Átomo de hidrogênio monstra o nascimento do universo

Por , em 11.09.2012

Olhar para o espaço com um telescópio é olhar para o passado. Quanto mais longe se vê, mais no passado se está vendo. Mas, mesmo com os telescópios mais poderosos, os astrônomos só conseguem ver galáxias a partir do período que o universo tinha 700 milhões de anos.

Agora, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv (Israel) desenvolveu um método para “enxergar” o universo até o período em que ele tinha apenas 150 milhões de anos, quando começou a “Era da Escuridão”, indo até os 800 milhões de anos, mais ou menos. O método, publicado no periódico “Nature”, utiliza radiotelescópios para procurar por radiação eletromagnética na faixa dos 21cm.

Estas são as ondas emitidas por átomo de hidrogênio, que eram abundantes nos primeiros dias do universo. As estrelas aqueciam o átomo de hidrogênio interestelar, que ao ser aquecido emitia esta radiação na faixa dos 21 cm.

Átomo de hidrogênio

A leitura dos padrões de ondas no céu mostra onde haviam mais estrelas, permitindo mapear as galáxias da época, que tinham um milhonésimo do tamanho das galáxias atuais. As diferenças de movimento da matéria escura e gás afetam a formação de estrelas, e produzem uma flutuação que torna fácil distinguir estas ondas das emissões de rádio locais. Além disso, a intensidade das ondas é proporcional à temperatura do gás, e esta também é dependente do número de estrelas nas proximidades, ou seja, onde o gás é mais quente, havia mais estrelas. Com isto, pode-se mapear como era o universo naquela época, determinando como as estrelas e galáxias se distribuíam.

Esta área de investigação astronômica é chamada de “cosmologia dos 21 centímetros”, e é uma área nascente de pesquisas. Cinco diferentes radio telescópios estão sendo construídos para detectar estas emissões, focando, por enquanto, o momento em que o universo tinha 500 milhões de anos. Com sua pesquisa, o professor Rennan Barkana, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Tel Aviv, espera encontrar algumas surpresas, envolvendo as propriedades das primeiras estrelas. As observações podem revelar uma realidade cosmológica mais complicada do que a prevista pelos modelos.[Science Daily]

7 comentários

  • Jorginho:

    Grande Cesar, nos poderia simplificar sua tese?
    Abraço.

  • Alberto Campos:

    Não se sabe quase nada do universo. Especula-se que houve o big bang, E se não aconteceu o big bang? Eu penso de maneira diferente: não aconteceu o big bang. Para ser mais sintético, sugiro que se leia o blog: “Olhando o Universo”. Lá terá uma explicação diferente e mais lógica (acredito). Sem estas histórias impossíveis, como singularidade, átomo primordial, paridade, etc.

    Portanto quanto mais longe se vê, mais no passado se está vendo.
    procurar por radiação eletromagnética na faixa dos 21cm.
    radiotelescópios para procurar por radiação eletromagnética na faixa dos 21cm.

  • Francisco B O L:

    Jonatas, me explica como estamos aqui, se nenhum objeto sólido pode viajar mais que a velocidade da luz… e estamos a tanto tempo aqui observando a luz que veio do bigbang?

  • Andre Luis:

    Bem, se não é possivel voltar ao passado, então pelo menos é possivel observá-lo!

    • Francisco B O L:

      André,
      Fico pensando… se o universo se expande… o que existe na fronteira desta expansão?

    • Andre Luis:

      Francisco BOL, eu particularmente não sei responder esta questão, acredito que isto perpetua na mente de muitas pessoas que acreditam na expansão do Universo. Mas eu acredito que o ser humano ainda terá respostas mais concretas quanto ao cosmos. Eu creio que talvez a explicação para tudo que ocorre no Universo seja algo tão complexo que a racionalidade humana ainda não é capaz de compreender. Eu acredito que um dia a nossa compreensão do Universo será muito maior, e questões como estas serão compreendidas muito simples e lógicamente. Para esta pergunta da expansão do Universo, a primeira coisa que vem a minha cabeça é que existe um vazio ainda não conhecido por nós, aonde a física tem uma dança diferente, que abriga o nosso Universo ou talvez a existência de um outro Universo ainda maior, aonde todos nós estamos contidos. Eu acredito que deva existir civilizações longíquas que tenham um grande conhecimento do mecanismo universal.

    • Cesar Grossmann:

      Não existe “fronteira da expansão”. O Big Bang não é “uma explosão acontecendo no meio do espaço vazio”. Também não existe um lugar que seja “o centro da explosão do Big Bang”.

      Estas são todas noções errôneas sobre o Big Bang.

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