Gordura vegetal não é tão boa para o coração como se pensava

Por , em 21.02.2013

Um estudo feito entre os anos 1966 e 1973, o “Sydney Diet Heart Study”, concluiu que o consumo de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) como o ômega-3 encontrado em peixes e o ômega-6, como o ácido linoleico, protegiam o coração.

Neste estudo, 458 homens com idade entre 30 e 59 anos, todos com um histórico de doenças cardíacas (a maioria sobrevivente de um ataque cardíaco), foram divididos em dois grupos.

O primeiro grupo devia consumir ácido linoleico numa quantia equivalente a 15% do consumo calórico, o que é mais ou menos o dobro do consumo normal atual. O consumo de ômega-3 não foi afetado, mas foi solicitado aos participantes que limitassem a ingestão de gordura saturada a menos de 10% da dieta.

O segundo grupo seguiu sua dieta normal. Aos dois grupos, foi pedido que mantivessem um registro diário do que estavam comendo, e que fizessem exames regulares.

Agora, uma nova pesquisa dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, dos EUA) fez uma reanálise dos dados do estudo original. Além de ter informações novas sobre os efeitos das gorduras poli-insaturadas, novas ferramentas de análise estatística foram usadas, e até dados que haviam sido originalmente deixados de fora foram incluídos na nova análise.

A conclusão foi que o grupo que consumia o ácido linoleico tinha o risco de morte aumentado, tanto de doenças cardíacas como outras condições.

Segundo os pesquisadores, o estudo tem que ser olhado com cuidado, e não serve de recomendação de dieta. Um dos motivos é que ele focou em um grupo específico de pessoas: homens de meia-idade com histórico de doenças cardíacas. Outro é que o procedimento usado foi aumentar o consumo do ácido linoleico além do recomendado pela Associação Americana do Coração (AAC) e em pelo menos o dobro do consumo normal. A AAC já apontou que não vai mudar suas recomendações de consumo de ômega-6.

De qualquer forma, o resultado da nova análise sugere que mais estudos devem ser feitos, com pessoas de outros grupos, para verificar se a conclusão se sustenta. [WebMD]

4 comentários

  • Caleb Yamamoto:

    Como me disseram antigamente, “tudo em exagero faz mau”. Como a Gloria disse, há muitas pesquisas que são feitas para vender um tal produto.Como aqui no Japão inventaram um tal de metabolic, diferente do metabolismo celular que conhecemos, essa palavra era usada para chamar pessoas que tinha a cintura acima de 88cm, ou seja, uma forma mais elegante para chamar obeso, que no final das contas foi tudo uma invenção de uma empresa medicinal para vender seu novo produto de dieta.
    Nossa alimentação tem ser balanceada, sem exageros em uma coisa e nem falta em outra, é simples mas não fácil de se fazer.

  • gloria:

    Esses estudos são encomendados , de acordo c\ o interesse dos produtores de certos produtos, para lubridiar os consumidores, nunca devemos levar esses estudos a serio, a melhor fonte confiavel somos nós mesmos, se usamos uma vez e ñ alcançamos o resultado esperado e prometido, devemos deixar o produto de lado, ou usa-lo c\ parcimonia.E nós q fazemos nossa propria comida sabemos q a quantidade dos aditivos nos rótulos são uma mentira, pois é impossivel uma colher de maionesse ter 40 calorias como diz a propaganda na tv.

  • franobre:

    Essas pesquisas baseadas somente em cálculos estatísticos devem ser sempre subavaliadas. Por vários motivos. Principalmente porque a estatística tem um defeito gravíssimo, ela se assemelha ao biquini, mostra tudo, mas esconde o que mais interessa. Isso é cômico, mas é crucial. Dado o tamanho da amostra, a escolha dos integrantes dessa amostra e a escolha das hipóteses e parâmetros que se deseja avaliar (ou seja, as perguntas que foram feitas) os resultados podem ser totalmente antagônicos. Assim, ainda a meu ver, nenhuma revista científica séria poderia aceitar um estudo somente baseado em estatística, por mais pretensamente robusto que seja o modelo (vimos modelos estatísticos robustíssimos feitos pelo mercado financeiro e que geraram a crise financeira de 2008), sem antes exigir uma avaliação das possíveis causas desse comportamento, ou seja, nesse caso, porque os omega-6 elevaram o risco de morte? Onde e como esse composto prejudicou o funcionamento de que órgão que acarretou aumento desse efeito? Sem responder plenamente a essas questões ou, pelo menos, apontar uma resposta com elevado grau de confiança, não se deveria publicar esses estudos.

  • Anilson Tadeu Martins:

    É realmente uma bagunça, um diz uma coisa e as pessoas seguem aquilo,tempos depois vem informação de que não era aquilo que foi dito e muitas vezes jé seja tarde.

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