Primos podem se casar e ter filhos?

Por , em 29.04.2012

Existe muita controvérsia no casamento entre dois primos, e ainda assim muitos deles se casam no mundo todo.

Segundo especialistas, uma melhor compreensão dos efeitos na saúde do casamento entre primos pode significar leis mais adequadas e melhor assistência médica para casais primos e seus filhos.

Em “A Consanguinidade em Contexto”, o autor e médico geneticista Alan H. Bittles examina equívocos comuns sobre o casamento entre primos de perspectivas legais, culturais, religiosas e médicas.

O casamento entre primos é tabu em boa parte do mundo ocidental. Nos Estados Unidos, 31 dos 50 estados consideram ilegal o casamento entre primos de primeiro grau, ou o permite somente sob determinadas circunstâncias.

No Brasil, não existe questão legal, mas religiosa. O casamento consanguíneo encontra resistência por parte da Igreja Católica, e só um bispo pode autorizá-lo. Cerca de 2% dos casais brasileiros têm esse grau de parentesco.

No sul da Ásia e no Oriente Médio, por outro lado, 20 a 50% dos casamentos são entre primos de primeiro grau ou parentes ainda mais próximos. Mais de 10% da população mundial está casada com um primo de segundo grau ou mais próximo, ou tem pais que são primos.

Nos exemplos famosos, Charles Darwin e sua esposa Emma eram primos de primeiro grau. Os avós de Darwin eram primos também.

Culturas onde o casamento entre primos é comum refletem os seus benefícios sociais e econômicos, tais como fortalecimento dos laços familiares e a manutenção da riqueza na família.

Os opositores desse tipo de união argumentam que o casamento entre primos de primeiro grau aumenta o risco de transmissão de anormalidades genéticas.

Mas, para Bittles, 35 anos de pesquisa sobre os efeitos na saúde do casamento entre primos o levaram a acreditar que os riscos de se casar com um primo foram muito exagerados.

Não há dúvida de que as crianças cujos pais são parentes biológicos próximos estão em maior risco médio de herdar doenças genéticas, mas os riscos de doença e morte precoce são apenas 3 a 4% mais elevados do que no resto da população. E os riscos se aplicam principalmente aos casais que são portadores de doenças que normalmente são muito, muito raras.

“Em mais de 90% dos casamentos entre primos, o risco [de ter um filho com uma anomalia genética] é o mesmo que para a população em geral”, disse Bittles.

Além disso, muitos estudos sobre os efeitos do casamento entre primos não levam em conta a influência de fatores não genéticos sobre a saúde infantil, como status socioeconômico, dieta materna durante a gravidez e infecções.

Endogamia histórica

Algum grau de endogamia tem sido a norma por grande parte da história humana. Senão, como nós nos reproduzimos no começo da humanidade?

Os cientistas estimam que os primeiros povos a migrar da África tinham entre 700 a 10.000 reprodutores. Diante desses números pequenos, e do fato de que essas pessoas estavam provavelmente dispersas em pequenos grupos de caçadores/coletores e muitas vezes casadas dentro de seu clã ou tribo, parece inevitável que algum nível de acasalamento entre parentes próximos tenha ocorrido.

Bittles está estudando os efeitos do acasalamento entre parentes de seres humanos primitivos e as consequências genéticas para as pessoas de hoje.

Uma vantagem surpreendente e muitas vezes esquecida do casamento entre parentes biológicos próximos é um fenômeno chamado de “purificação”, em que os genes das doenças são expostos e removidos da sequência genética.

Graças a esse fenômeno, o casamento entre parentes próximos no início das populações humanas manteve a prevalência de desordens genéticas baixa.

Hoje, o casamento entre primos está em ascensão em regiões com um grande influxo de imigrantes vindos de áreas onde a prática é mais comum, como o norte da África, Oriente Médio e Ásia Central e Meridional.

