Descoberta a maior estrutura do universo

Por , em 16.01.2013

O astrônomo Roger Clowes, da Universidade Central Lancashire em Preston (Inglaterra), e sua equipe de astrônomos encontraram um aglomerado de quasares que, além de bater o recorde de maior estrutura do universo, também abala as estruturas da astronomia moderna.

Utilizando os dados do Levantamento Digital do Céu Sloan (Sloan Digital Sky Survey – SDSS), o mais completo mapa 3D que temos do universo, a equipe identificou um grupo de 73 quasares, estendendo-se por uma faixa 4 bilhões de anos-luz.

Desde 1982 sabia-se que os quasares tendiam a se agrupar em grupos grandes (LQG, “large quasar groups”, na sigla em inglês). O primeiro LQG foi descoberto em 1982. O maior deles, com 630 Mpc (megaparsec) ou 2 bilhões de anos-luz, foi observado em 1991.

Por um tempo, achava-se que o “1991 LQG” era o maior objeto do universo. No entanto, este novo grupo tem praticamente o dobro do tamanho, com 1240 Mpc de comprimento. Situado a 9 bilhões de anos-luz de distância, ele recebeu o nome de “Huge-LQG” (“enorme grupo grande de quasares”).

Modelo padrão abalado?

Quando Albert Einstein aplicou a Teoria da Relatividade pela primeira vez, precisou fazer algumas simplificações de pressupostos razoáveis que pareciam aplicar-se ao universo.

Uma destas simplificações foi presumir que ao olhar para grandes fatias do universo, elas deveriam ser essencialmente parecidas, um princípio cosmológico chamado de isotropia, que até recentemente havia sido confirmado por observações.

Além disso, cálculos indicavam que os aglomerados mantidos unidos pela gravidade teriam um tamanho máximo, de cerca de 1,2 bilhões de anos-luz.

A descoberta deste enorme grupo de quasares conectados gravitacionalmente parece desafiar o princípio cosmológico da isotropia e a compreensão que temos sobre como a gravidade mantém aglomerados gigantescos. Mas antes de repensar os modelos atuais padrões, são necessárias mais pesquisas e verificações. [Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, National Geographic, The Hammoc Physicist, Space.com, Gizmodo, Space Daily, New Scientist, arXiv]

6 comentários

  • Paulo Galliza:

    …parece que o tamanho não tem limite no Universo. Estaremos sempre encontrando corpos maiores!

  • Jonatas:

    Excelente materia, Cesar. Vi um debate na integra entre astrofisicos sobre essa descoberta, e, apesar de seus abalos nos modelos padroes, tendera a desenvolver avanços nos mesmos, o que eh muito positivo.

    • Rone Firmino:

      Jonatas..A matéria escura poderia estar agrupando estes quasares e não a gravidade, assim como ela faz com galaxias e mesmo aglomerados de galaxias?

    • Rone Firmino:

      Tem uma pergunta pra vc Jonatas. Esqueci de digitar no quadro responder. Está aqui neste post do hype.. Abrs..

    • Jonatas:

      Eu creio que sim, Rone. Mesmo assim, essa descoberta ainda contrabalança o modelo padrão, pedindo uma reanalise tambem quanto a Materia e Energia Escura.

    • Fábio Lima Malheiros:

      Jonatas, teria como voce me dizer onde que foi esse debate?

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