Essa notícia vai deixar você com falta de ar

Por , em 22.04.2015

Cada vez mais, alguns predadores de águas profundas estão aderindo às superfícies, raramente usando seu poder formidável para mergulhar e perseguir presas.

Por que isso está acontecendo?

O motivo é simples, porém muito triste.

A descoberta dessa peculiaridade comportamental em peixes que costumam se alimentar de presas que moram em águas profundas oferece algumas das evidências mais tangíveis de uma tendência preocupante: a elevação das temperaturas médias estão sugando oxigênio das águas, mesmo no fundão, fazendo enormes extensões do oceano profundo ficarem hostis à vida marinha.

Tubarão mako sofre mais

Tubarões, particularmente os tubarões brancos e tubarões mako, tendem a evitar as águas marinhas que são mais pobres em oxigênio. A expansão das zonas de baixa oxigenação pode mudar o que eles podem comer.

Estas não são zonas costeiras mortas, como a que se espalha através do Golfo do México, mas grandes trechos de águas profundas que podem chegar a milhares de milhas da costa. Já naturalmente pobres em oxigênio, essas regiões continuam a crescer, espalhando-se horizontal e verticalmente.

Incluem-se as vastas porções do Pacífico Oriental, quase toda a Baía de Bengala e uma área do Atlântico ao largo da África Ocidental tão ampla quanto os Estados Unidos.

A nível mundial

Globalmente, estas áreas de baixo oxigênio têm se expandido por mais 4,5 milhões de quilômetros quadrados nos últimos 50 anos.

Este fenômeno poderia transformar os mares como o aquecimento global ou a acidificação dos oceanos pode fazer, reorganizando onde e o que algumas espécies irão comer. Essa alteração pode inclusive determinar quais espécies vão viver ou morrer. Ela já está começando a embaralhar as cadeias alimentares oceânicas e ameaça agravar quase todos os outros problemas no mar.

A culpa é de quem?

Os cientistas estão debatendo como a perda de muito oxigênio é estimulada pelo aquecimento global, e quanto é impulsionada por ciclos naturais. Mas, de qualquer forma, eles concordam que a mudança climática fará com que as perdas se espalhem e talvez até mesmo acelerem o processo de degradação da vida marinha nas profundezas.

O oxigênio é tão fundamental para a vida, mesmo no mundo marinho, que a sua perda está prejudicando animais de inúmeras outras maneiras também.

O aquecimento das águas esgotam o oxigênio

Peixes, lulas, polvos, caranguejos e todas as outras espécies que vivem no fundo do mar respiram o oxigênio dissolvido na água. E, assim como os níveis de oxigênio mudam com a elevação da temperatura, o oxigênio no mar varia com a profundidade.

Mas no oceano, o oxigênio também é dinâmico, o que significa que sua quantidade dissolvida nas águas muda diária e sazonalmente, com tempo e marés ou ao longo de anos com ciclos de aquecimento e resfriamento.

Você sabia?

Águas profundas do oceano seguram muito menos oxigênio do que as águas superficiais, porque elas não têm estado em contato com o ar durante séculos. Então é natural que águas profundas sejam conhecidas como “zonas mínimas de oxigênio”, e essas zonas cubram grandes áreas do interior do oceano.

Mas essas zonas ainda são muito diferentes das zonas costeiras mortas, ou hipóxicas, que também se multiplicam, com mais de 400 agora relatadas em todo o mundo.

Oceano sem ar

A expansão das zonas de baixa oxigenação do fundo do mar também é acionada pela temperatura. A água quente leva menos oxigênio dissolvido. Também é mais leve do que a água fria. Isso deixa o oceano segregado em camadas, restringindo a entrega de oxigênio fresco para o fundo e fazendo essas zonas pobres em oxigênio se multiplicarem. [nationalgeographic]

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