Cientistas criam tradutor para entendermos os golfinhos

Por , em 31.03.2014
"Vamos lá, diga 'sargaço' de novo!"

“Vamos lá, diga ‘sargaço’ de novo!”

Pela primeira vez, um dispositivo feito por cientistas permitiu que traduzíssemos o som emitido por um golfinho em tempo real. A primeira palavra que ouvimos do animal foi “sargaço”, um tipo de alga.

Desde o ano passado, os pesquisadores Denise Herzing, do Wild Dolphin Project (“Projeto Golfinho Selvagem”), e Thad Starner, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, dos EUA, estão trabalhando em um protótipo de um tradutor da “linguagem dos golfinhos”, chamado CHAT – Cetacean Hearing And Telemetry (“Audição e Telemetria Cetácea”, em tradução livre).

O dispositivo é envolto por uma cápsula à prova d’água e contém hidrofones que detectam os sons (assobios ou apitos) feitos pelos golfinhos, que podem ser até 10 vezes mais altos que os tons que um humano consegue entender.

Os cientistas estavam ensinando e treinando um grupo desses animais a fazer certos sons, e associá-los com algas. Eles esperavam que os golfinhos adotassem os assobios, que são fáceis de distinguir de seus próprios assobios naturais – e não se decepcionaram.

Quando o aparelho pegou o apito do “sargaço”, Herzing ouviu sua própria voz gravada dizendo a palavra em seu ouvido.

O CHAT usa algoritmos padrão para analisar os assobios dos golfinhos e extrair características significativas que uma pessoa pode não pegar ou entender.

Os cientistas não querem só ouvir assobios inventados que eles ensinaram aos animais, e sim seu objetivo maior é decifrar a linguagem natural dos golfinhos.

No entanto, Herzing alerta que a observação tem limitações, uma vez que não foi repetida. Ainda assim, é um momento significativo que, juntamente com as melhorias nas capacidades de processamento de sinais de informação, pode levar a uma melhor compreensão – e possível participação humana – na comunicação animal.

O trabalho de Herzing foi interrompido recentemente porque sua equipe perdeu o contato com o grupo de golfinhos, mas eles fizeram algum progresso. Os algoritmos descobriram oito componentes diferentes em uma amostra de 73 assobios.

Os resultados são preliminares, mas os pesquisadores foram capazes de corresponder determinadas sequências desses componentes com as interações entre mãe e filhotes, por exemplo. O estudo deve continuar no próximo verão do hemisfério norte, a partir de junho. [POPSCI, NewScientist]

13 comentários

  • Junior Castro:

    Qual a necessidade de entendermos o que os animais dizem ? Eles não tem inteligencia, eles agem por extinto. Um animal não vai nos ajudar a dizer o que acontece no fundo do oceano ou não vai nos dizer onde está o avião ou navio que afundou misteriosamente. Essa pesquisa não vai trazer benefício algum, é só mais um gasto gigantesco para o bolso da população. U$ R$.

    você acha que animais tem inteligencia ou sentimentos ? Aponte uma arma para um cão, se ele não for treinado não vai fazer nada.

    • Marcelo Ribeiro:

      Fazemos por que podemos, por que queremos, por que é interessante. MUITO INTERESSANTE! Todo o seu dinheiro você gasta em benefício da humanidade? Nada é só para você? Pare com esse mimimi misantropo, por favor.

    • Thiago Corrêa:

      Na verdade existem vários animais que possuem inteligência, muito menor que a nossa é claro, mas possuem. Esse negócio de ser apenas “instinto” não cola.

      Todos os animais tem sentimento sim, alguns menos outros mais. Um cão pode não entender você apontando uma arma para ele, mas sentimentos como saudade, dor, etc, a maioria dos animais possuem. Dor acho que até uma formiga deve sentir…

      Todos nós somos animais…

      Só pra corrigir, ali no que você escreveu não é “extinto” é “instinto”…

    • Hudson Rodrigo Cruz Monteiro:

      Aponte uma arma para uma criança, aponte uma arma para um indígena, aponte uma arma para qualquer ser que não saiba o que isso significa, que a reação vai ser a mesma.

      “Animais não tem inteligência”, isso é um discurso retrógrado da época em que o homem se achava superior a todos os outros seres, o peixe-arqueiro, por exemplo, faz cálculos de difração de luz e parábolas na hora de capturar insetos fora d’água, entre outros comportamentos animais que denotam inteligência.

    • Hudson Rodrigo Cruz Monteiro:

      E em relação aos benefícios da pesquisa, compreender mais sobre as outras formas de vida ajuda no desenvolvimento de outros setores, muitas vezes sequer correlacionados com a área da pesquisa.

      Afinal, foi observando a natureza e os seres que a raça humana desenvolveu diversas tecnologias, submarino, sonar, avião, são alguns a citar.

    • Cesar Grossmann:

      Golfinhos (e outros animais) tem inteligência, este teu teste de inteligência é furado. Suponha que alguém apontasse uma arma para ti quando você tinha 1 ano de idade, o que você faria? Provavelmente o mesmo que um cão não treinado. E aí, isto significa que você não é inteligente? Bom, pode ser que você não seja tão inteligente assim, mas não duvide da inteligência dos animais.

    • Quico Arenas Bernal:

      Só pelo simples fato de experimentação já eh um belo gasto, belo investimento, quem sabe depois de decadas de experimentação no futuro nao haja mais barreira comunicativa entre os seres? e se tivermos aprimorado o sistema a ponto de se um dia (ficticio ou nao) houver contato alienigena, vc acha que nao seria uma boa, ja termos avançado em um sistema assim? sei la, achar que os investimentos so devem ser para retorno imediato sem uma visao futura, isso pra mim significa falta de inteligencia!

    • Junior Castro:

      Uma criança não tem inteligencia. Ela consegue com o passar do tempo. a minha opinião

    • Cesar Grossmann:

      Acho que você está confundindo inteligência com conhecimento. Aqui se trata de inteligência como uma capacidade de aprender e de resolver problemas.

      inteligência1
      in.te.li.gên.cia1
      sf (lat intelligentia)

      1 Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto.

      2 Compreensão, conhecimento profundo.

      3 Filos Princípio espiritual e abstrato considerado como a fonte de toda a intelectualidade.

      4 Psicol Capacidade de resolver situações novas com rapidez e êxito (medido na execução de tarefas que envolvam apreensão de relações abstratas) e, bem assim, de aprender, para que essas situações possam ser bem resolvidas.

      5 Pessoa de grande esfera intelectual.

      6 Conluio, ajuste, combinação. I. artificial: Parte da ciência da computação que trata de sistemas inteligentes, capazes de se adaptar a novas situações, raciocinar, compreender relações entre fatos, descobrir significados e reconhecer a verdade. I. artificial, Inform: projeto e desenvolvimento de programas de computador que tentam imitar a inteligência humana e funções de tomada de decisão, obtendo raciocínio e outras características humanas. Sigla: IA.

    • Cesar Grossmann:

      Veja também o que diz a Wikipedia sobre Inteligência animal.

    • Anna Betowa:

      “Extinto” precisariam ser as pessoas “ingnorantes” como você. (PQP “extinto” é f.)

  • Guilherme Souza Santos:

    Imagino que quando ele conseguirem ouvir o que os golfinhos tem a dizer, ele ouvirão a frase: “Até mais e obrigado pelos peixes”. Hahaha!

  • Daniel Augusto:

    EU SABIA! Douglas Adams estava certo.

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