Importar-se demais com aparência pode prejudicar relacionamentos
Segundo um novo estudo, se focar na atratividade dos parceiros pode tornar as pessoas infelizes em seus relacionamentos.
Já foi estudado que a auto-objetificação – quando uma pessoa é obsessivamente preocupada com sua aparência – afeta a imagem da mulher de si mesma, o desempenho escolar e a felicidade das pessoas.
Porém, essa qualidade não foi pesquisada no contexto das relações românticas. A objetificação de um parceiro, na qual o foco é colocado sobre as qualidades físicas de seu parceiro, não havia sido estudada até agora.
Os pesquisadores entrevistaram 159 alunos universitários. Os alunos foram convidados a preencher um inquérito sobre seus relacionamentos amorosos (atuais ou anteriores), seu consumo de mídia e seus sentimentos de objetificação.
A objetificação foi medida por quão frequentemente os alunos concordavam ou não com afirmações do tipo: “Eu raramente penso sobre minha aparência/do meu parceiro”, “Eu raramente comparo a minha aparência/do meu parceiro como a dos outros” e “Eu frequentemente me preocupo se minha roupa/do meu parceiro está me fazendo/fazendo ele parecer bonito”.
Os homens apresentaram maiores níveis de objetificação dos parceiros do que as mulheres, mas ambos apresentaram níveis semelhantes de auto-objetificação, em contraste com estudos anteriores.
Segundo os pesquisadores, se você tem esses tipos de pensamentos e crenças sobre o seu parceiro, isso pode se tornar um bloqueio para a intimidade, importante nos relacionamentos.
O estudo também mostrou que revistas e filmes que retratam pessoas como objetos sexuais podem fazer com que as pessoas vejam seu parceiro da mesma forma – mas não a si mesmo.
Os cientistas alertam que a universidade estudada é tradicionalmente uma instituição liberal, o que pode ter enviesado os resultados ligeiramente. Também é possível que a exposição à mídia esteja aumentando o grau de auto-objetificação do homem.
Como os participantes são jovens, com média de 19 anos e nenhum casado, os resultados podem ser diferentes em adultos mais velhos em relacionamentos de longo prazo.
Entretanto, baseados nas respostas dos participantes, os pesquisadores observaram que quanto maior o consumo de mídia, mais provável que as pessoas se concentrem na aparência de seus parceiros. A auto- objetificação, no entanto, está ligada apenas a revistas, e não outros meios de comunicação.
A objetificação do parceiro era um forte preditor na determinação da satisfação com o relacionamento, tanto para homens e mulheres. Porém, era importante na predição da satisfação sexual apenas em homens. Eles tinham menos satisfação sexual quando se concentravam na sua aparência ou de sua parceira.
A objetificação não precisa ser exagerada para ter um efeito negativo. Só um comentário sobre ter engordado já pode causar insatisfação. E isso vai contra outras teorias filosóficas de que algumas objetificações podem ser seguras e agradáveis.
Ter um parceiro atraente e ser atraente para ele pode aumentar a satisfação sexual, segundo essas teorias. Mas o estudo encontrou o oposto. Isto pode ser porque concentrar-se na atratividade do parceiro tende a tornar as pessoas menos preocupadas com ele como um todo, levando a uma relação menos satisfatória e a uma diminuição da intimidade.
A conclusão é de que a auto-objetificação prejudica as pessoas, em seguida os efeitos da exposição à mídia parecem se estender a uma objetificação do parceiro, o que prejudica os relacionamentos. [LiveScience]
2 comentários
Me ajudou na minh aula de etiica’
Muito bom o artigo. Interessante é que coincide com um pensamento que me incomodava. Sempre que tive relacionamentos com exemplos de beleza, tinha muitas brigas e era infeliz, por ciúmes e até mesmo a certeza de que aquela beleza ansiava por exibição. Incomodava-me toda vez que saíamos e era aquela ladainha frente ao espelho. Hoje estou feliz optando pelo oposto: sem vaidades exageradas, nada de roupas da moda e de etiqueta, sem corpão, mas com um coração, um companheirismo, uma simpatia e um humor que me conquistam mais e mais, a cada dia.