Como compilar todas as informações de uma Olimpíada
Falta menos de um ano para abertura dos XXX Jogos Olímpicos, em Londres. O evento, que se inicia em 27 de julho de 2012, vai levar à capital britânica oito milhões de espectadores, milhares de jornalistas e atletas de 204 países. Para levar ao mundo tudo o que vai acontecer por lá durante as duas semanas de Olimpíadas, uma equipe de técnicos está preparando a infraestrutura de comunicação.
A agência britânica BBC conversou com Michele Hyron, que trabalha na multinacional Atos. Esta empresa está responsável por toda a Tecnologia da Informação (TI) que envolve o antes, durante e depois das Olimpíadas 2012, o que inclui desde os dados de cada pessoa envolvida nos Jogos até a catalogação de informações que serão transmitidas pelas TVs do mundo inteiro.
Michele, que está trabalhando na sua terceira Olimpíada de verão (além de Atenas 2004 e Pequim 2008, esteve presente também nos Jogos de Inverno de Salt Lake City 2002), explica sobre o processo de organizar tantos recursos materiais e humanos para um megaevento desse porte.
Todos os dados que você vê na televisão, durante uma transmissão esportiva (coisas como nome e nacionalidade do atleta, cronômetro da prova, lista oficial de competidores, etc.) são de responsabilidade da equipe de TI. Tudo o que sai para o estádio, a televisão, internet, celulares e boletins informativos, é a equipe de TI que fornece. Isso gera um total, segundo estimativas, de 5 exabytes (ou 5 bilhões de gigabytes) em dados.
Com o advento da televisão digital, que será a grande vedete da próxima Olimpíada (em Pequim 2008 a tecnologia ainda estava em testes), Michele explica que o trabalho de TI é redobrado. Como já estarão disponíveis, por exemplo, as opções de interatividade e escolha de canais, é preciso tabular os dados para todas as transmissões, simultaneamente, além de criar bancos de dados especiais para o caminho entre espectador e emissoras.
Até 2014, conforme avaliação de Michele, 90% das transmissões esportivas no mundo já devem estar operando segundo o padrão digital. Isso requer, de acordo com ela, uma nova capacitação de técnicos de TI. Michele conta, inclusive, que iniciou a carreira em TI sem saber operar a maioria dos softwares que hoje são dominados facilmente por grande parte da população com acesso a computadores.
Hoje em dia, contudo, é necessário dominar uma ampla gama de conhecimentos tecnológicos apenas para ser parte do processo que é organizar, informativamente falando, um evento do porte dos Jogos Olímpicos. As novas mídias, segundo Michele, facilitam o trabalho de quem atua no ramo, mas nem por isso deixam de exigir capacidade técnica. Em suma, é preciso acompanhar as mudanças que surgem na área da informação periodicamente. Neste caso, a cada quatro anos. [BBC]