É a ciência fonte de todos os males? (Parte 2)

Por , em 31.03.2013

Algumas questões do senso-comum que propalam a negação da ciência:

A partir de perguntas que tenho recebido de meus leitores, seja por e-mail ou em fóruns, compilei esses questionamentos (que são os mais recorrentes) e estou postando na forma de artigos numa série que intitulei “A Negação da Ciência” e aqui vai a segunda parte:

(Leia os questionamentos 1 e 2 na primeira parte deste artigo)

3. A ciência perde sua credibilidade ano a ano. E só mesmo um grupo de nerds fanáticos (que escrevem e/ou leem o Hypescience ou outro portal semelhante) é que tem coragem de defendê-la.

Conceituando a credibilidade como sendo “a característica de quem consegue ou conquista a confiança de alguém” a ciência tem credibilidade em função dos resultados de sua aplicação que é a tecnologia. Tal avaliação é fruto de várias pesquisas de opinião e se apoiam em fatos que são incontestáveis. Só para citar alguns poucos exemplos, basta observar os avanços significativos na ciência médica, na informática, nas tecnologias dos transportes e nas tecnologias da comunicação.

Mesmo com a campanha de marketing de alguns setores da sociedade norte americana que propalam o modismo da “negação da ciência”, tanto a ciência quanto a tecnologia seguem firmemente em seu papel revolucionário e garantidor da qualidade de vida e da sobrevivência de nossa espécie.

Tanto isso é verdade que o conjunto de melhorias que a tecnologia propiciou em nossa relação com os ambientes natural e social gerou dois grandes resultados: o aumento da esperança de vida e o aumento da população humana.

Hoje uma criança de um bairro pobre de Nova Déli vive mais que um rei do século XIX.

(Sonho com o dia em que não existam mais crianças pobres em parte algum do mundo!)

Todos os dias somos bombardeados com novidades em todas as áreas, principalmente nas ciências da saúde. Alguns torcem o nariz:

O homem vivia mais feliz quando não tinha tanta tecnologia à sua disposição. Será?

Será que a tecnologia só teria importância quando esses mesmos indivíduos estivessem deitados em uma mesa de cirurgia e o médico com o bisturi representasse a diferença entre a vida e a morte?

E quando surge uma epidemia todos clamam em uníssimo, defensores ou não da ciência: – Onde estão os cientistas? Cadê as vacinas e os soros? O que estão fazendo as autoridades?

Não há ideologia que resista a uma epidemia? Não há negação da ciência que resista ao diagnóstico de um tumor?

Será que negar a ciência é também negar a tecnologia?

Negar a ciência é negar a anestesia, os antibióticos, as ferramentas, a eletricidade, o xampu, o telefone, a televisão, o avião, as roupas confortáveis e elegantes, o ar condicionado, o carro, a vacina, a geladeira e o freezer (cheios de comida), a ressonância magnética, o marca-passo, os analgésicos, etc., etc., etc.? Ou não?

Negar a ciência é negar os benefícios da vida moderna e todos os avanços para garantir a sobrevivência do indivíduo e da espécie? É negar também o racionalismo crítico que busca os fatos e não suas interpretações e/ou versões políticas?

[Sonho com o dia em que toda a humanidade poderá usufruir dos benefícios da ciência e da tecnologia sem pagar o preço pelo seu mau uso!]

Como sempre falo para meus alunos, quem quiser negar a ciência (e a tecnologia que ela propicia) poderá fazê-lo hoje mesmo. Basta inscrever-se em algum curso de sobrevivência radical e embrenhar-se em qualquer mata em estado natural.

Porém, não poderá levar nem a roupa do corpo. Nada do kit de sobrevivência com canivete suíço, pederneira, antissépticos, antibióticos e barraca Lacoste.

Todos são subprodutos da nossa tecnologia, incluindo as técnicas milenares de fazer o fogo.