Mas, a longo prazo, a redução do tamanho das famílias e a maior mobilidade em muitas partes do mundo significa que o casamento entre primos deve declinar, o que pode até gerar mais problemas para a nossa população, no que diz respeito à doenças.[Phys, Foto]

15 comentários

  • Fernandu Z-luciu:

    concordo com o artigo, no oriente essa relação é muito maior contanto a população é a mesma. se você tem uma doença genética, creio que deverá ter filhos anômalos por si só, não por causa do gene consanguíneo, que também pode ser importante, mas não determinante……………………………………

  • Sodré Neto Brasil:

    Certas noticias são repassadas de forma muito irresponsavel. Como se ter filhos depois dos 40 ou 4% maior de risco não fossem algo já significativamente mais arriscado, fora isso que estes cientistas avaliaram foi o prejuizo em relação apenas a doenças anômalas, contudo a consanguinidade e o compartilhamento de alelos deleterios comuns vai muito alem de doenças anomalas, existe perda de inteligencia (Cabtree), existem doenças que a seleção natural não filtra ( JC Sanfor) como por exemplo o diabetes. É verdade que nas populações ancestrais a consanguinidade ajudou a “purificar” a raça humana eliminando um pouco mais linhagens claramente e anomalamente defeituosas, contudo devemos lembrar que as populações ancestrais não tinham ainda acumulado tantos genes deleterios como hoje (Sodré – Hipervariaiblidade ancestral), e que hoje, muito mais que no passado, temos mais genes deleterios para compartilhar que em todos os tempos. Então por mais que o risco seja “apenas” 4% maior para doenças anomalas como reflete este artigo, continua sendo maior para doenças não anomalas e defeitos congenitos como a perda de inteligencia. Em estudos de cruzamentos é ensinado o principio de que tanto a muita semelhança como a muita diferença podem ser prejudiciais. Concluindo, alguem mencionou abaixo, “o amor está acima de tudo” e até mesmo de não querer prejudicar meus descendentes. O que foi recomendado por Deus a Abraão “procura entre tua parentela esposa para teu filho” provavelmente nem Deus recomendaria a população degenerada de hoje. http://www.igrejaadventista.rede.comunidades.net/index.php?pagina=1413723312_04

  • Chris Mundial:

    eu não pretendo casar com a minha prima não….mas eu sempre faço uma coisa…toda vez que ela vem aqui em casa nos transamos sempre….mas só fica nisso..nos fazemos isso desde os 13 anos…..

    • Lucia Lara:

      não gostei nem um pouquinho. É impressionante como esse rapaz e sua prima nunca tiveram nenhuma noção do que é sexo de verdade. Sexo por sexo não passa de masturbação a dois. Eles fazem isso desde os 13 anos de idade e não desenvolveram nada a mais. Que desperdício de tempo e energia!

    • danieljunior:

      Disperdício de tempo e energia é seu comentário Lucia.

    • Lucas L.:

      Lucia Lara, impressionante mesmo é ver como tem gente que acha que pode ditar como as coisas devem ser feitas na vida dos outros!
      Sexo é uma interação entre dois indivíduos maduros que é acarretada por atração física, que nada mais é que instinto reprodutivo puro!
      Ligação emocional não faz com que o sexo seja melhor ou pior, são experiencias diferentes e validas!
      Desperdício de tempo e energia foi você ter feito um comentário tão mesquinho!
      Não sei o que motivou seu comentário, se foi fundamentalismo religioso ou tabu cultural, seja qual for, é tolice!

  • Andre Clemente de Pais:

    Estou nessa situação nos eu e minha prima amamos e muito mais muito mesmo além disso eu moro em SP ela em Rondônia a cada seis meses nos vemos, a noite ligo para ela e deixo cel ligado a madruga inteira mais de 8 hrs de ligação, pois parece que ela está dormindo comigo damos boa noite e bom dia no cel p aguentar a saudade é uma situação inusitada estamos sofrendo muito estou louco para me casar com ela estou corrrendo atras aqui pois minha situação financeira não é muito favorável no momento pois se não tinhamos nos casados está ai meu relato

  • Su:

    Namoro com meu primo de 1º grau a 3anos.

