6 respostas científicas para os momentos mais constrangedores

Por , em 13.07.2015

Seja respondendo “você também” quando um garçom diz para aproveitar a refeição, segurando uma porta para alguém que está um pouco longe demais, ou, literalmente, em qualquer conversa com um estranho, todos nós sofremos com aqueles ocasionais momentos de ansiedade e constrangimento social. Muitos de nós, na verdade, nos preocupamos muito com isso, a ponto de termos uma certa ansiedade social em momentos de contato com outros seres humanos. Felizmente, a ciência pode explicar a maior parte dessas preocupações, que com certeza servirão como um grande conforto da próxima vez que você perguntar a uma mulher quando ela vai dar à luz e ela responder: “Eu não estou grávida”.

6. Seu cérebro é programado para acreditar que todo mundo está olhando para você

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Oh Deus, todo mundo está olhando para mim. O que há de errado comigo? Tem alguma coisa no meu rosto? Será que eu estou soltando peidos e não percebi? Meu Deus, meu cabelo, deve ser meu cabelo…

Se você se relaciona de alguma forma com esse cenário, saiba que toda a atenção dedicada a você provavelmente está em sua cabeça. A ciência tem mostrado que nossos cérebros são programados para assumir que as pessoas estão olhando para nós, mesmo se elas olharem apenas vagamente em nossa direção. Pesquisadores da Universidade de Sydney (Austrália) fizeram um estudo no qual voluntários olhavam para fotografias de rostos e deviam dizer para que lado os fotografados estavam olhando. Nos casos em que a resposta não era óbvia – em que a imagem estava borrada ou as pessoas estavam usando óculos escuros – os participantes tendiam a assumir que os rostos estavam olhando diretamente para eles.

E esse não é nem o maior truque que seu cérebro paranoico aplica em você. Acontece que, mesmo quando as pessoas estão olhando em sua direção, sua mente autoconsciente interpreta mal a expressão delas. Em outro estudo, os pesquisadores mostraram aos participantes clipes de vídeo de rostos exibindo expressões emocionais ou neutras. Quando deviam descrever como achavam que as pessoas nas imagens estavam se sentindo, os participantes com classificação alta para ansiedade tenderam a relatar mais emoção nos rostos neutros.

Mas mesmo que todo mundo esteja olhando para você, o tempo todo, julgando seus movimentos com os olhos, você não deve entrar em pânico, porque…

5. Você precisa de olhos em você para mudar a si mesmo para melhor

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Digamos que você é um introvertido que quer ser mais extrovertido. A melhor maneira de realmente fazer isto não é acreditar em si mesmo, mas fazer as outras pessoas acreditarem que você já é mais extrovertido do que realmente é. A ciência tem mostrado que, se as pessoas têm uma opinião sobre você, então a sua personalidade real, muitas vezes, muda para refletir isso.

Os pesquisadores pediram a um grupo de participantes para se sentar e gravar duas entrevistas de frente para uma câmera. Em uma delas, eles foram instruídos a responder a um conjunto de perguntas sobre si mesmos como pessoas introvertidas, e na outra, para responder as mesmas perguntas como uma pessoa extrovertida. Eles foram então informados de que uma pessoa sentada do lado de fora na área de espera viria em seguida para assistir uma daquelas fitas, mas eles não sabiam qual.

No final da sessão, cada um dos participantes se sentou ao lado da pessoa que viu a gravação, para interagir com ela. O que os cientistas descobriram foi que, independentemente de quão extrovertido o sujeito do teste na verdade era, eles sentaram-se mais perto da pessoa e eram mais sociáveis ​​com ela se acreditavam que eles estavam prestes a assistir a fita extrovertida. E o oposto era verdade, se eles achavam que a pessoa estava indo assistir à outra entrevista. Por mais absurdo que soe, isso significa que, para qualquer mudança em sua personalidade, você precisa prestar contas a outras pessoas. A mudança não vem (apenas) de dentro, ela vem do olhar fulminante e inquisitivo das pessoas ao seu redor.

4. Falar com estranhos é mais gratificante do que você pensa

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A primeira conversa com um estranho é sempre uma grande enrolação sobre coisas triviais, certo? Oh, parece que vai chover. Este esporte é muito interessante, hein? Carros tornam o trânsito um inferno, não é mesmo, amigo?

A ciência ficou curiosa sobre esses diálogos, então, ao longo de uma série de estudos, instruiu indivíduos a ter uma conversa com um completo estranho ou seu parceiro romântico. Surpreendentemente, as interações com os estranhos foram muito mais gratificantes do que qualquer um dos participantes esperavam.

