5 lições de vida para quem sofreu bullying

Por , em 13.02.2014

O termo pode ser relativamente recente, mas o fenômeno é um velho conhecido. Você sofria bullying quando ia à escola? Talvez no condomínio, no clube, ou em qualquer lugar longe da supervisão de adultos onde as crianças mais explosivas davam asas à malvadeza infernizando a vida de outras?

Para os que costumavam ser o lado oprimido dessa relação, um escritor finlandês resumiu suas próprias experiências em cinco lições que, segundo ele, foram carregadas para o resto da vida. Confira a lista:

5. Não existe pessoa menos vulnerável ao bullying

Em uma sala de aula, havia alguns tipos clássicos que a sociedade já não aceitava logo de cara. Estes pareciam, aos olhos da massa, estar pedindo para sofrerem nas mãos da garotada mais cruel. Mas esta parcela consistia em uma minoria.

Em uma turma de 40 alunos nos anos 90, por exemplo, poderia haver três ou quatro nerds estereotipados, que usavam óculos, sentavam na primeira fila e levavam lancheira com Toddyinho, mas o bullying não se restringia a este pequeno grupo. Em uma relação de mais fortes e mais fracos, especialmente na parte física, muitas crianças se tornaram vítimas em dado momento.

4. Bullying não é uma luta entre o Bem e o Mal

Psicólogos podem esclarecer isso com precisão, mas é óbvio que nem as crianças opressoras não têm maldade pura e trevas profundas no coração. Boa parte delas usa o bullying como forma de descarregar um peso emocional que pode ter razões familiares ou externas. Mas é claro que não é fácil explicar isso a uma criança que tem a cueca puxada pelos amiguinhos todo santo dia.

3. Os espectadores são piores do que os “bullies”

O velho ditado “a ocasião faz o ladrão” cabe muito bem nesse caso. O bullying só é endêmico nos grupos sociais infantis e adolescentes porque há público para aplaudir. Se todas as crianças reprovassem quando um deles jogasse areia no sanduíche do colega, o pestinha logo seria forçado a parar. Mas o bullying quase sempre é acompanhado de risadas e encorajamento do público ao redor.

E será que os adultos são muito diferentes? Quase todo mundo tem uma atração intrínseca por violência, seja no noticiário, no entretenimento ou na vida real. Quando duas pessoas se beijam, é comum virar o rosto para o outro lado; mas dois brigões costumam atrair uma plateia em torno de si em questão de segundos. Alguns alegam que isso seja parte da natureza humana. O que você acha?

2. O desejo por vingança é uma coisa ruim

O bullying depende de um desequilíbrio natural de forças. Quando uma criança oprime a outra dia após dia, é bem provável que haja uma explicação plausível para isso. Em alguns casos, pode ser recomendável para a vítima enfrentar o perigo e dar um basta na situação.

O problema é que vítimas constantes de bullying tendem a acumular raiva e sede de vingança, principalmente se não tiverem amigos com quem se abrir. Quando esse sentimento explode de uma vez só, as consequências podem ser trágicas; não são raros os casos de crianças que conseguem uma arma e promovem catástrofes. O mais aconselhável para as vítimas, portanto, é não se fechar para o mundo, e liberar a raiva em doses saudáveis.

1. Um dia o bullying acaba

Há várias formas de encerrar uma longa carreira de vítima de bullying. Em alguns casos, a puberdade trata de equivaler os opositores no quesito de força física, ou até inverter a vantagem. Em outros, os antigos opressores simplesmente amadurecem, percebem o mal que causam ao próximo e o deixam em paz.

A não ser que o sofrimento tenha sido realmente traumático, ele logo deve passar. O ideal é que as antigas vítimas não retenham nenhum tipo de rancor ou mágoas em relação a um passado tão distante; de que serviria isso, afinal? Se você encontrasse hoje, na rua, um colega que te fazia mal na 5ª série, será que teria alguma raiva guardada? É bem provável que não. [Cracked.com / Washington Post]

28 comentários

  • Raquel Adrien:

    Pior eu,que sou transexual,e sofri rejeição a vida toda.Não,o tempo nao apaga essas marcas.

  • Denis Loureiro:

    Só acabou quando eu enfrentei um por um, até ser respeitado. E os que enfrentei primeiro foram sofrendo bullying dos últimos… Parece realmente que existe uma ferramenta de descarrego emocional ao realizar Bullying, eles precisam desesperadamente de um alvo para se mostrar superior e forte, talvez o inverso de sua vida em seus Universos pessoais…

  • Marina D.M.:

    “Se você encontrasse hoje, na rua, um colega que te fazia mal na 5ª série, será que teria alguma raiva guardada?”
    Siiiiimmmm…. tenho muita raiva!!! kkkkk…
    :/
    Mas fazer o que…

    • Marcos Soares:

      Ah eu também!
      Como dizem: Não fale mal dos nerds, um dia ele poderá ser seu chefe!

