Esta máquina vende camisetas por apenas R$ 7, mas ninguém quer comprá-las
A organização sem fins lucrativos Fashion Revolution (em português, “Revolução na Moda”) criou um experimento social criativo que fez muitas pessoas reconsiderarem a forma como compram suas roupas.
Eles colocaram uma máquina de venda em Berlim, na Alemanha, que oferecia a transeuntes camisetas por apenas 2 euros (cerca de R$ 6,80, no câmbio atual), mas ninguém comprou nenhuma.
Por que as pessoas recusariam uma bagatela dessa?!
A surpresa
Antes de receber o produto, as pessoas primeiro tinham que assistir a um vídeo sobre os trabalhadores explorados que permitiam que a roupa fosse assim tão barata.
O vídeo foi lançado no dia 24 de abril, que lembra o desabamento de um prédio em Savar, Bangladesh, em 2013. O acidente matou mais de 1.000 trabalhadores de vestuário que costuravam roupas para marcas americanas em condições inseguras.
Depois que as potenciais clientes assistiam o relato triste, podiam decidir comprar a camiseta mesmo assim, ou doar seus 2 euros para a causa contra a escravidão moderna. Todos doaram.
Sim, ainda acontece
Se você acha que a escravidão foi abolida, claramente não tem prestado atenção no que acontece ao seu redor. Muitos trabalhadores hoje ainda vivem em condições análogas à servidão, e menores de idade e estrangeiros ilegais são eternamente abusados por fábricas, sendo mal pagos e sobrecarregados.
Você, brasileiro, que anda comprando roupa em sites chineses e de outros países a preços absurdamente baratos… Nunca se perguntou se há algo de errado com isso? Como é possível que essas peças sejam tão mais em conta que as vendidas em outros lugares? A resposta, muitas vezes, está na exploração de pessoas.
Mesmo pagando preços mais razoáveis ou até caros por certos produtos, não há garantia de que não houve escravidão envolvida. Quer provas? Marcas como Renner, M.Officer, Le Lis Blanc e Bo.Bô já foram condenadas por escravidão, tráfico de pessoas e condições de trabalho, segurança e saúde muito precárias. A maioria das fábricas fica em São Paulo e utiliza imigrantes bolivianos para fazer seu trabalho sujo.
Lute contra essa atrocidade! Comece a se fazer perguntas sobre as suas roupas e em que condições elas foram feitas. Se seu trabalho é bom e te permite gastar com vestuário, pense naqueles que também merecem a mesma dignidade. [BoredPanda]
3 comentários
Há um equívoco na matéria acima. Não apenas as roupas baratas utilizam mão de obra escrava, mas muitas marcas famosas e caras: Zara, Nike..
Sensacional…
Essa campanha é sensacional. Podiam ter essa mesma abordagem em lugares movimentados e centros comuns de compra em SP.
Muito triste, mas isto acontece aqui no Brasil principalmente em São Paulo no bairro da Liberdade.