Estudo em 3D mostra que os espermatozoides não se locomovem de forma reta

Por , em 24.09.2012

Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA) e da Universidade de Ciência e Tecnologia de Nanquim (China) traçou, pela primeira vez, o caminho do esperma em 3D, revelando trajetórias helicoidais e nadadores “hiperativos”.

Usando um chip sensor de silício, o principal autor do estudo, o professor de engenharia elétrica e bioengenharia Aydogan Ozcan, e sua equipe seguiram células obtidas a partir de um banco de esperma.

Luzes LED vermelhas e azuis foram usadas para gravar as direções das células. Mais tarde, um programa de computador combinou os dados para reconstruir os caminhos do esperma.

24.000 células em movimento foram analisadas durante o estudo. Em um determinado momento da pesquisa, os cientistas só puderam observar um número limitado de células em três dimensões. Então, usaram um novo microscópio em 3D para captar o movimento de mais de 1.500 espermatozoides.

Todos os dados coletados nas análises mostraram que os espermatozoides têm modos distintos de natação. A grande maioria segue um caminho “típico”, mais ou menos em linha reta, com uma rota irregular e voltas e reviravoltas inconstantes. Porém, alguns nadavam em um padrão helicoidal, ou padrão de saca-rolhas (4 a 5%).

Outros espermatozoides foram ainda rotulados de “hiperativos”, devido a suas mudanças bruscas de direção, que, por vezes, os faziam girar em sentido inverso.

Apesar das descobertas, os pesquisadores não sabem dizer ainda qual tipo de espermatozoide é melhor. Não há atualmente nenhuma relação conhecida entre a saúde de um espermatozoide e seu estilo de natação, mas a nova técnica de imageamento poderia abrir a porta para tais estudos no futuro, com o potencial de melhorar o conhecimento atual sobre fertilidade.

A técnica usada nessa pesquisa também pode ser útil para identificar o padrão de natação de outros micro-organismos, como os causadores de doenças como protozoários e bactérias.[NationalGepgraphic, G1, Zmescience, Gizmodo]

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