Você é o que você lê

Por , em 16.05.2012

Além do que você come e do que pensa, agora você também é o que você lê. Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, EUA, descobriram que conforme você se envolve em alguma obra de ficção, de acordo com suas preferências por determinados personagens, você vai ficando cada vez mais e mais influenciado e sofrendo uma metamorfose mental para pensar e se comportar como o “ídolo”.

Apesar de eu pessoalmente pensar que não deve ser muito bom se confundir com o Harry Potter, os autores Geoff Kaufman e Lisa Libby afirmam que esse tipo de comportamento pode nos mudar em um bom sentido.

E a conexão só tende a aumentar. “Se você tem uma conexão forte com os personagens, pode ter um impacto duradouro. Pode inspirar você a reler algo. E então o impacto será reforçado com o tempo”, afirma Kaufman.

Mas vamos os fatos. Os pesquisadores fizeram uma série de experimentos com os voluntários para comprovar a hipótese. Em um deles, alguns participantes leram uma história na qual o protagonista se esforça muito para votar (lembre-se que nos EUA o voto é facultativo), enquanto outros não. Aqueles que leram se mostraram muito mais animados para votar do que os outros.

Em um outro momento, foi apresentada aos voluntários uma história na qual o personagem principal era homossexual. Mas eram duas versões: em uma, a verdade era revelada logo no início, na outra apenas no final. Aqueles que souberam apenas no fim acabaram mostrando, em entrevistas posteriores, sentimentos muito mais positivos para com os gays do que os outros.

Os pesquisadores explicam que nesse caso houve o processo de conexão, sem que pressupostos ou opiniões “contaminassem” o julgamento do leitor. Se você já sabe de antemão alguma característica chave do personagem que destoa de você, fica mais complicado a ideia de empatia e similaridade.

Isso poderia ser uma ferramenta interessante para a educação das crianças, não? E você, já foi (muito) influenciado por um personagem de livro, chegando ao ponto de imitá-lo em alguns aspectos ou deixar a influência agir? E só valem personagens de livros! Até porque, explica Kaufman, quando você assiste um filme, está mais para espectador do que realmente envolvido. [MSN]

10 comentários

  • Flor de Lis:

    Leio bastante e de tudo. Procuro não focar em um único estilo pra não perder o que os outros tem a oferecer. Assim sendo sou uma ‘eclética literária’ (se é que existe esse termo).

  • Bruno Pires Lourenço:

    Meu personagem favorito é o Harry Potter, eu compro tudo que seja sobre o Harry Potter, eu acho o personagem e a história sensacionais.

  • Rodrigo Piedade:

    Oi, eu sou o Goku.
    Habitantes da Terra, me deem a sua energia!

    aushuahsuahs
    acho que também depende da complexidade do personagem e não só de ser qualquer personagem e sim eu sou o goku, sou simples e gosto de lutar para proteger o mundo das forças do mal hehehe
    mas uma personagem altamente com alta relação com o leitor é a Liz Gilbert do Comer Rezar e amar afinal ela só mostra o quanto somos humanos e por consequência cheios de falhas mas que devemos ser sempre assim alguém perfeito é idiotice vc só precisa achar alguém que goste de você de verdade com falhas e tudo mais

  • Andhros:

    Sou concorrente do Mr. Holmes,
    Monsieur Hercule Poirot:
    “-É preciso usar les cellules cinzentas”

  • Nixonbad:

    Meu personagem favorito e o Ender Wiggin ( Ender’s Game,speaker for the dead, xenocide, children of the mind) 😀

  • aguiarubra:

    Ler para Ser!

    Em parte, sim. Mas acredito que os personagens da literatura (certos personagens, e não todo e qualquer personagem) nos auxiliem a dar expressão a alguma faceta de nossa personalidade (nosso “personagem” primordial é o eu) que ignoramos, num primeiro momento.

    Então, lemos o que somos, pois algo da leitura nos lisonjeia o narcisismo primário.

    • aguiarubra:

      Convém não perdermos nossa própria “personagem” por causa da “personalidade” de outros.

      Vc explanou algo disso muito bem, em seu comentário: “…Lavagem cerebral pode ser induzida ou auto induzida. Isso explica a existência dos fanáticos…”.

      Quantos, ainda hoje, se tornam “Hitler” após lerem “Mein Kampf”!!!

      Onde fica o senso crítico nessa simbiose esquizofrênica?

  • Danilo Moço:

    Meu livro favorito se chama DOM CASMURRO li umas três vezes acabei gostando do personagem Bento Santiago na qual ele narra a estória mesmo sem querer eu me começava a agir de forma irônica!!!

  • Thabita Aroeira Araujo:

    Hum, minha personagem preferido atualmente e com a qual me identifiquei muito (além de ela me ter feito mudar muitas coisas em minha personalidade e jeito de pensar) é a Katniss Everdeen, De Jogos Vorazes. 🙂
    Matéria interessante.

  • Jonatas:

    Olá a todos, muito prazer, eu sou Sherlock Holmes. Elementar…

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