Quem quiser negar a ciência e tecnologia – negar de fato – terá de usar apenas o seu corpo como ferramenta.

Pelo menos até descobrir que a natureza não é a mãe carinhosa dos comerciais de água mineral, e que em verdade só faz valer dia a dia a lei do mais forte e/ou do mais adaptado – não se apiedando de nenhuma criatura patética, frágil ou desprotegida (como é o ser humano abandonado nu em uma floresta).

Espera aí! Agora estou sendo muito radical. Não precisamos negar tanto assim a ciência e a tecnologia.

Queremos apenas um mundo menos complicado!

Mas era assim que viviam nossos ancestrais antes de dominarem o fogo. Antes de desenvolverem tecnologia.

Tinham como abrigo as cavernas ou palhoças rudimentares e alimentavam-se apenas com que suas unhas e dentes conseguissem arrancar da terra e moviam-se aterrorizados por tudo e por todos, pois se encontravam mergulhados na superstição, na ignorância e na miséria material e moral.

É fácil afirmar que a ciência perdeu a credibilidade ou não é importante, principalmente quando estamos sentados em nossa casa confortável, bem alimentados, bem vestidos e bem saudáveis, usando o ápice da tecnologia da eletrônica que é o computador para digitar na coluna do Hypescience esse parecer.  Afinal todos tem o direito a expressar sua opinião. Certo?

Mas será que ao desprestigiar a ciência fazendo uso de todos os seus inventos não seria no mínimo ingratidão para todos esses mesmo benefícios materiais e filosóficos que a ciência tem propiciado ao longo de toda a história humana?

Será que essas mesmas pessoas que negam a ciência o fazem dizendo:

– Vamos negar a ciência mal praticada que atende a interesses espúrios e propala a fraude?

Ou

Vamos negar a ciência sem ética que está a serviço apenas do capital ou de uma minoria dona do poder que explora a maioria e destrói o ambiente pelo lucro?

Ou

Vamos negar os pseudo-cientistas que adotam práticas falaciosas e IMPÕEM com fanatismo suas “verdades” (como argumento de autoridade) contrariando a essência do método científico?

Por essa razão eu questiono quando me dizem apenas para negar a CIÊNCIA e a todo o pensamento crítico que ela suscita;

A meu ver, não existe aí nenhum convite para pensar. Existe?

Apenas o obscurantismo que condena a todos os cientistas e a toda a ciência pelo desserviço de alguns.

Mais uma vez, sem separar o joio do trigo.

Aliás, o mesmo obscurantismo que quer condenar todo um processo milenar de depuração de erros e de acúmulo de conhecimento com o qual a ciência tem brindado a humanidade desde a aurora das civilizações.

E para concluir essa parte:

Será que este artigo é uma defesa cega e apaixonada da ciência ou é um convite para a difícil tarefa de exercermos o pensamento crítico?

Esse mesmo pensamento que nos capacita a valorizar o pouco que já conquistamos sem abandonar a luta por tudo aquilo que ainda nos falta!

-o-

[Continuamos com o debate na próxima semana – Não percam!]

[Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]

 

 

ATENÇÃO GALERA DE PORTO ALEGRE!

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Dias 12 e 13 de abril estarei em Porto Alegre prestigiando a II Odisseia de Literatura Fantástica e também participando do painel sobre Space Opera.

Painel esse formado por grandes nomes da literatura fantástica nacional tais como Roberto De Sousa Causo, Hugo Vera e Larissa Caruso.

E é claro – lançamento de mais uma antologia!

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Com prefácio do grande mestre André Carneiro e incluindo meu conto inédito “Não olhe para trás”.

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-o-

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Navegando entre a literatura fantástica e a ficção especulativa Mustafá Ali Kanso, nesse seu novo livro “A Cor da Tempestade” premia o leitor com contos vigorosos onde o elemento de suspense e os finais surpreendentes concorrem com a linguagem poética repleta de lirismo que, ao mesmo tempo que encanta, comove.

