O médico obstetra precisa induzir o parto?

Por , em 29.04.2012
“Sugiro que você não tente induzir o meu parto!”

No Brasil, o procedimento padrão para a maioria dos obstetras, principalmente se formos falar do SUS, quando a mulher chega em trabalho de parto, é induzir o processo com oxitocina, hormônio que aumenta as contrações e também as dores.

Mas um novo estudo aponta que quando uma mulher entra em trabalho de parto antes do previsto, talvez o melhor procedimento seja esperar, e não induzir o parto. A ideia da indução é reduzir o risco de infecção quando a “bolsa d’água” — membrana que segura o fluído amniótico — tiver rompido.

Mas o novo estudo mostrou que mulheres com parto induzido, perto do tempo correto, não tiveram resultados melhores em termos de infecção do que aquelas que “esperaram a hora certa”.

No caso do segundo método, 4,1% dos recém-nascidos tiveram algum tipo de infecção, enquanto no primeiro, 2,6%. De acordo com os pesquisadores, essa diferença é pequena o suficiente para que seja por simples acaso.

Foi também descoberto que os bebês induzidos ficaram cerca de um dia e meio a mais no hospital e tiveram mais tendência a desenvolver hipoglicemia e icterícia.

Mas existem opiniões de que esse estudo não vai mudar nada do sistema que usamos. “O estudo não demonstra nenhum benefício em esperar o parto”, afirma o médico e professor Brian Mercer. Ele comenta que a maior parte dos bebês que nascem entre 34 e 37 semanas de gravidez são saudáveis. No caso da hipoglicemia e da icterícia, são condições fáceis de serem tratadas.

Se formos levar em conta o que esse especialista afirma, o ponto principal em esperar o parto natural seria as dores com menor intensidade. [LiveScience]

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