Por que o autismo é quatro vezes mais comum em homens

Por , em 22.02.2011

O autismo é quatro vezes mais comum em homens do que em mulheres. Agora, uma nova pesquisa chega mais perto de descobrir por que.

Segundo os pesquisadores, a testosterona e o estrogênio têm efeitos opostos sobre um gene apelidado RORA. Nos neurônios, a testosterona diminui a capacidade das células de expressar ou se ligar ao gene, enquanto o estrogênio aumenta essa capacidade.

Tais resultados são baseados em testes de crescimento de neurônios em laboratório. Normalmente, o trabalho das células no gene RORA é ligá-lo a vários outros genes. Quando uma célula tem altos níveis de testosterona, os níveis de RORA escasseiam, o que afeta todos os genes a que RORA deveria se ligar.

A pesquisa também mostrou que os tecidos cerebrais de pessoas com autismo apresentam níveis mais baixos de RORA do que o das pessoas sem a condição.

A nova pesquisa apóia estudos anteriores que mostraram que níveis elevados de testosterona no feto são correlacionados com traços autistas. Os cientistas acreditam que níveis mais elevados de testosterona fetal podem colocar um feto em risco de autismo. Porém, a pesquisa não prova que baixos níveis de RORA causam o autismo, só que eles estão associados com a doença.

Ainda assim, outros estudos têm sugerido que uma deficiência de RORA poderia explicar muitos dos efeitos observados no autismo. Por exemplo, o gene protege os neurônios contra os efeitos do estresse e da inflamação, ambos elevados no autismo.

RORA também deve ajudar a manter o ritmo circadiano do corpo em dia, e as pessoas com autismo frequentemente experimentam distúrbios do sono. Além disso, ratos que foram geneticamente modificados para não possuírem o gene se envolveram em uma série de comportamentos sugestivos de autismo.

Diferentemente da testosterona, o estrogênio aumenta os níveis de RORA nas células. Isto significa que as mulheres podem ter uma “proteção” contra o autismo: mesmo que seus níveis de RORA sejam baixos, o estrogênio pode ajudar um pouco.

No entanto, outros cientistas sugerem que, na verdade, a maior prevalência do autismo no sexo masculino é por que os genes no cromossomo X desempenham um papel na doença. Como as mulheres têm dois, e os homens apenas um (combinado com um cromossomo Y), as meninas têm uma cópia de “backup” de qualquer gene mutado. Embora esta teoria seja plausível, até o momento nenhum gene no cromossomo X tem sido inequivocamente associado com o autismo.

Os pesquisadores alertam que o RORA pode não ser o único gene envolvido na doença, mas que provavelmente é um dos fatores mais críticos. [LiveScience]

7 comentários

  • Rosangela Knupp:

    Autismo não é doença, é um transtorno mental, que leva a perceber a vida de uma forma diferente da chamada real. Ele não é curado com remédios. A ignorância começa quando pessoas tem uma parte do conhecimento e já se sente capacitado a falar sobre o assunto a partir de dados isolados. Não é uma patologia, volto a afirmar, é um transtorno, um novo olhar, é o diferente que precisa ser compreendido dentro de sua visão.

    • Paulo César Campos:

      Sim, o autismo é um transtorno que faz com as pessoas tenham uma visão diferente do mundo, e não uma doença. Porém todo o ser humano funciona com base na sua formação celular, e neste aspecto a genética esta caminhando a passos largos para entender quais as condições que “favorecem” a existência de pessoas autistas. Negar isto é querer que 2 mais 2 não seja 4. Os antigos achavam que a Terra era plana, que ela era o centro do universo, e por aí vai… Mente aberta para o progresso da ciência.

  • Safira Cris:

    Espero que eles estejam caminhando para descobrir uma cura para essa doença, que hoje não tem, só tratamento, nessa sociedade cada vez mais cruel com os que não são tão ”espertos” quem tem autismo ou qualquer outra deficiência sofre muito preconceito.

  • João Afonso Ligeiro:

    Falo de Angola mais muito trite e chocado com o que acabei de conhecer um fênomeno, que afecta a vida do ser humano, desde o momento comecei a perceber que todas essa pessoas na sua maioria crianças devem ter do mundo atnção especial.

  • anonimo:

    a tá!

  • suster:

    desde que seu analfabetismo lhe privou de ler corretamente o nome da doença

  • anonimo:

    desde quando autruismo é doença?

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