Seus contos “Herdeiros dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Foi premiado com o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos da Scarium Megazine (Rio de Janeiro, 2004) pelo conto Propriedade Intelectual e com o sexto lugar pelo conto Singularis Verita.

16 comentários

  • John jones:

    mais uma vez afirmo que o homem e o problema

    • Soul da Paz:

      Concordo com você, John. É exatamente o que falei no comentário abaixo.

  • Soul da Paz:

    Estou agora em frente à tela LCD (fruto da Ciência) do meu computador (fruto da Ciência)que, conectado à Internet (fruto da Ciência)e ligado à energia elétrica (fruto da Ciência), me permitiu ler esse artigo e os comentários de outros leitores e pelo qual agora pretendo – leigo que sou no assunto – dar um breve “pitaco”.

    Bem… (ou Mal… sei lá)

    Quando se trata de falar sobre o ser humano no que tange aos seus defeitos e virtudes (ei, cara! Você não vai falar sobre a Ciência?), vêm-nos logo à mente essa coisa de “bem” e “mal”, “bom” e “mau”, “certo” e “errado”, etc.

    A Ciência é fruto das faculdades humanas e, portanto, é “boa” ou “má”, dependendo do uso que se faz dela para criar novas tecnologias – armas ou medicamentos, por exemplo – ou do uso que se faz desses produtos – armas como meio de manter a lei e a ordem e medicamento que pode se tornar uma arma letal caso utilizado por pessoa má intencionada (como é mesmo o nome daquela médica?)- ou, ainda, de acordo com o ponto de vista de cada um, visto que o que é bom para uns é mau para outros (“A polícia usa armas para violentar a minha liberdade” ou “Esse medicamento misturado com cachaça dá o mó barato, cara! Prova pra vê!”.

    Doideira, né? Né não… é coisa dos humanos mesmo.

    Iniciei falando do Paulo César (nome do meu PC) para que a gente possa ter uma idéia de como a Ciência pode ser “boa” ou “má” de acordo de com a índole do ser humano que se utiliza dela. Eu poderia utilizá-lo, por exemplo, para roubar, extorquir ou enviar vírus, ou seja, para praticar más ações, porém, como não tenho essa má índole, eu o utilizo para trabalhar, criar meus projetos (hobby), fazer novos amigos nas redes sociais, pesquisar e, inclusive, ler e comentar artigos como esse que nos faz refletir e abrir nossas mentes para novos horizontes (“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante…”)

    Então podemos concluir a Ciência em si não é “má” ou “boa”, e sim o ser humano que é “bom” ou “mau”, o qual pode usá-la para praticar o “bem” ou o “mal”.

    Da mesma forma que se falou aqui sobre a Ciência, também fizeram comentários sobre religiões. A religião é “má”? É “boa”? Assim como a Ciência, ela também é “boa” ou “má” de acordo com o uso que se faz dela, independente de qual seja (católica, evangélica, budista, islamita, judaica, etc.).

    A questão é que a religião ajuda (ou pelo menos deveria ajudar) exatamente a aprimorar a índole dos indivíduos. Isso é bom, não é vero?

    Mas, o que deveria ser meramente de caráter espiritual e moral (que está além do que é palpável,físico) misturou-se ao materialismo de um modo praticamente inseparável. Isso é provocado pela interpretação ao “pé da letra” dos livros dito sagrados. A “terra prometida”, por exemplo, que deveria ser vista como algo essencialmente espiritual (em termo científico, em “dimensões paralelas”, o que condiz com a frase “meu reino não é desse mundo”), é compreendida como um determinado espaço geográfico aqui mesmo, na Terra, pelo qual deve-se “lutar” com todas as armas (inclusives aquelas criadas pela Ciência) por se tratar de uma “terra sagrada”.

