Esse tratamento com células tronco “desliga” diabetes

Por , em 27.01.2016
Célula beta originada de célula tronco, encapsulada em alginato para protegê-la do sistema imunitário do hospedeiro

Célula beta originada de célula tronco, encapsulada em alginato para protegê-la do sistema imunitário do hospedeiro

Quem tem diabetes tipo 1 e precisa usar injeções de insulina não vê a hora de surgir um tratamento novo para a doença. Afinal de contas, essa forma de terapia não avançou muito nas últimas décadas. Agora, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA) trazem uma ótima notícia: um estudo mostra que células beta produtoras de insulina feitas a partir de células tronco humanas podem “desligar” a diabetes em ratos por até seis meses.

No pâncreas de uma pessoas saudável, conjuntos de células beta produzem insulina para balancear os níveis de açúcar no sangue. Quem tem o tipo 1 da doença tem essas células atacadas pelo próprio sistema imunológico e não consegue produzir o hormônio. Assim, esta é uma doença autoimune e atualmente incurável.

Em 2014, uma pesquisa anterior, da Universidade de Harvard (EUA), conseguiu criar novas células beta a partir das células tronco humanas. Essas células funcionaram perfeitamente em ratos diabéticos, mas logo o sistema imunológico deles destruía as células, assim como havia feito originalmente.

Avanço

Os pesquisadores do Instituto decidiram então tentar esconder as novas células beta do sistema imunológico do paciente. Para fazer isso, eles usaram cápsulas feitas de alginato, material que vem das algas marrons, para proteger as células. O escudo, porém, não durava muito tempo e logo era atacado.

“Fizemos variações de alginato ao anexar diferentes pequenas moléculas à cadeia maior”, explica o pesquisador principal, Arturo Vegas. A equipe esperou que pelo menos uma das 800 variações poderia camuflar as células beta do sistema imunológico.

Por sorte, uma variante mostrou-se eficaz tanto em ratos quanto em primatas, e as novas células beta começaram a produzir insulina apenas alguns dias depois do transplante. Os níveis de açúcar no sangue dos animais continuaram normais por 174 dias.

O próximo passo é testar a técnica em humanos, mas isso só deve acontecer depois de mais testes em outros primatas. Se tudo der certo (e torcemos para que dê), injeções de insulina podem se tornar uma coisa do passado. [MIT News, IFL Science]

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