    A 3 casos na família da minha mãe de primos de 1º grau de tiveram filhos e todos nasceram normais.
    Tenho muita vontade de casar na igreja católica, só quero ver se é permitido. Pois o amor está acima de tudo..

  • eduardo:

    Tenho dois primos que são casados, têm duas filhas.
    A primeira nasceu com uma pequena cavidade na região da coluna e teve que fazer cirurgia. A segunda têm bronquite. Mas no geral, as duas são bem saudáveis…
    E conheço um outro casal de primos que tiveram um filho que nasceu normal tb…

    Acho que o problema de nascer com alguma anomalia é bem relativo…

  • Cesar Crash:

    Minha tia é casada com o primo e a filhinha não durou uma semana. DOis outros casos que conheço, os filhos têm cabelos brancos desde muito cedo. Entre os índios aqui do meu pedaço o albinismo é comum, inclusive tem uma indiazinha albina SD.
    Se algum caso pode ser coincidência, penso que a maioria não.

  • arturfreddy:

    O relacionamento entre primos é mais tendencioso devido ao próprio fato de pessoas primas terem maiores oportunidades de conviverem, e também pela necessidade de algumas famílias preferirem não dividirem suas posses materiais com pessoas de outras famílias, incentivando assim que primos desenvolvam uma maior simpatia e querer entre si.
    Do ponto de vista genético, é um atraso, bloqueia a possibilidade da disseminação genética, impede a miscigenação, bloqueia as chances de que “genes melhores” de outras linhagens se distribuam nas novas gerações.
    Pura ignorância e atraso de vida, coisinhas típicas dos humanos.

  • ines:

    Olha eu sou filha de pais primos e posso lhes garantir que sou normal kkkkkk e muito inteligente e esperta.

  • Maya Samanta:

    Não terá sido a ocorrência do próprio fenomeno da “purificação” que gerou a adversidade aos casamentos consanguíneos?

    Pois para esses genes serem “expostos” os indivíduos que são frutos de uniões consanguíneas tem que nascer com esses genes para que morram sem gerar descendentes e ai sim esses genes irem sendo eliminados, a medida que as gerações se passam e somente os que não erdam esses genes em uniões consanguíneas sobrevivam, se a taxa de mortalidade era alta talvez isso os tenha assustado na época, não teria esse o motivo por começarem a preconizar as uniões consanguíneas?

    E de qualquer maneira hoje em dia, esse fenômeno não teria muitas vantagens, pois hoje tratamos pessoas portadoras de doençãs genéticas raras, cujas as quais sem tratamento morreriam, talvez, sem gerar descendentes, mas que sobrevivem e geram descendentes, acho eu, que a tandência é que esse fenômeno deixe de ocorrer naturalmente e, com o avanço científico e terapeutico, comecemos a fazer essa “purificação” sem precisar que o fenômeno ocorra naturalmente.

    Quanto a discussão sobre uniões consanguíneas ou não, já acho o tema supérfluo, pois se olhar as coisas friamente, tenho mais semelhança genética com qualquer indivíduo nesse mundo do que dois cães de raça irmãos, pois como já foi dito aqui nossa espécie prov´lvelmente se proliferou nos últimos 7000 anos por endogênia, e 7000 anos é pouco tempo para surgir diferenças significantes.

  • Glauco Ramalho:

    O pessoal da realeza só se relacionam em casamentos consanguíneos. O príncipe Willian e a princesa Kate são consanguíneos, e aquela história maluca de contos de fadas foi só invenção. A realeza nunca se mistura com a plebe.

  • Paulo Eduardo:

    Eu não tenho nada contra relacionamentos entre primos, além do quê o amor é movido pelo sentimento de cada um e não por porcentagens!!

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