  • shapirous .:

    Antigamente eu era um alvo constante de bullying mas as coisas foram mudando com o tempo, eu cresci e as pessoas também cresceram e nisso eu vejo que com o passar do tempo as pessoas encontram outra forma de descarregar a raiva, mesmo que isso seja inconsciente. O Bullying só para quando você cresce.

  • Genioso Irreligioso:

    “O bullying só é endêmico nos grupos sociais infantis e adolescentes porque há público para aplaudir. ”

    Concordo! Realmente não há palhaço sem platéia.

    *
    Preconceito de berço gera bullyng na escola; experiência própria! Persegui o garoto afeminado da classe durante 4 anos; meu pai era homofóbico; costumava esculachar cantores/ artistas supostamente homossexuais quando os via na t.v.; na frente de mim e de meus irmãos. Os pais devem ter cuidado com o que transmitem p/ os filhos 😉

    • Genioso Irreligioso:

      Muitos fazem bullyng porque já sofreram também! Já sofri e já fiz… :l

  • Ker Dos Santos:

    Eu sofri bullying durante a faculdade de direito, por pessoas com mais de 30 anos. Acho que o texto não deveria se fechar somente na questão escolar e na fase infantil, pois isso acontece também entre adultos e pode vir a ser mais grave, inclusive.

    • Marina D.M.:

      É que geralmente o Bullying na fase adulta é tratado como assédio moral… não? Deve ser por isso…

  • Vitória Alves:

    Comecei a sofrer bullying á partir da 4° série pelas minha próprias ”amigas”! Quando conto sobre essa história para alguém me perguntam – Por que diabos não parou de andar com elas? – Bem, me sentia realmente deslocadas sem elas, é como elas mesmo disseram, sem elas eu não passava de uma baixinha, gorducha, dentuça e burra, e o pior é que era verdade!
    Mas felizmente a puberdade foi mega generosa comigo. Fiquei bonita e meu QI deu um salto. Isso as irritou bastante, mas ainda sinto sim…

    • WTF! Dead Assemble:

      Eu não tinha amigos, nem se quer conseguia me socializar. Passei a não confiar em ninguém. Mas depois, as coisas mudaram. Graças!

  • Carol Fernandes:

    Também sofri bullying por ser muita alta, magra e usar óculos. O trauma nunca passou, Tenho complexos e baixa auto estima, que me impediram de ter um relacionamento, casar e formar uma família. Embora as pessoas digam o contrário, me acho feia e incapaz de despertar interesse ou mesmo amor em algum homem. Se algum me diz que sou linda, acho que ele está tirando sarro com a minha cara e reajo com hostilidade. Já fiz tratamento psicológico e não adiantou. Estou com 45 anos, vivo sozinha e infeliz.

    • lisa lima:

      Eu passei mt por isso tbn pelo mesmo motivo e penso como vc..espero q vc fiqe bm ,pois e oq eu desejo pra mim tds os dias

  • Danibyo:

    Eu também sofri bulling na escola e em muitos outros lugares por ser deficiente físico….na escola eu era um clássico CDF, hoje chamado de Nerd, tirava as melhores notas e por isso era perseguido…Detalhe: sempre tive um temperamento forte e muitas vezes eu resolvia minha questões no braço ! Lembro que já no segundo grau um cabra tentou tirar vantagem de mim e se deu mal…eu peguei ele pelo pescoço e ergui-o pela gola da camisa uns 50 ou 60 centímetros pela parede e joguei ele ao chão…

  • Priscila Pinheiro:

    ” Um dia o bullying acaba” kkkkkkkkk… O pior bullying é o que vem depois na vida adulta, pq existe um bando de “adultos” “maduros”, “respeitados”… que praticam bullying pela vida toda… Até Machado de Assis já sabia disso quando escreveu ” Memórias Póstumas de Brás Cubas”. Psicólogos e afins, leiam Machado de Assis!!!!

    • Gláucya Trentim:

      Eu ando muito bem de salto alto. Vivo em uma cidade pequena, no interior da Bahia, que na maioria da ruas têm paralelepípedos. Falam que ando desfilando, acham que “tiro onda”, me chamam de “Gisele” e tudo isso, porquê não ando de cabeça baixa. Já sofri agressão física, mas, ao contrário das outras vítimas, eu me defendo. Enfrento sem medo o agressor. Eu tenho 33 anos, nunca aceitei e nem vou aceitar esta situação.

