O homem que faz bebês – centenas de bebês! -, mas vive sozinho

Por , em 7.10.2015

Mulheres que querem engravidar, mas que estão em falta no quesito “esperma”, possuem várias opções hoje em dia. Enquanto a mais comum é a inseminação artificial, uma tendência mais “natural” tem ganhado força nos últimos tempos.

Em português claro, estamos falando de um filho como resultado do sexo com um estranho. Ou não tão estranho assim, se a sua escolha for o holandês Ed Houben, conhecido como “Fazedor de Bebês”. Esse cara é praticamente uma celebridade.

Com 46 anos, é um dos “inseminadores naturais” mais famosos do planeta. Pai de 106 crianças, das quais dois terços foram concebidas através de relações sexuais (o resto via inseminação artificial), ele já foi apelidado de “o homem mais viril da Europa”. Além disso, ele estima que pode ter mais uns 30 filhos de uma época em que doava esperma em uma clínica.

Como uma pessoa acaba fazendo isso da vida?!

A primeira vez que Ed Houben fez sexo com a esposa de outro homem foi em Amsterdam, há 13 anos. Sentindo-se pouco atraente, ele estava convencido de que nenhuma mulher jamais iria ter relações sexuais com ele novamente.

Houben não era virgem, mas estava “na seca” há dez anos. Certo de que não teria uma família própria, decidiu tornar-se um doador de esperma. Ele visitava duas vezes por mês uma clínica para deixar sua contribuição por dinheiro, mas considerava o processo todo frio e impessoal.

Quanto mais doava, mais desejava alguma intimidade com o processo. Assim, começou a anunciar sua disposição para visitar os casais pessoalmente, produzir uma amostra nos seus banheiros, e deixar com que seguissem em frente com o processo por conta própria depois disso. Mas, em tal ocasião em Amsterdã, foi diferente.

O marido pediu que ele considerasse inseminar sua esposa naturalmente. No começo, Houben não soube o que dizer. Sua cabeça girou: existe alguma razão ética para não fazer isso? Devo cruzar essa linha? Decidindo “ir com o fluxo”, o holandês atendeu os desejos do casal, enquanto o marido os observava – ele não participou do ato, só queria estar presente na concepção de seu filho.

Desde então, o “fazedor de bebês” tem feito sexo com diversas mulheres, hétero e homossexuais, casadas e solteiras, deixando que seus parceiros vejam o momento se quiserem.

Bem-sucedido com inseminação

Se a vida de Houben lhe pareceu emocionante como a de um Dom Juan conquistador, não é nada disso. Na verdade, é cheia de detalhes sem glamour, a começar pelo agendamento de encontros com várias mulheres conforme elas estão ovulando, sem que isso atrapalhe seu outro trabalho.

Ele nunca conhece direito seus clientes, ou as crianças que ajuda a conceber. Mas é muito transparente sobre sua própria vida para as mulheres que consideram engravidar com seu esperma, a começar por se testar regularmente para doenças sexualmente transmissíveis, a fim de tranquilizá-las. Além disso, é rápido em descrever a si mesmo como um “cara gordo e realmente feio com óculos”.

Houben não insemina naturalmente apenas mulheres holandesas. Clientes de outros países da Europa, do Brasil, da Austrália, de Hong Kong e do Japão já o procuraram também. Às vezes, pagam para que ele as visite em outros lugares. Em uma semana recorde, ele fez sexo com seis clientes, ejaculando 14 vezes (liberando em torno de 4 bilhões de espermatozoides). Também já transou com três mulheres em um dia, e chegou a engravidar com sucesso oito mulheres uma em seguida da outra.

Tamanho sucesso pode ser, em parte, devido as chances de concepção serem mais elevadas pelo método natural. Ed também já testou seu esperma uma vez, e os resultados sugeriram que seus nadadores são mais potentes do que a média dos homens.

Altruísta ou egoísta?

Enquanto alguns acreditam que Houben vive no que pode ser considerado um espaço moralmente ambíguo, ele não vê assim. “Eu realmente acredito que as crianças devem ser concebidas a partir de um ato de bondade e que merecem conhecer seu pai como mais do que um número”, diz.

Houben muitas vezes faz sexo de graça quando um casal não pode pagar pela inseminação. “Eu me proíbo de me sentir orgulhoso do que eu faço. Eu não tenho filhos; outras pessoas têm filhos por causa de uma pequena contribuição minha”, explica.

Seu pacto com casais e aspirantes a mães solteiras é o seguinte: ele está disposto a se encontrar com seus filhos caso eles queiram conhecer o pai biológico. Ele também promete não tentar ter a guarda das crianças, nem contatá-las por conta própria. Por outro lado, as mães concordam em não pedir pensão para os filhos.

Houben não faz contratos, mas, até agora, seus “acordos de fé” valeram a pena: ele não se intrometeu na vida de ninguém, e ninguém o processou por paternidade. [GQ]

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