    Então nascem os fanatismos que fazem as religiões adentrarem nos assuntos políticos de todas as sociedades e, por tais fanatismos, muitas vezes causar guerras entre povos e nações, fazendo-as cair em contradição ao dogma mais nobre que todas têm em comum: o amor ao próximo, ou “fazer aos outros apenas o que gostaria para si mesmo”. Isso, meus amigos, é mau.

    E a Ciência nasceu exatamente com o intuito de se contrapôr à Religião, que no meu entender seria para dar-lhe racionalidade e não para afastar-se dela tal como aconteceu.

    E a Ciência se tornou fria… E o ser humano se transformou em um número. Até o “amor ao próximo” passou a ser mera reação química, instinto de preservação, distúrbio mental ou sei lá mais o que possa ser…

    A meu ver, Ciência e Religião deveriam se complementar, porém virou uma batalha de vaidades e egocentrismos de ambos os lados e quem perde com isso é o próprio ser humano. Se uma se mantivesse apenas com o objetivo de melhorar a índole do indivíduo humano e a outra de aprimorar a sua racionalidade – e com respeito mútuo – o mundo seria muito melhor.

    E a Ciência não seria mais vista como a “fonte de todos os males”, coisa que, definitivamente, ela não é.

    Tenho cá comigo que a Física Quântica ainda vai unir os dois lados ao desvendar que dobras espacias, dimensões paralelas, matéria escura e outros mistérios estão em perfeita sintonia com a idéia espiritual, descobrindo assim que a Religião não é errada tal quanto parece.

    Aí sim, não haverá “mal” e “maus”. Só “bem” e “bom”…

    “A Religião sem a Ciência é cega; a Ciência sem a Religião é manca.” Albert Einstein (judeu)

    Desculpem-me pelo meu modo atrapalhado de escrever e se só falei bobagens…

    • Soul da Paz:

      Que bom que gostou, Costa, apesar que o que escrevi se trata apenas de mera opinião ou ponto de vista particular.

      Paz e luz, amigo.
      Abraços…

  • icarofsx:

    Continuando, realmente acho que o ser humano é uma espécie que deveria estar extinta. Não acredito que em pleno século 21 existam pessoas que neguem a importância da ciência, e atribuam à ela os males do mundo, ao invés de atribuir às escolhas humanas.

    Ora, ainda há gente que se questiona se “a ciência e a sua tecnologia tem tido um papel revolucionário na garantia da ‘qualidade de vida’ e da sobrevivência da espécie”?

    Depois que o Mustafá citou uma infinidade de exemplos tecnológicos que melhoraram nosso padrão de vida, não acredito que tenha gente q duvide disso. Realmente, lamentável.

    Tudo, repito, TUDO ao seu redor, antes mesmo de vc nascer até depois da sua morte, advém da tecnologia ou foi por ela aperfeiçoada.

    Duvida? A roupa que vc veste, a comida q vc come, o automóvel q vc anda, a água q vc bebe, o remédio q c toma, sua geladeira, seu celular, sua saúde……………passaria uma semana citando as benesses tecnológicas.

    Enfim, se vc está inserido na civilização vc se utiliza da ciência. Então criticar a ciência é, ao meu ver, um devaneio ilusório alucinante, ou, em outras palavras, pura loucura. É negar a realidade em q vc vive.

    • icarofsx:

      O segmento que critica a ciência é claramente o segmento religioso fundamentalista. Foi por isso que o Mustafá criticou indiretamente as religiões. Enfim, é necessário muita desonestidade intelectual para criticar a ciência como o fazem alguns segmentos religiosos.

    • jodeja:

      Soul da Paz, concordo com tudo que você diz. Você não está só. Muitas pessoas pensam da mesma forma, só têm medo, ou lhes falta coragem de opinar
      Agora, discordo quando diz que só fala bobagens. Se todos falassem como você o mundo seria outro.
      Sobre a pergunta se sou humano, devo dizer que estou na escala evolutiva e, por enquanto, sou humano.