  • Jair Dos Santos Rodrigues:

    Ja eu foi o oposto da historia, ajudava a caçoar dos outros, nem era comum a palavra bullying(ha uns 14 anos atras), lembro hoje do sofrimento no olhar das vitimas, mas na epoca achava engraçado, ate que um dia deixei isso de lado e hoje quando as vejo , sinto vontade de me esconder , por vergonha da pessoa que fui. Acho que o “bullyer” leva seus ressentimentos para vida.

    • Gláucya Trentim:

      Se a sua vítima fosse como sou… Você se tornava um coitado!

  • Ivan Defaveri:

    Da época que eu entrei na escola, com uns 5 anos, até os meus 9 ou 10 anos eu sempre sofria bulling das crianças mais velhas, especialmente pela minha aparência, menor do que a média, magricela, orelhas de abano e óculos fundo de garrafa. Mas felizmente eu aprendi a lidar com isso, e a partir dos 10, 11 anos minha aparência começou a “normalizar”, e o bulling parou. Eu acabei ficando um pouco introvertido por conta disso, mas em geral, consigo levar uma vida normal e sem nenhum trauma.

  • Alex Rocha:

    Realmente não dá para se esquecer algo que se sofreu na infância/adolescência pois se fosse assim também iríamos esquecer momentos bons de nossa vida quando em fase de desenvolvimento.
    Já tive muitos planos de me vingar, já tentei encarar quem me oprimia, mas por motivo de experiência ele levou vantagem.
    Mas confesso que o sentimento de vingança passa, mas os traumas e possíveis raivas daquela pessoa ainda permanece.

  • Muleanous:

    Eu sofri bullying enquanto criança na escola e tenho algumas coisa a dizer sobre isso, não concordo com tudo não.

    1. Um dia o bullying acaba
    Isso é verdade, por fora o bullying acaba mas dentro de você ele sempre estará la em sua cabeça. Você cresce o seu meio social se modifica, você amadurece e supera o que aconteceu no passado, mas ainda sobram algumas feridas. O que me sobrou foi a desconfiança das pessoas, raiva e vingança. Hoje qualquer um que vier contra mim recebe uma resposta a…

    • Elio Assis:

      Muleanous, concordo com vc.
      Sofri muito isso por ser franzino, pequeno e branco.
      Ainda me lembro de vários ataques e já fazem SESSENTA ANOS.
      Agora ninguém mais me ataca. hehe

    • Daniel Wang:

      Muleanous, concordo com voce.
      Eu sou adolescente de 16 anos e faz 2 anos que acabaram de fazer bulling comigo, me chamavam de “japa” e “retardado” por nao conhecer bem o idioma (agora ja consigo me comunicar bastante melhor)
      Agora simplesmente nao confio em ninguem.. queria morar la no Japao e.e

  • Falcone Big:

    “crianças mais explosivas” e por isso acham legal denegrir os demais.
    Olha, isso pra mim chama-se: “Fruto de pais ausentes”

    “a ocasião faz o ladrão”,
    -O ladrão já nasce feito, a ocasião faz o roubo!
    E por causa de pais que não educam o mesmo se aplica nesse caso.

    Interessante mesmo é quem sofreu bullying encontrar 20 anos mais tarde essas “crianças mais explosivas” e ver que por uma “piada do destino” eles são seus subordinados onde você é um líder ou dono…

    • Marcos Soares:

      Concordo com você… já vi isso acontecer! Até onde cursei faculdade.

  • Antonio Celso Ribeiro:

    De fato, um dia o bullying acaba, mas dizer que a raiva é esquecida ao encontrar a pessoa anos mais tarde já varia de pessoa para pessoa. Eu nunca mais conseguiria encarar alguém que tenha me prejudicado na infância e juventude. O estrago, depois de feito, é para o resto da vida. É a velha ideia do prato que se quebra. Mesmo colado jamais será o mesmo. E por melhor que o opressor possa ser na atualidade, não há como não esquecer aquela imagem da pessoa malvada que deixava seus dias infelizes…

  • Mannu <3 Sagan:

    Sofri Bullying,e isso me deixou com medo de sair de casa.Consegui parar de bolar modos de me vingar, e me recuperar, 6 anos após a agressão. Hoje,olho para o passado e desdenho do fracasso de quem tentou me fazer fracassada. Haha.

    • Coelhozomem:

      Legal é o rumo, como diz a música que o nerd de hoje é o cara rico de amanhã!
      Mas engraçado que hoje eu estou na universidade e eles, alguns repetiram e ainda estão no ensino médio e outros estão em balcões por aí na cidade haha.

      A propósito, também acho Sagan incrível *–*

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