Mini Era do Gelo é esperada para 2030

Por , em 15.07.2015

A vida na Terra depende de muitas coisas. Entre elas, do sol. Por isso, os cientistas passam muito tempo estudando a atividade solar – é interessante para a gente que eles continuem assim mesmo. O único detalhe é que os últimos levantamentos não trouxeram boas notícias.

Um anúncio recente de cientistas solares sugere que nosso astro-rei pode entrar em um período de atividade reduzida significativa muito em breve, o que possivelmente poderá causar uma mini era do gelo em 2030 – apenas 15 anos a partir de agora.

Nova Era do Gelo?

Estas previsões foram anunciadas no Encontro Nacional de Astronomia em Llandudno, País de Gales, e não foi possível avaliar a veracidade da pesquisa ainda. No entanto, a professora Valentina Zharkova, da Universidade de Northumbria, que fez o anúncio, afirma que os resultados vêm de um modelo de computador de manchas solares que tem sido confiável até agora.

O que o modelo diz?

O modelo demonstrou ter uma precisão de 97% ao mapear os últimos movimentos de manchas solares, usando dados de ciclos solares de 1976 a 2008. Isso garante a confiabilidade dos métodos que levaram a essa conclusão. Logo, as previsões alarmantes para o futuro próximo têm o porquê de deixarem a comunidade científica (e eu e você) de cabelos em pé.

O método de pesquisa

Para alcançar estes resultados, os cientistas mapearam o movimento do fluido solar que se move em cerca de ciclos de 11 anos, que correspondem a ciclos de tempo na Terra. Por volta do ano 2022, um par de ondas estará se movendo para os hemisférios norte e sul do sol, ficando lentamente fora de sincronia e reduzindo a atividade solar – e, portanto, o nosso clima quentinho.

O mínimo de Maunder

Essas ondas devem se formar como um espelho uma da outra. A expectativa dos pesquisadores é que elas se anulem, o que deve leva a propriedade de um chamado “mínimo de Maunder”.

O mínimo de Maunder foi um período de 70 anos entre 1645 e 1715. Nesta época, o sol produziu quase nenhuma mancha solar e a Terra experimentou uma mini era do gelo. Partes do norte da Europa e dos Estados Unidos tiveram invernos atipicamente frios. O rio Tâmisa, que atravessa a cidade de Londres, na Inglaterra, congelou durante sete semanas e foi possível passear por ele a pé (!). A superfície era tão estável que os turistas poderiam até mesmo acampar no gelo.

As manchas solares

As manchas solares são regiões relativamente mais “frescas” do sol que parecem mais escuras quando fotografadas. Elas são mais frias do que o resto do sol, mas ainda estão na faixa de 4.200 °C.

Elas são causadas por uma concentração de campo magnético intenso do sol. Isso inibe e redireciona o fluxo de matéria quente para aquela região e a torna mais escura – o que chamamos de uma mancha solar.

As manchas solares duram entre 1 a 100 dias, durante os quais elas giram em torno do sol, seguindo o fluxo do fluido solar. As manchas solares atravessam ciclos de intensidade e de dispersão com base no movimento dos ciclos de fluido.

Tipos de ondas solares

Existem dois principais tipos de ondas solares que são ligeiramente compensados ao longo do tempo, produzindo períodos de atividade solar máxima e mínima.

De acordo com a professora Zharkova, quando as ondas estão próximas, podem mostrar uma interação forte, ou ressonância, e aí nós temos um período de forte atividade solar. Mas, quando estão em dissonância, temos períodos de atividades mínimas – que é o esperado para 2030.

Essas condições foram vistas pela última vez justamente durante o “mínimo de Maunder”, 370 anos atrás. Acredito que, se alguém daquela época estivesse vivo para contar com foi, certamente não sentiria saudades.[iflscience]

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