  • icarofsx:

    Primeiramente, caro Mustafá, devo dizer que concordo com todos os seus argumentos. Já pensei várias vezes nessa questão e cheguei nas mesmíssimas conclusões que vc chegou.

    Porém, tenho uma indagação. Antes, para clarear, vou começar com uma analogia: Seriam as armas a fonte de toda a violência (ou males) nas grandes cidades? Ou seria a má distribuição de renda, a pobreza, a falta de perspectiva de vida, a ganância humana?

    Pois bem. Acho que jogar a culpa na ciência é pura hipocrisia e ignorância. E por quê? Seria retirar dos ombros humanos a responsabilidade por suas escolhas, suas decisões, sua mesquinheza, sua falta de moral, sua ganância.

    Ciência é conhecimento. E em nenhuma hipótese deve ser atribuído ao conhecimento aspectos subjetivos (bondade ou ruindade), ou aspectos de causa e efeito.

    A meu ver, a responsabilidade do uso do conhecimento repousa sobre os ombros humanos. São as escolhas humanas que vão determinar o uso do conhecimento dando aso para que, com isso, possamos identificar o que é a fonte de todos os males.

    Portanto, em ultima análise, a fonte de todos os males é o ser humano, e não a ciência ou o conhecimento. Os vários males existentes são causadas por escolhas humanas, e não pela ciência, pois esta é amoral, ou seja, não pode ser analisada com critérios de moralidade. O que é moral ou imoral são as escolhas/condutas humanas.

  • Mustafá Ali Kanso:

    Caríssimo leitor,

    Apreciei muito o seu post, pois julgo que ele atingiu o âmago de várias questões. Questões que muitos leitores julgam pertinentes, porém não vivem tão profundamente o método científico a ponto de verbalizar seus reparos e por isso acabam não questionando. E a dúvida persiste.

    Por isso agradeço desde já a oportunidade para mais um debate aqui no Hypescience.

    Primeiro:

    Acredito que seu neto jamais afirmaria que o senhor ou eu viajamos na maionese se ele tivesse pelo menos 1% do espírito inquieto e inquiridor do avô dele.

    Na minha opinião, quem viaja na maionese é quem não se importa!

    Segundo:

    Com respeito ao trecho de meu artigo:

    “Tal avaliação é fruto de várias pesquisas de opinião e se apoiam em fatos que são incontestáveis. Só para citar alguns poucos exemplos, basta observar os avanços significativos na ciência médica, na informática, nas tecnologias dos transportes e nas tecnologias da comunicação”.

    Como pôde perceber eu citei alguns exemplos destes “fatos incontestáveis”;

    Gostaria que o leitor citasse, em contrapartida, qualquer trabalho científico que contestasse qualquer um desses avanços citados, ou com outras palavras, contestasse, por exemplo, a anestesia, os antibióticos, o tomógrafo, a ressonância magnética, os antipiréticos, a aeronáutica, os computadores, a telefonia, etc.

    Assim meu caro leitor, só para me deter em apenas um dos campos:

    A ciência médica teve avanços reais e isso é inconteste, além de óbvio, como veremos mais adiante.

    O fato desses avanços não chegarem a toda a população faz a questão caminhar então para o campo da política e da filosofia (Ética principalmente).

    Mas mesmo assim, segundo dados da OMS a esperança de vida da população mundial aumentou significativamente nesses últimos 100 anos, como consequência das denominadas – revoluções da ciência médica – como, por exemplo, o caso dos já citados antibióticos e atualmente a tecnologia das células tronco, e por aí vai.

    Tais revoluções são referendadas por um grande contingente de cientistas, filósofos, intelectuais, etc. Logo, isso não é meramente opinião pessoal.

    É um parecer fundamentado em dados e conquistas obtidas ao longo de décadas de esforço coletivo da comunidade médica.

