa as emissões de raio-X que vem do gás, que tem a estonteante temperatura de mais de dois milhões de graus. Esta alta temperatura é resultado do choque dos ventos estelares a 2.400 km/s, contra o gás ambiente.
A cor verde apresenta concentrações de gás mais frias, que podem ser vistas a olho nu, aqui mostradas através das emissões de oxigênio. As pequenas chamas alaranjadas são bolhas de gás mais frias ainda, vistas aqui através da luz visível emitida pelo nitrogênio.
Bolhas de gás e poeira deste jeito, esféricas, recebem o nome de nebulosas planetárias porque, aos olhos dos astrônomos do século 18, que as descobriram, se assemelhavam a planetas.
Esta daí, além do nome informal de Fantasma de Júpiter, está catalogada desde o século 19 como NGC 3242. A imagem combina dados de raio-X obtidos em 2003 pelo telescópio XMM-Newton da ESA (azul) com observações ópticas feitas pelo Hubble Space Telescope (verde e vermelho).
Um dia, nosso sol será uma anã branca e terá sua própria esfera de gás e poeira em expansão. O que será da Terra neste dia? [io9, ESA]