Ficção vira realidade: exoesqueletos robóticos estão sendo usados na vida real

Por , em 5.08.2014

Em um estaleiro na Coréia do Sul, trabalhadores vestidos em exoesqueletos robóticos conseguiram levantar grandes pedaços de metal, canos e outros objetos, como se fossem nada.

A demonstração futurística foi parte de um teste realizado no ano passado pela empresa de construção naval Daewoo, em suas instalações na cidade de Geoje. A companhia, uma das maiores do mundo na área, quer levar sua produção para o próximo nível, fornecendo ao seu pessoal equipamentos que lhes dão força sobre-humana.

O engenheiro-chefe de pesquisa e desenvolvimento da empresa, Gilwhoan Chu, diz que o teste mostrou que o exoesqueleto robótico ajuda os trabalhadores a executarem suas tarefas. Sua equipe está trabalhando em melhorias nos protótipos para que possam entrar em uso regular no estaleiro, onde robôs já realizam grande parte das tarefas de um sistema de montagem extremamente complexo.

O exoesqueleto serve em qualquer pessoa que tenha de 1,60 a 1,85 metros de altura e os trabalhadores não sentem os 28 quilos de carbono, ligas de alumínio e aço, já que a roupa se sustenta sozinha e é projetada para seguir os movimentos de quem a está vestindo. Com uma autonomia de 3 horas, o exoesqueleto permite que os usuários andem em um ritmo normal e, em sua forma de protótipo, pode levantar objetos com uma massa de até 30 quilos.

Para vestir o exoesqueleto, os trabalhadores começam prendendo os pés sobre a almofadas na base do robô. Alças acolchoadas na coxa, cintura e em todo o peito o conectam ao usuário, permitindo que os dois se movam juntos. Um sistema de juntas hidráulicas e motores elétricos ficam do lado de fora das pernas e é conectado a uma mochila, que alimenta e controla o equipamento.

Chu diz que o feedback dos funcionários foi, na maior parte das vezes, positivo. Eles ficaram satisfeitos que o exoesqueleto tenha permitido o levantamento de objetos pesados ​​sem esforço, mas também queriam que ele se movesse mais rápido e fosse capaz de lidar com cargas mais pesadas – o que está nos planos futuros da companhia. “Nossa meta de pesquisa atual na capacidade de elevação é de cerca de 100 kg”, garante o engenheiro.

Potência mundial

Três das principais empresas de construção naval do mundo são sul-coreanas – Daewoo, Hyundai e Samsung – e seus estaleiros já são conhecidos por seu nível de automação. Em um estudo de instalações das empresas da região em 2012, a Marinha dos Estados Unidos descobriu que cinco de cada seis pátios que eles visitaram usavam robôs. Em um estaleiro, os robôs faziam 68% de toda a soldagem, bem como da realização de trabalhos de corte e moagem de aço para polir cascos recém-montados, com mínima supervisão humana.

“Na época, a maioria dos estaleiros que visitamos eram significativamente mais avançados em soldagem robótica do que os estadunidenses”, conta Gene Mitchell, oficial da Marinha dos EUA aposentado que liderou a pesquisa.

Toda essa automação vai para construção de navios verdadeiramente gigantescos. Daewoo tem um contrato de US$ 1,9 bilhão com a gigante navegação Maersk para construir 10 navios porta-contêineres de 55 mil toneladas, cada um com 400 metros de comprimento e com espaço para 18 mil contêineres. Eles serão os maiores de seu tipo já construídos. [Gizmodo, New Scientist]

1 comentário

  • Leandro Silva:

    Isto eh muito bom para a ciencia , espero que nao usem isto para fins malignos…….

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