Conheça o Baclofeno, a possível cura para o alcoolismo

Por , em 19.03.2017

Pesquisadores franceses afirmam que uma droga que funcionaria como uma “cura milagrosa” para o alcoolismo realmente funciona. O fármaco, o Baclofeno, teve “um efeito positivo” em altas doses na redução do consumo de álcool ao longo de um ano de tratamento, de acordo com resultados do estudo divulgados em uma conferência em Paris.

O estudo foi realizado entre 320 pessoas com o hábito de beber bastante, ​​com idade entre 18 a 65 anos, entre maio de 2012 e junho de 2013. O ensaio comparou a segurança e a eficácia do fármaco administrado a alguns participantes em doses elevadas a uma pílula “placebo” administrada a outros.

Alcoolismo é genético

Nem os participantes do ensaio nem seus monitores sabiam quem estava recebendo qual pílula. Os pacientes não foram convidados a abster-se de álcool.

Os resultados são surpreendentes: 57% daqueles que adquiriram a droga real pararam de beber ou beberam menos, comparados a 37% daqueles que adquiriram o placebo. Um segundo estudo também mostrou que as pessoas que receberam o medicamento fizeram cortes maiores na bebida em comparação com aqueles que receberam um placebo.

Uso e contradições

Autoridades de saúde francesas deram aprovação provisória para o uso de Baclofeno em 2014 para o tratamento do alcoolismo. O medicamento foi originalmente projetado e amplamente utilizado para tratar espasmos musculares.

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Acredita-se que muitas pessoas em outros países também usam a droga sem receita médica para combater o alcoolismo. O interesse mundial foi provocado em 2008 pelo livro “Le Dernier Verre” (O Último Copo, em tradução livre), do cardiologista francês-americano Olivier Ameisen, que afirmou ter auto-tratado seu alcoolismo com altas doses de Baclofeno.

Um estudo francês posterior descobriu que altas doses da droga fizeram com que uma percentagem significativa de bebedores desistisse ou moderasse a sua ingestão de álcool.
Vários ensaios desde então têm surgido com descobertas contraditórias. No ano passado, por exemplo, pesquisadores holandeses em um estudo diferente descobriram que a droga pode não funcionar melhor do que o simples aconselhamento. “Sem provas de sua eficácia, a prescrição de altas doses do medicamento conhecido como Baclofeno pode ser irresponsável”, advertiram na época.

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A Ethypharm, o laboratório que desenvolve a droga, disse na última sexta-feira que apresentará um pedido até o final do mês para a comercialização do Baclofeno no tratamento do alcoolismo na França. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 3,3 milhões de mortes por ano em todo o mundo são resultado do uso nocivo de álcool – quase 6% de todas as mortes. [Medical Xpress]

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