Corredores vivem mais, os mais lentos vivem mais ainda

Por , em 5.02.2015

De acordo com um novo estudo dinamarquês, correr pode ser ótimo para aumentar a expectativa de vida, mas fazer isso muito rápido pode na verdade danificar a saúde.

Há um crescente consenso entre os médicos e cientistas do exercício que as pessoas devem se exercitar intensamente pelo menos às vezes. Estudos anteriores já descobriram, por exemplo, que caminhantes que se movem em um ritmo acelerado tendem a viver mais do que aqueles que tem ritmo lento. O mesmo ocorre com ciclistas.

O novo estudo

Pesquisadores dinamarqueses, a maioria da Universidade de Copenhague, queriam realmente entender quanto exercício intenso tem efeito positivo e se há um momento em que ele se torna mais prejudicial do que beneficial para a saúde.

Assim, no novo estudo, analisaram um enorme banco de dados sobre os hábitos de saúde de dinamarqueses, o Copenhagen City Heart Study. Eles obtiveram informações de 1.098 homens e mulheres de diferentes idades que, após a sua entrada no estudo, em 2001, haviam se identificaram como corredores. Os dados incluíam quantas vezes essas pessoas corriam por semana, em que ritmo e por quanto tempo.

Os pesquisadores também puxaram os registros de 3.950 participantes da mesma idade que tinham dito em 2001 que não se envolviam em qualquer tipo de exercício, ou pelo menos que não faziam exercício intenso.

Todos os voluntários eram em geral saudáveis, sem evidência no momento da pesquisa de doenças ou obesidade.

Ano passado, os pesquisadores compararam os nomes dos participantes de ambos os grupos contra registros de óbitos. Eles também verificaram, com base na expectativa de vida média, quem viveu mais.

Como esperado, corredores tendiam consistentemente a viver mais tempo do que as pessoas que não se exercitavam. Mas quando os pesquisadores analisaram os dados sobre quanto e como as pessoas se exercitavam, algumas surpresas surgiram.

A quantidade ideal de exercício para prolongar a vida era entre 1 hora e 2,4 horas por semana. E o ritmo ideal era lento. Não sabemos exatamente o que significa esse lento, uma vez que as próprias pessoas classificaram seu ritmo como lento, médio ou rápido.

As pessoas que se exercitavam com mais frequência e em um ritmo mais rápido não desfrutaram de muito benefício em termos de mortalidade. Na verdade, seus tempos de vida tenderam a ser quase os mesmos que dos sedentários.

Não devo correr rápido, então?

Porém, há ressalvas a essa conclusão. O número de corredores intensos do estudo foi muito pequeno, cerca de apenas 80 homens e mulheres. Assim, qualquer informação estatística sobre as taxas de mortalidade desse grupo deve ser vista com cautela.

E talvez o mais importante, os pesquisadores não determinaram como e por que os corredores e não corredores morreram. Por isso, é impossível tirar quaisquer conclusões sobre os efeitos do exercício intenso e prolongado sobre o corpo.

Ainda assim, os pesquisadores sugerem que o exercício muito extenuante pode criar cicatrizes ou outros impactos no músculo cardíaco depois de anos, o que pode explicar porque corredores hardcore de longa data não tem tantos benefícios de saúde quanto os corredores mais lentos. Essa possibilidade é totalmente especulativa, no momento. [NYTimes]

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