    Consulte o link da Sociedade Brasileira da História da Medicina

    (http://www.sbhm.org.br/index.asp?p=noticias&codigo=93)

    É uma leitura muito esclarecedora sobre o inconteste avanço da medicina e seu legado ao longo da história.

    Terceiro:

    A comparação feita entre uma criança de nova Déli e um rei do século XIX, também é fundamentada em dados da OMS e é recorrente em trabalhos de esclarecimento sob a Negação da Ciência.

    O leitor tem o direito de considerá-la “estapafúrdia” ou “sem cabimento” – afinal é a sua opinião.

    No entanto eu sustento esta comparação por mais estapafúrdia que possa parecer.

    Primeiro por ser fundamentada em dados confiáveis. E segundo, por eu estar muito bem acompanhado em sua defesa.

    Veja o vídeo de uma palestra do premiadíssimo Michael Specter (colunista do Washington Post e do New York Time) onde ele usou praticamente a mesma analogia para alertar sobre os perigos da Negação da Ciência nos EUA( quando puder leia seu ótimo livro “The danger of science denial” a (TED, 2010)).

    Eis o link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=3cyXINH4VAA.

    Como ele, e tantos outros cientistas, jornalistas e comentaristas científicos, eu também procuro defender a Ciência e isso faz todo o sentido, sim senhor!

    Pois o principal inimigo da Ciência, não é a religião, e sim o obscurantismo e toda a ignorância que este abriga e suscita.

    São com pretextos fundamentados no preconceito, na desinformação e na ignorância que alguns insistem em querer simplesmente negar a Ciência, ao invés de ajudar a humanidade a fazê-la evoluir a ponto de torná-la cada vez mais humana e cada vez mais ética.

    Grato mais uma vez pela oportunidade do debate.

    Mustafá

  • Kapitan Jose:

    Gostei principalmente do exemplo da pessoa que utiliza dos recursos da ciencia para negar a propria

  • Jonatas:

    Grato. Detesto meu português é péssimo, e num navegador sem corretor automático ele se revela.

  • Clebson:

    A ciência move o mundo.

  • Jonatas:

    O maior incômodo a um site de ciência não são os anti-ciência, esse público na verdade é um alvo, são pessoas sem noção científica que carecem do conhecimento, e mesmo que, continuem céticos, ao ler um conteúdo científico numa linguagem mais simplificada já vale a pena pra que enxerguem – ou comecem a “ver um pouco de luz” – que ciência é ciência, consiste em conhecimento adquirido e aplicação inteligente deste, e não a “aplicação errada” que alguns fazem desse potencial – minha sugestão esses artigos esclarecedores do Mustafá serem fixos no painel, sempre a disposição de cada novo leitor.
    O maior incômodo são os trolls – quando um anti-ciência insiste em ser anticiência e a toda hora se manifestar do mesmo jeito (repetitividade de apelos, manifestos e termos), automaticamente, uma vez que o site é de divulgação científica, ele se torna um troll, por isso creio que assim mesmo deva ser considerado – e bloqueado sumariamente.

    • Kapitan Jose:

      Gostei do comentario e acendeu uma luz no meu cerebro, caiu a minha ficha trollar é o mesmo que pagar sapo não é? pra mim a pagação de sapo é a coisa mais desconstrutiva que existe

    • Marco337:

      Parabéns Jonatas.Nem todo mundo aceita crítica de forma madura como você. Nota 10 para sua atitude .

  • PAULO ROSAS MOREIRA:

    Tudo na vida tem efeito colateral. A lei de Newton demonstra isto, muito bem.Esse efeito pode ser benéfico ou não, dependendo do ponto de vista.
    Praticar o ato sexual é maravilhoso, mas tem como consequência a possível gravidez e quem não sabe as consequências disto?
    Críticar à Ciência é de uma insanidade imensurável.Somente pessoas “bitoladas” cuja ideologia os faz parecer zumbís, tal é o grau de insanidade ao criticar o que deveria ser cada vez mais incentivado.

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