Mais tarde, os cientistas emboscaram passageiros em trens e ônibus, forçando-os a escolher entre se conectar com um estranho aleatório ou se sentarem sozinhos. Todos esperavam que a opção “sentar-se sozinho” fosse a mais apreciada. Mas as almas corajosas que decidiram parar de jogar no celular e falar com alguém acabaram classificando a experiência de forma muito mais favorável do que aqueles que se mantiveram no seu “canto”.

Então, na verdade, você deve falar com desconhecidos sempre que puder. Você (provavelmente) já é grandinho ou grandinha o suficiente para esquecer aquela história de não falar com estranhos que a sua mãe colocava na sua cabeça todo dia antes de você ir para a escola.

3. Preocupação e autocontrole utilizam o mesmo conjunto de recursos do cérebro

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O mesmo combustível que você usa para interagir com outros seres humanos em uma base diária também é gasto em se preocupar se aquele companheiro de trabalho insuportável ofendeu ou não a sua honra com aquele comentário às 8 horas da manhã de segunda-feira. Se preocupar com o que as outras pessoas pensam sobre você, na verdade, drena os recursos necessários para continuar vivendo como uma pessoa normal.

Para provar isso, pesquisadores colocaram as pessoas em um ambiente social com um bando de estranhos e pediram para que elas se comportassem normalmente ou agissem como idiotas narcisistas e constantemente falassem sobre si mesmas. Em seguida, fizeram alguns testes após o experimento. Descobriu-se que aqueles que tinham sido instruídos a sair da sua zona de conforto e serem mais arrogantes em uma sala cheia de estranhos tinham mais dificuldade em responder a problemas de matemática, e ainda quase não tiveram reação quando assistiram um filme emocional. Eles haviam sido colocados em uma situação de alta pressão, e isso consumiu todo o combustível de seus cérebros.

A solução é simples: basta parar de se preocupar com outras coisas. A menos, claro, que você esteja preocupado com o quanto você está se preocupando, criando assim um ciclo de pânico que fará com que você exploda em uma bola de fogo de gagueira e constrangimento. Mas tente não se preocupar com isso, também.

2. Fazer novos amigos é mais fácil do que você pensa

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Pesquisadores pediram para algumas pessoas falarem umas com as outras em uma sala de aula lotada durante 45 minutos, utilizando um conjunto de questões atribuídas, que eram ou inofensivos gatilhos de conversa fiada ou coisas mais pessoais, como “Quando foi a última vez que você cantou para si mesmo? E para outra pessoa?” e “Quando foi a última vez que você chorou na frente de outra pessoa? E só para si mesmo?”

Um grupo combinou parceiros como em sites de namoro, colocando as pessoas que não discordam sobre questões importantes juntas. O outro grupo era formado de pessoas pareadas aleatoriamente. Alguns foram informados de que as combinações tinham sido previamente arranjadas, outros não receberam essa informação. Estranhamente, isso não importou muito – cerca de 90% dos participantes relataram uma interação positiva.

Um editor do site Wired decidiu fazer um estudo parecido improvisado em 2011, usando fundadores de negócios, executivos e pessoas de departamentos criativos de empresas como sujeitos. Os mesmos resultados foram encontrados! Assim, verifica-se que, mesmo quando violentamente discordamos entre nós sobre os próprios fundamentos da sociedade, ainda podemos interagir positivamente.

Pessoalmente, é claro. Isso ainda é absolutamente impossível na internet.

1. Você conversa melhor do que você imagina

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A pior parte de ter uma conversa com alguém novo são todos aqueles silêncios constrangedores. O problema deve ser você, certo? Você é um idiota que não pode sequer falar com outra pessoa por 10 minutos, sem envenenar o ar com sua própria falta de jeito tóxica.

Se você se sente assim, pode se surpreender ao saber que a ansiedade também é tão real para a pessoa com quem você está falando, e que tudo isso é completamente normal. A investigação científica tem mostrado que a conversa média contém cerca de 10 silêncios constrangedores por minuto. Este número inclui todas as vezes que você foi obrigado a dizer “Uhh…” ou “Hum…”, enquanto seu cérebro freneticamente lutava para completar a frase que você começou. Isso prova que silêncios constrangedores não são um resultado de sua inépcia pessoal para conversas – esse é o nível básico de constrangimento de toda a humanidade.

A notícia é ainda melhor. Acontece que essas pausas estranhas na verdade fazem você parecer mais normal e passam mais confiança para outras pessoas – tanto é assim que os programadores que estão construindo robôs para imitar a conversação humana estão considerando incorporar pausas estranhas e silêncios cheios de “uhm” entre as frases, a fim de fazer os computadores soarem mais humanos. 2001: Uma Odisséia no Espaço teria sido um pouco menos difícil se a fala de HAL fosse “Sinto muito, hum, eu não posso … eu não posso realmente deixar você, uh, vamos fazer isso, Dave. Desculpe. Desculpe!”. [Cracked]

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