As mulheres albanesas que viveram suas vidas como homens: fotos

Por , em 9.09.2013

O fotógrafo Jill Peters apresenta o fenômeno chamado de “burneshas”: mulheres albanesas que decidiram por iniciativa própria viver como homens, ou que tiveram que assumir essa identidade por manda da família. Elas fazem o voto de virgindade e assumem o papel de homens para o resto de suas vidas. O que costumava ser um uma tradição comum no século 15 ainda permanece viva em algumas áreas rurais no norte da Albânia.

Jill explica: “A liberdade de votar, dirigir, ter um negócios, ganhar dinheiro, beber, fumar, possuir armas ou vestir calças era tradicionalmente da competência exclusiva dos homens. As meninas eram comumente forçadas ao matrimônio em casamentos arranjados, muitas vezes com homens muito mais velhos de aldeias distantes. Como alternativa, elas poderiam fazer o voto de virgindade, se tornando ‘burneshas’, o que elevava a mulher à condição de homem e lhe concedia todos os direitos e os privilégios exclusivos da população masculina”.

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“A fim de manifestar a transição, as mulheres deveriam cortar o cabelo, passar a vestir roupas masculinas e às vezes até mudar de nome. As atitudes e os gestos masculinos eram praticados por elas até se tornarem naturais. E o mais importante de tudo: as burneshas deveriam fazer um voto de celibato e permanecer castas por toda a vida. ‘Ela’ se tornava ‘ele’. Esta prática continua até hoje, mas como o avanço da modernização em direção às pequenas aldeias, essa tradição arcaica é cada vez mais vista como obsoleta. Apenas algumas burneshas mais velhas permanecem”.

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Jill também aprendeu que essas mulheres são muito respeitadas em suas comunidades: “Elas possuem uma quantidade indescritível de força e orgulho, além de honrarem a família acima de tudo. Sua transição absoluta é totalmente aceita sem questionamentos pelas pessoas com quem convivem. Mas o mais surpreendente é que elas não se arrependem da escolha que fizeram, apesar dos inúmeros sacrifícios pelos quais passam”. [Bored Panda]

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7 comentários

  • Tereza Carvalho:

    Esta prática é muito antiga está ligada a um universo extremamente violento, de luta por território. Muitos homens morriam, ficavam as moças

  • Tom Freeman:

    mulheres frutos de tradicoes estupidas que a tempos obrigaram elas a se vestirem como homens, ridiculo e o pior que ja esta tao incrustrado na cultura que as pessoas veem como normal, o normal é elas serem mulheres e serem respeitadas por isso

  • Manoel Bouza:

    Para estudo.

  • Rosangela de Noronha:

    São mulheres macho sim senhor! corajosas! determinadas! ,mas para mostrar sua força tiveram que se vestir de homem, e fizeram, ou faz ainda tudo que poderiam fazer sendo a mulheres que são!, EMFIM,o triste para o meu modo de ver é velas além da castidade, é viver fingindo ser mesmo um homem… que mundo!

    • Ramesoj Leicam:

      Pois é. São testemunhas vivas de um mundo feito por e para homens. São heroínas no bom e no mau sentido. No bom, porque superam mil agruras. No mau, porque vivem uma vida alucinógena para se conformar a um mundo falonormativo.

  • Israel Filósofo:

    Que matéria bacana! Aprendi essa hoje… Gostei muito. As comparações com outros povos e outras culturas que podemos fazer com o fim de refletir sobre esse costume são muitas, e são extremamente interessantes.

    Continuem com esse trabalho.

    Obrigado!

  • Angela Cristina Ferreira:

    É preciso muita coragem e muita força de vontade para abrir mão de sua feminilidade para viver num mundo de homens! Pelo menos lá elas tinham essa alternativa e eram respeitadas por isso! O chato é que abriam mão de suas vidas amorosas pois teriam que fazer o voto de castidade!

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